Ganhei de Papai Noel no almoço do dia 24 de dezembro, uma enorme TV que mais parece tela de cinema.
Passei o restinho da tarde assistindo músicas que gosto pelo youtube.
Quando criança o Papai Noel sempre deixava no meu chinelo um presentinho.
Nunca ganhei “presentão” como neste Natal das minhas crianças.
Presente bom é aquele que usamos com prazer.
Muitas músicas que não ouvia, as relembrei na Noite de Natal, aumentando a melancolia sempre presente em mim nessas ocasiões.
Assisti ao “Príncipe do Samba” cantando um dos seus sucessos.
Ele nasceu no Morro do Cantagalo na zona sul do Rio de Janeiro, e sempre viveu e morreu no subúrbio carioca.
Roberto Silva, sambista, trabalhou durante 75 anos e morreu depois dos noventa.
Simpático, sabia como ninguém dividir as letras das suas canções.
Na época de ouro das emissoras de rádio, seus cantores tinham apelidos e os locutores muita criatividade.
Rei da Voz (Chico Alves), Cantor das Multidões (Orlando Silva), Rei da Valsa (Carlos Galhardo), Rei do Baião (Luís Gonzaga), a Divina (Elisete Cardoso), as Cantoras do Rádio (Emilinha Borba, Marlene, Dalva de Oliveira).
Essas relíquias de um passado não muito distante estavam enterradas pelo esquecimento, e consegui revive-las graças ao presente de Natal que ganhei.
Depois de quatro horas matando saudades do meu tempo de menino do interior do Brasil, a internet da minha nova TV pifou.
Telefonei, em pleno Natal, para o meu técnico em informática que educadamente me respondeu que na segunda-feira viria consertar o sinal da internet.
Domingo ao acordar não procurei por presentinho em meu chinelo.
Liguei a TV no youtube e o sinal da internet havia voltado, o que considerei um outro presente de Natal.
Após a soneca do almoço, voltarei ao meu novo amor assistindo shows, como do samba do trabalhador, de Moacyr Luz, parceiro predileto de Aldir Blanc.
*Gabriel Novis Neves
https://bar-do-bugre.blogspot.com
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