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opinião Quarta-feira, 24 de Março de 2021, 17:30 - A | A

Quarta-feira, 24 de Março de 2021, 17h:30 - A | A

OPINIÃO

Paranoia no decreto da pandemia

*Alberto Romeu Pereira

 

A decisão tentada pelo governador Mauro Mendes de antecipar cinco feriados para ‘criar’ um período de restrição de circulação da população, visando frear o colapso do setor de saúde com os casos de coronavírus em Mato Grosso, não foi ‘ao todo’ interpretada pela classe política (leia-se deputados) e nem mesmo pelos representantes do setor empresarial, produtivo. Como sempre, conseguem criar uma confusão mental para o ‘resto’ da população, que segue à vala do caos, ao som do rádio sem saber se abre, se fecha, se...

Empresários reclamaram dos excessos de feriados no Brasil. Que são leis criadas pelo legislativo e que causam prejuízos para o comércio. Exceto favoráveis ao setor de turismo e suas regiões afetas.

Mas a intenção do governador de Mato Grosso certamente não foi melhor analisada por aqueles que rechaçaram de imediato o projeto. Senão vejamos:

Na proposta Mauro Mendes pedia para ‘antecipar’ [para o final e março] os feriados do Dia do Trabalhador (sábado, 1 de Maio), Aniversários dos municípios (no caso Cuiabá dia 8 de Abril, Várzea Grande dia 15 de Maio e assim por diante), de Corpus Christi (quinta-feira dia 3 de julho), Dia do Servidor Público (quinta-feira, 28 outubro), Consciência Negra (é uma lei municipal, no caso em Cuiabá, sábado, dia 20 de novembro).

Seriam 5 datas apenas de feriados futuros. Na primeira proposta, o período compreenderia de sexta-feira (26) a domingo, 04 de abril. Incluiriam dois sábados e dois domingos. Nesse meio já incluiria (2 de Abril) a Paixão de Cristo, uma sexta-feira. Ou seja: nada absolutamente impossível e tão prejudicial.

Além disso tudo (pasmem!) o decreto de Mauro envolveria um período que todo comerciante de bolicho a empresário de shopping (Fecomércio, Fiemt, etc) sabem muito bem da realidade: Não circula dinheiro nesse período de fim de mês, já que os pagamentos dos salários (iniciativa privada) aquecem a economia a partir do quinto dia útil.

O fato é também sentido no comércio e nas instituições bancárias. Lotéricas, por exemplo já sabem que do dia 21 até o dia 4 do mês seguinte, muito pouca gente paga conta ou faz jogos.

Vencido, porém com a bomba de efeito retardado na mão para resolver o problema da saúde e dos sepultamentos no estado e, logicamente em especial Cuiabá, Mauro Mendes se esforça em fazer remendos para buscar diminuir o caos anunciado. Somente hoje em Cuiabá, do prefeito Emanuel Pinheiro, até às 13h00, já estavam programados 21 sepultamentos. E é todo dia, dai pra mais. O que o prefeito talvez não faça conta.

Se faz prudente que lideranças empresariais e políticas debrucem sobre esse calendário e observem o quanto de dias perdidos teremos pela frente.

Com a derrubada do decreto pelos deputados estaduais (exceto Ludio Cabral), teremos pela frente as seguintes datas para “comemorar”: 02 de abril (sexta-feira) Paixão de Cristo - feriado nacional; 21 de abril (quarta-feira) Tiradentes - feriado nacional; 1º de maio (sábado) Dia Mundial do Trabalho - feriado nacional; 03 de junho (quinta-feira) Corpus Christi - ponto facultativo; 07 de setembro (terça-feira) Independência do Brasil - feriado nacional; 12 de outubro (terça-feira) Nossa Senhora Aparecida - feriado nacional; 28 de outubro (quinta-feira) Comemoração Dia do Servidor Público - ponto facultativo; 02 de novembro (terça-feira) dia de Finados - feriado nacional; 15 de novembro (segunda-feira) Proclamação da República - feriado nacional; 20 de novembro (sábado) Consciência Negra - feriado estadual; 24 de dezembro (sexta-feira) - ponto facultativo; 25 de dezembro (sábado) Natal - feriado nacional; 31 de dezembro (sexta-feira) - ponto facultativo.

Se faz prudente que lideranças empresariais e políticas debrucem sobre esse calendário e observem o quanto de dias perdidos teremos pela frente. Quantos feriados serão emendados? E as consequências que virão por não terem ‘investido’ um mínimo de tempo para não terem cometido a insensatez que fizeram ao derrubarem o Projeto de Lei 195/2021.

Algo de concreto precisa ser feito. Ao menos permitir que alguém tente um resultado positivo pela vida e o bem comum. Sensatez.

*Alberto Romeu Pereira é jornalista em Cuiabá. Está com familiares com covid-19 e auxilia pessoas nessa situação.

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.midiahoje.com.br

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