04 de Outubro de 2024

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opinião Sexta-feira, 02 de Setembro de 2022, 10:00 - A | A

Sexta-feira, 02 de Setembro de 2022, 10h:00 - A | A

BAR DO BUGRE

MINHA MÃE IRENE NOVIS

*GABRIEL NOVIS NEVES

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Irene Novis Neves

 

 

Com uma diferença de dez dias, em meses diferentes, estamos aqui para comemorar os 109 anos de nascimento da minha mãe Irene Novis.

 

Ela nasceu em 02-09-1913 e meu pai em 23-08-1894, e se casaram em 28-07-1934.

 

Tiveram 9 filhos no período de 1935 até 1955, ela com 22 anos e ele com 41 anos.

 

Seu último filho nasceu quando ela tinha 42 anos e meu pai 61 anos.

 

Meu pai morreu em 1982 e ela em 2006, uma vida longa, com 9 filhos, 11 netos, 14 netas, cheios de saúde e amor.

 

Minha mãe era neta do médico baiano Augusto Novis, da Armada da Marinha Imperial, filho de um migrante francês que veio para Salvador na Bahia.

 

Casou com uma baiana e teve três filhos.

 

O mais velho não estudou e ficou ajudando o pai nos seus negócios, o caçula adolescente morreu no Rio de Janeiro, ambos não deixaram descendentes.

 

O filho do meio estudou medicina e veio para Cuiabá servir na Guerra do Paraguai e nunca mais voltou para Salvador.

 

Aqui se casou com a Nharinha (Maria da Glória Gaudie Leite), com que teve inúmeros filhos, e os homens tinham seus nomes iniciados pela letra A e as mulheres com a letra C.

 

Nunca mais voltou para Salvador e morreu aqui.

 

Dr. Augusto Novis, avô da minha mãe, foi o patriarca da família Novis do Brasil.

 

O pai da minha mãe era o Dr. Alberto Novis, casado com a Tutica que era Antonieta Correa de Almeida.

 

Tiveram 7 filhas (Alba, Aracy, Maria Augusta, Constança, Irene, Rosa e Maria da Glória), e um homem (médico Oswaldo Novis), que estudou medicina em Salvador como os filhos do Dr. Augusto Novis, quando alguns permaneceram por lá, dando origem aos Novis de Salvador.

 

Um migrou de Salvador, filho do cuiabano Aristides Novis (médico) para o Rio (Aloysio Novis) para se especializar em otorrino e é padroeiro dos Novis médicos do Rio.

 

As irmãs da minha mãe (Alba, Rosa e Glorinha) adotaram o Rio de Janeiro para morar e melhor educarem os seus filhos, deixando uma enorme descendência de Novis.

 

Tenho, inclusive, um primo com o nome de Gabriel Novis que descobri recentemente pelo Facebook.

 

A outra, Constança, a única solteira, não deixou descendência.

 

Maria Augusta casou com um primo cuiabano e foi morar em Corumbá, onde abriu um Escola Primária em sua casa e deixou descendentes.

 

Aracy ficou em Cuiabá, deixando filho médico (João Novis), nora e neto (médicos) e outro arquiteto (Mário), além de filhas.

 

Minha mãe nasceu na Usina do Itaicy, município de Santo Antônio do Leverger.

 

Meu avô Dr. Alberto Novis, foi à Paris, procurar tratamento para sua surdez, em companhia da sua esposa Tutica.

 

Um professor atestou que a surdez do meu avô era incurável.

 

Minha avó não estava passando bem, e foi consultar com o professor Pinard, que constatou estar a mesma grávida.

 

Determinou imediatamente o retorno deles, que era feito de navio transatlântico até a Bacia do Rio da Prata, no sul do Brasil.

 

Depois, embarcariam em outro navio pelo rio Paraguai até a cidade de Corumbá, onde uma embarcação menor os deixariam em Cuiabá.

 

Boa parte do seu pré-natal foi realizado viajando de navio, tendo entrado em franco trabalho de parto ao se aproximarem da Usina do Itaicy, propriedade dos pais da minha avó.

 

Meu avô, como médico, pediu ao Comandante da embarcação que fizesse uma parada.

 

Sua esposa era multípara e a criança, quase nascendo, motivo da minha mãe ter nascido na Usina do Itaicy, então um belo prédio.

 

Ficou órfã de mãe aos 3 anos de idade e não se lembra da sua mãe Tutica, que morreu antes de completar 30 anos de idade.

 

Foi criada no bairro do Porto por sua madrinha, num casarão na rua XV de Novembro, vizinho à garagem do “seo” Chico Mechi.

 

Aos 7 anos veio morar com o meu avô na Travessa Voluntários da Pátria, antiga casa do Dr. Augusto Novis, com fundos para o Beco Torto, entre a rua de Cima (Pedro Celestino) e rua do Meio (Ricardo Franco).

 

Começou a frequentar o Grupo Escolar e ajudar nos afazeres domésticos.

 

Terminou o ensino primário e aprendeu a fazer de tudo para não depender de ninguém, segundo sempre dizia.

 

Era uma artesã completa, dominava a culinária e a arte de escrever, e sem erros gramaticais.

 

Gostava de cantar músicas carnavalescas, fazia poemas alguns musicados e gravados em CD por João Manoel.

 

Era especialista em fazer bolos, doces e salgadinhos.

 

Minha mãe foi uma moça sonhadora, bonita e namoradeira.

 

Adorava carnaval de rua e saia no bloco dos mascarados.

 

Conquistou, aos 20 anos o impossível, que foi o coração de um defensor da vida celibatária, vindo logo a se casar com o Bugre, meu pai.

 

Ela com 21 anos incompletos ele com quase 40 anos!

 

Eles souberam educar seus 9 filhos na estrada do bem, e hoje eu e meus irmãos com alegria comemoramos os 109 anos do nascimento da nossa querida mãe Irene Novis, que tinha o Pedro, nosso irmão, como xodó.

 

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*Gabriel Novis Neves

 

 

https://bar-do-bugre.blogspot.com

 

 

 












 

 




 

 

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