Um de cabelos brancos e outro ainda imberbe.
Um que trouxe terror e outro que promete esperança.
Velho e novo com suas línguas emaranhadas numa noite de 31.
Aquele que chega encontra uma urbe exausta.
Aquele que vai, deixa para trás uma lista de mortes e mortos.
É quase igual aquela música preferida que vai mudando o sentido e de sentido com o passar do tempo. Primeiro nos afoga em emoções, depois nos provoca em lembranças.
O que nos lembraremos deste que termina.
O que podemos esperar deste que chega.
Máscaras, álcool em gel, distanciamento, eleições. Que ano. Coisas esperadas e inesperadas nos trouxeram um novo normal.
E agora.
Agora estamos receosos, com medo de um espirro, do contato e parece que nada vai mudar isso. Talvez a vacina, talvez. Poderá ser chinesa? De onde virá a esperança?
Dizem que o bom velhinho chega do polo norte, será que a vacina virá de lá? De onde não importa.
Braço relaxado, agulha na carne e renovada a esperança do contato, dos beijinhos, do calor humano.
O novo chega cheio de responsabilidade. Precisa ser forte e determinado a nos devolver o nosso velho e bom normal. Quero abraçar, beijar, quero gosto de bochecha, quero dançar de rosto colado.
Num velho ano que perdi muitos dos meus, que chorei por eles e que cheguei perder a esperança, espero que de fato no novo tudo mude.
Nos planos para o novo, apenas isso, uma vida normal. O resto a gente luta e conquista.
Perceba que a nossa capacidade de planejamento foi aleijada pela pandemia que nos acompanhou. Antes queríamos muitos planos e mais planos.
Hoje sabemos o valor real das coisas reais, que de fato valem a pena.
Agora viver está no topo da lista. A vida ganhou a importância que sempre deveria ter tido e neste sentido ter vivido tudo isso foi positivo. Hoje sabemos o valor real das coisas reais, que de fato valem a pena.
Vamos ser realistas, teremos 365 oportunidades para acertar e muito de tudo que vai acontecer não dependerá apenas de nós. Então vamos nos unir e juntos encontrar o tempo exato pra que as coisas aconteçam. Vamos mais do que nunca precisar nos unir, esta deve ser a grande palavra do ano que chega, UNIÃO. Sem isso estamos fadados a uma interminável lista de mortos e mortes.
Enquanto a vacina não chega vamos seguir na rotina imposta pelo velho ano que está acabando. Máscaras, álcool em gel e distanciamento social. É o mínimo que podemos fazer.
*Luiz Fernando Fernandes é Jornalista em Cuiabá.
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