Não sei precisar quando tudo começou.
No início foi apenas um olhar, velado, mas intenso: "quero você"...
Assustada com o atrevimento daquela mensagem, senti de imediato a necessidade de uma blindagem.
Logo percebi que a simples recusa não me deixaria livre, e que deveria estar preparada, física e emocionalmente, para uma grande batalha.
Armagedon. Nesse encontro só um de nós sobreviveria.
E teve início a luta entre o sim e o não.
Encontros e fugas.
O amor é bom quando não machuca o coração, quando nos traz a calma e não o medo
Ele não se afastava dos meus olhos e da minha mente, por mais que evitasse, ele estava sempre diante de mim.
Sim, nesse encontro um de nós não sobreviveria.
O amor é bom quando não machuca o coração, quando nos traz a calma e não o medo. É bom quando não é proibido, para não ser dividido com a angústia e a culpa pelo pecado da fraqueza.
O amor é bom quando não destrói.
E aconteceu.
Uma brecha em minha armadura, e ele entrou.
Sua força se apossou dos meus sentidos, cheiros e sabores, flores e perfumes, tudo se perdeu no medo que dominou minha mente.
Medo da escravidão.
Medo de perecer, e perecerem em minha alma todos e tudo que sempre amei.
Imagens de uma vida iam e vinham lentamente, e essas lembranças levitaram meu corpo acima do perigo devastador.
Perigo de morte.
Morte repentina.
Há coisas que precisam morrer. Outras precisam matar.
Lutei, a morte tem limites. Lutei sem limites.
E fui escrever a crônica da vida.
Na página em branco, rabiscos do encontro do visível com o invisível vírus derrotado, Covid.
*Dulce Lábio
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