Quando as pequenas lâmpadas de decoração do prédio que fica a uma quadra do meu apareceram acessas ontem à noite, foi o aviso que o Natal chegou à Cuiabá!
Estava todo envelopado com centenas de lâmpadas de cores amarelas, e nos proporcionou um belo espetáculo.
Não sei se há hinos natalinos com o lindo jogo de cores comemorando o dia de nascimento do filho de Deus.
Essas manifestações de dezembro nos levam à inocência das crianças que um dia fomos.
Das cartinhas ao Papai Noel, naquela época não havia a Mamãe Noel.
Das casas de presépios, verdadeiras obras de artes, e de algumas Igrejas.
Da missa do Galo celebrada à meia noite na antiga Catedral Metropolitana de Cuiabá por Dom Aquino Correa.
Os hinos gregorianos produzidos pelo órgão da Catedral tocado pela professora Zulmira Canavarros, cantada pela sua filha soprano Maria Canavarros e o coral dos seminaristas da Igreja do Seminário, cópia arquitetônica da Notre Dame de Paris.
Desperta em mim uma sentida ausência do meu pai, que no dia de Natal sempre ficava no bar até terminar o movimento.
E o Natal chegou, muito mais voltado ao consumismo desbaratado, que as reflexões da chegada à terra do filho de Deus, que veio para nos salvar.
Isso fazia com que eu e meus irmãos menores Yara, Pedro e Inon, fôssemos dormir bem cedo.
Sonhávamos com o mistério da chegada do Papai Noel até o nosso quarto para deixar os presentes pedidos por cartas, debaixo das nossas camas, sem fazer barulho que nos acordassem.
Mesmo morando na rua de Baixo (Galdino Pimentel), próxima à Catedral, nunca ouvimos os toques dos seus sinos às 23h, 23:30h e 24 horas do dia 24 de dezembro convidando os fiéis para a Missa do Galo, que sempre ocupavam todos os espaços da Igreja.
A população de Cuiabá à época não atingia 50 mil habitantes e era muito religiosa, comparecendo sempre aos atos religiosos da Igreja Católica Apostólica Romana.
Acreditei em Papai Noel, até meus 8 anos de idade.
Depois tive dúvidas até os 10 anos, e a escola, no final do ensino primário, destruiu o meu primeiro sonho.
O meu bisneto de um ano e meio e minhas bisnetas de quatro e quase seis anos, no início deste mês de novembro estiveram hospedados em hotel de Gramado (RGS).
Conversaram com o Papai Noel e Mamãe Noel, tiraram fotos com eles e as Marias, atendendo a pedidos, deixaram uma cartinha, mesmo sabendo que nada receberiam deles.
O sonho do Natal essa geração não possui, pois vão com os pais aos shoppings escolherem os seus presentes de Papai Noel com antecedência.
Não sei se faz bem destruir precocemente as ilusões de uma criança.
E o Natal chegou, muito mais voltado ao consumismo desbaratado, que as reflexões da chegada à terra do filho de Deus, que veio para nos salvar.
*Gabriel Novis Neves
https://bar-do-bugre.blogspot.com
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