A juíza de Direito Betina Meinhardt Ronchetti, da 16ª vara Criminal de Porto Alegre/RS, condenou uma mulher por estelionato. Ela se passava por agente da saúde para aplicar golpe do "bolsa-remédio". Os valores obtidos com as fraudes chegaram a quase R$ 30 mil e as vítimas eram sempre idosas.
Conforme testemunhas, a mulher se apresentava vestindo jaleco e como profissional da saúde - médica, enfermeira, pesquisadora - ou assistente social, abordando as vítimas em suas próprias casas. Em um dos episódios, disse ao casal de idosos que as consultas, até então realizadas no posto de saúde, passariam a ser residenciais. Em outro, garantiu remédios gratuitos.
Depois de convencer as vítimas com as falsas promessas, pedia que colocassem o cartão de crédito (junto com a senha anotada) em um envelope, sob o argumento de que era necessário fazer um cadastro e colocar os cartões do banco com senha num envelope. Ela então lacrava o documento e orientava, com uma explicação qualquer, que as vítimas não o abrissem até segunda ordem.
Antes de deixar o local ela então trocava os envelopes e devolvia aos donos não o mesmo, mas outro com o cartão de pessoa diversa.
Golpe
Ao apreciar o caso, a magistrada observou que a troca dos cartões entre as vítimas apenas reforçou que a autoria do golpe era sempre da mesma pessoa, "vale dizer, da ré, que foi identificada seguramente por uma das vítimas, apontada por outra e descrita por todas da mesma forma", disse.
Segundo a juíza, outros elementos atestam a culpa da mulher, tais como ocorrências policiais referentes aos estelionatos, autos de arrecadação e extratos bancários. Ainda, comentou que as mentiras iludiam sempre pessoas mais vulneráveis, todas acima dos 60 anos de idade - fator agravante que resultou em acréscimo na pena.
"As circunstâncias são graves porque a ré utilizava a fragilidade na saúde das vítimas para ludibriá-las, culminando por deixá-las com menos condição econômica de fazer frente a esses problemas."
A mulher deverá cumprir pena de 10 anos de reclusão, em regime inicial fechado, no entanto, poderá apelar em liberdade.
Nossas notícias em primeira mão para você! Link do grupo MIDIA HOJE: WHATSAPP