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geral Segunda-feira, 21 de Junho de 2021, 16:11 - A | A

Segunda-feira, 21 de Junho de 2021, 16h:11 - A | A

PROTESTO NA SERRA

Pequenos produtores região Serra São Vicente querem saber quem é seu município mãe; protestam nesta terça

Assessoria

Imagem ilustrativa

 

Cerca de duas mil famílias de pequenos produtores rurais da região polo de produção de hortigranjeiros próximo à Serra de São Vicente, farão um manifesto público nesta terça-feira (22) a partir das 14 horas na BR 364 em frente à Escola Agrícola (IFET), com intuito de chamar a atenção das autoridades do Estado para um problema que já dura mais de 30 anos.

O produtor Nadir Moreira, presidente da Associação Córrego do Ouro, uma das seis comunidades, diz que nasceu naquele local e que a situação geográfica dos assentamentos nunca foi esclarecida pela autoridade pública.

“Ninguém aqui sabe a qual município nós, de fato, pertencemos”, diz Nadir, alegando que esse problema se arrasta há décadas e chegou a um estado insustentável pois essa indefinição não permite a regularização das terras e por consequência trava o sistema de crédito e dificulta o processo de produção, colocando todas as famílias em dificuldades.

Durante a gestão Dante de Oliveira, o Assentamento Mata Mata, também na região, era considerado a “menina dos olhos” do Governo. Foi naquele período que o Governo levou a energia e água tratada, construiu pontes de concreto e forneceu sistema de irrigação. Como resultado desses investimentos só o Mata Mata foi responsável por 15% dos produtos que abasteciam Cuiabá e Várzea Grande.

Entenda o caso

A Lei Federal 10.500/2017 responsável pelo reordenamento territorial dos municípios brasileiros definiu que os Assentamentos Mata Mata, Santo Antônio da Fartura, Bigorna, Córrego do Ouro, Serrana, Bom Jardim e São Vicente fossem anexados ao território do município de Campo Verde.

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Pequena propriedade na Serra de São Vicente

 

Alegando falha nos procedimentos que gerou aquela lei, políticos de municípios que perderam parte de seus territórios como Chapada dos Guimarães e Santo Antônio do Leverger deram início a uma série de interpelações judiciais que perdura até hoje.

Apesar da lei federal ter definido o novo layout territorial, a Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (SEPLAG), antiga SEPLAN, em seus registros considera aquele território como "área branca isolada pertencente a Cuiabá".

Como consequência desse imbróglio, segundo a maioria dos líderes dos assentamentos, é que a região foi aos poucos perdendo apoio e assistência técnica da Capital.

Segundo o líder Nadir Moreira, Santo Antônio de Leverger distante 137 km dos Assentamentos é quem detém o controle dos votos dos eleitores da região, mas "por questões óbvias" não oferece o apoio necessário aos produtores.

Cuiabá (90 km), cujos políticos não são favorecidos por esses votos, naturalmente também não teria o mesmo interesse que teve na era Dante.

E por último o Município de Campo Verde, (60 km) a quem pertence “provisoriamente” o território desses assentamentos, é quem está sempre de portas abertas oferecendo às famílias dos assentados a assistência à saúde e algum tipo de apoio técnico.

A interpelação jurídica sobre a lei federal estaria hoje sob efeito de uma decisão liminar que favorece o município de Chapada dos Guimarães e impediria o município de Campo Verde de assumir de vez e realizar qualquer tipo de investimento na área dos assentamentos.

Reivindicações

O grupo de lideranças dos assentamentos da região de São Vicente reivindicam das autoridades de Mato Grosso a interferência do Estado para solução definitiva desse conflito.

Eles querem que o parlamento estadual apresente um projeto lei que permita que o território dos Assentamentos Rurais seja anexado ao município de Campo Verde conforme determinou a lei.

Nadir Moreira acrescenta que é vantajoso para os assentados que ali pertença ao município de Campo Verde por diversos motivos e elencou o fato de estarem mais próximos ao município. Pesaria também a favor o fato de Campo Verde ser um município produtor agrícola e possuir políticas de apoio ao setor rural. Ele deixa claro, porém, que quer uma discussão aberta e democrática. "O que nos interessa mesmo é pôr um fim à esse drama".

 

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