12 de Outubro de 2024

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opinião Sábado, 12 de Novembro de 2022, 11:14 - A | A

Sábado, 12 de Novembro de 2022, 11h:14 - A | A

BAR DO BUGRE

ARROZ COM PEQUI

*GABRIEL NOVIS NEVES

 

 

Em 1969, na cidade de Alto-Araguaia, almocei sem saber, um prato de arroz com pequi.

 

Achei a iguaria, que nunca havia degustado, uma maravilha.

 

Na casa dos meus pais, no Rio de Janeiro e depois de casado com uma carioca, nunca fizemos esse prato da nossa culinária.

 

Já relatei esse fato em crônica.

 

A minha cozinheira cuiabana de “tchapa e cruz” me perguntou se eu aceitaria no almoço arroz com pequi.

 

Pedi que o preparasse, o que fez com todo o carinho.

 

Não consegui identificar neste servido em casa, o sabor daquele de Alto-Araguaia, e que ficou impregnado em meu cérebro.

 

Pedi que nunca mais fizesse arroz com pequi para mim.

Existe uma regra que diz que a gente nunca deve voltar aos lugares onde estivemos afastados por muito tempo, pois encontraremos alterações.

A sensação que tive foi a mesma que senti quando retornei à Cuiabá e verifiquei que o muro que existia em frente à minha casa não era tão alto como imaginava.

 

Que a sua calçada era estreita, diferente daquela que deixei para estudar no Rio.

 

E que o local onde brincávamos de jogar bolitas era tão diminuto.

 

Existe uma regra que diz que a gente nunca deve voltar aos lugares onde estivemos afastados por muito tempo, pois encontraremos alterações.

 

Assim deve ter sido com o arroz com pequi feito pela minha cozinheira em minha casa, onde estava tranquilo, sem estresse, longe de qualquer perigo aparente.

 

Em Alto-Araguaia vinha de um estresse, de viagem de monomotor de Três-Lagoas para Cuiabá.

 

O mau tempo e a falta de combustível fez o piloto desviar tanta da rota, que pousamos muito distantes de Cuiabá.

 

Sabemos que o estresse aumenta a liberação de corticoide aumentando o apetite das pessoas.

 

Exatamente o que ocorreu comigo naquela viagem, quando achei maravilhoso o arroz com pequi.

 

Estava como dizem os cuiabanos, “morrendo de fome”.

 

Já em condições normais, sem ansiedade com o apetite controlado, provei e achei diferente o prazeroso e aplaudido prato da culinária cuiabana.

 

Irei recomendá-lo para almoços em situação de estresse, momento que nunca mais desejo passar.

 

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*Gabriel Novis Neves

 

 

 

https://bar-do-bugre.blogspot.com

 

 

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