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Domingo, 08 de Junho de 2025, 06h:25 - A | A

ATAQUE DE FÚRIA

Trump insulta seu maior aliado na escolha de magistrados para o Judiciário federal

Redação

 

Reprodução/YouTube

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Em seu primeiro mandato, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, atribuiu à Federalist Society, uma poderosa organização conservadora-republicana, a missão de preparar listas tríplices de candidatos aos cargos de juiz de tribunais federais e tribunais federais de recursos e de ministro da Suprema Corte.

 

 

Leonard Leo, copresidente da organização, assumiu o comando da missão e se tornou a pessoa mais influente do país na configuração do Judiciário federal. Sob sua batuta, Trump nomeou 174 juízes federais, 54 juízes de tribunais federais de recursos e três ministros da Suprema Corte.

 

Leo passou a ser considerado “o arquiteto das nomeações de Trump”. O próprio presidente atribuiu a ele seu sucesso: “O que estamos fazendo nas cortes, eu penso, vai ficar na história como uma das minhas maiores realizações”.

 

Na verdade, os republicanos consideram esse feito o maior legado do primeiro mandato de Trump. E diziam que seu governo terceirizou o processo de indicação de juízes para a Federalist Society.

 

 

No segundo mandato, porém, a admiração de Trump por Leonard Leo e pela Federalist Society se converteu em ódio. Em postagens furiosas em sua plataforma de rede social, a Truth Social, Trump criticou duramente a entidade — uma organização com mais de 90 mil afiliados, entre os quais os seis ministros conservadores da Suprema Corte. Para Leonard Leo, ele reservou insultos.

 

“Eu era novo em Washington e me sugeriram que eu usasse a Federalist Society como uma fonte de recomendações de juízes. Eu fiz isso, de forma aberta e livre, mas então me dei conta de que a organização está sob o domínio de um verdadeiro canalha (sleazebag), que se chama Leonard Leo, uma pessoa má que, de sua maneira, odeia os Estados Unidos e, obviamente, tem suas próprias ambições separadas”, escreveu Trump.

 

“Ele se gaba abertamente de como controla juízes e até mesmo ministros da Suprema Corte dos Estados Unidos — espero que não seja assim e não acredito que seja! De qualquer forma, Leo deixou a Federalist Society para fazer o que bem entende”, continuou Trump.

 

“Estou muito decepcionado com a Federalist Society, por causa dos conselhos ruins que me deram em inúmeras indicações para o Judiciário. Isso é algo que não pode ser esquecido! Dito tudo isso, estou muito orgulhoso de muitas das nossas escolhas, mas muito decepcionado com outras.”

 

Trump engrossou o caldo ao criticar a Federalist Society e seu líder: “Não podemos permitir que ‘vigaristas’ que atuam nos bastidores destruam nossa Nação!”.

 

Juízes ‘desleais’

 

O que provocou a fúria de Trump? O fato de juízes que nomeou, por recomendação de Leonard Leo e da Federalist Society, terem tido a ousadia de decidir contra ele, com base na lei, em vez de decidir a seu favor, por dívida de lealdade. Para ele, esses juízes estão tentando destruir o país.

 

A gota d’água foi a decisão de juízes do Tribunal de Comércio Internacional dos EUA (U.S. Court of International Trade) que bloqueou a implementação do tarifaço de Trump — uma pancada no pilar principal de sua política econômica.

 

Um dos três juízes do colegiado que tomou a decisão, Timothy Reif, foi nomeado pelo próprio Trump em seu primeiro governo, por recomendação de Leonard Leo. Dos outros dois juízes, um foi nomeado pelo ex-presidente republicano Ronald Reagan e o outro, pelo ex-presidente democrata Barack Obama.

 

Mas não foi só isso. Juízes federais, alguns dos quais nomeados por Trump, bloquearam algumas das ordens executivas que ele emitiu desde que tomou posse, em 20 de janeiro — até por serem inconstitucionais.

 

As relações do presidente com Leonard Leo e a Federalist Society começaram a azedar, no entanto, no final de 2020. Trump considerou uma traição o fato de os três ministros conservadores que nomeou para a Suprema Corte — Neil Gorsuch, Brett Kavanaugh e Amy Coney Barrett — não o terem apoiado em sua fracassada luta para mudar o resultado das eleições presidenciais daquele ano, que perdeu para Joe Biden.

 

Trump esperava que, com esses três ministros e a ajuda de seus fiéis escudeiros Clarence Thomas e Samuel Alito, a Suprema Corte faria o que fez em 2000, quando entregou a presidência a George W. Bush. Mas isso não aconteceu.

 

O presidente irá, provavelmente, pagar um preço por seu destempero. Todos os ministros conservadores da Suprema Corte, bem como a grande maioria dos juízes federais nomeados por presidentes republicanos, são muito mais ligados a Leonard Leo do que a ele.

 

E eles mantêm um relacionamento estreito, de longa data, com a Federalist Society, que é a instituição mais prestigiada nos meios conservadores do país. “Quando alguma coisa sai errada, Trump sempre busca um bode expiratório. E nem mesmo seus aliados políticos são imunes a tal tratamento”, disseram alguns republicanos que já se afastaram do presidente. 

 

*Via Conjur com informações adicionais das publicações Politico, Vox, AP, MSNBC, AP e Time.

 

 

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