Alexander Venediktov, secretário adjunto do Conselho de Segurança Nacional da Rússia, alertou na quinta-feira (13) que uma eventual adesão da Ucrânia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) é o caminho para um conflito que arrastará o mundo inteiro. "Kiev está bem ciente de que tal passo significaria uma escalada garantida para uma Terceira Guerra Mundial", afirmou à agência de notícias russa Tass.
Ele acusou o Ocidente de ser "parte direta no conflito". As declarações de Venediktov colocam mais tensão ante reiteradas ameaças de autoridades do Krtenlin sobre o uso de armas nucleares táticas e coincidem com um momento delicado das forças de Moscou no país.
No front, a Rússia anunciou que ajudará a organizar a retirada dos moradores da província ucraniana de Kherson, que anexou no mês passado, em um novo sinal de que a contraofensiva ucraniana segue avançando. O anúncio ocorre um dia depois que a Ucrânia reivindicou ter recuperado cinco localidades dessa região, no sul do país. "O governo decidiu organizar uma ajuda para a remoção dos habitantes para outras partes do país", declarou o vice-primeiro-ministro russo, Marat Khusnullin, à TV russa.
Previamente, as autoridades de ocupação russas de Kherson tinham pedido a Moscou que retirasse os civis desse território anexado pela Rússia no fim de setembro e alvo de uma contraofensiva do Exército ucraniano. "Pedimos que todos os moradores da província de Kherson que queiram se proteger dos mísseis (ucranianos) possam ir para outras regiões" russas, afirmou no Telegram o chefe da administração regional de ocupação, Vladimir Saldo. "Peguem seus filhos e vão." Kherson, localizada perto da fronteira da Crimea, foi a primeira metrópole conquistada pelas forças russas desde 24 de fevereiro.
Ataque nuclear
O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, enviou uma forte mensagem ao Kremlin depois de ameaças veladas do presidente russo, Vladimir Putin, de recorrer a armamentos nucleares na Ucrânia.
"Qualquer ataque nuclear contra a Ucrânia vai gerar uma resposta; não será uma resposta nuclear, mas será tão forte do ponto de vista militar que o Exército russo ficará aniquilado", advertiu. Para Borrell, Putin "garante que não está mentindo. E não pode se dar ao luxo de blefar agora". Mas "aqueles que apoiam a Ucrânia também não estão blefando", apontou.
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