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Domingo, 01 de Junho de 2025, 07h:02 - A | A

NESTE DOMINGO

México realiza eleição sem precedentes de juízes do país pelo voto popular

Redação

 

(Imagem: Arte Migalhas)

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México realiza neste domingo, 1º, primeira eleições populares para o Judiciário.

 

 

Neste domingo, 1º, o México entrará para a história ao realizar um processo eleitoral inédito: a escolha direta, pelo voto popular, de juízes e magistrados de todos os níveis do Poder Judiciário Federal.

 

Trata-se do primeiro país do mundo a implementar a eleição popular de magistrados, conforme estabelecido pela reforma constitucional promulgada em setembro de 2024, durante o governo de Andrés Manuel López Obrador.

 

A reforma do Judiciário, aprovada após intenso debate no Congresso e em meio a protestos e greves de servidores, alterou profundamente a estrutura judicial do país.

 

Entre as principais mudanças, está a redução do número de ministros da Suprema Corte de 11 para 9, a eliminação das duas salas da Corte e a previsão de mandatos de 12 anos, com deliberações exclusivamente em plenário e sempre públicas.

 

A eleição deste ano abrange 881 cargos judiciais federais, incluindo:

 

*9 ministros da Suprema Corte de Justiça da Nação (SCJN);

 

*2 magistrados da Câmara Superior do Tribunal Eleitoral (TEPJF);

 

*15 magistrados das Câmaras Regionais do TEPJF;

 

*5 magistrados do Tribunal Disciplinar Judicial;

 

*464 magistrados de Circuito;

 

*386 juízes distritais.

 

Além desses, eleições locais harmonizadas com a reforma ocorrerão até o fim de 2025, totalizando mais de 6,5 mil cargos em disputa.

 

A campanha eleitoral, que se estendeu de 30 de março a 28 de maio, revelou um cenário atípico para cargos da magistratura.

 

Sem acesso a financiamento público ou privado, e proibidos de realizar comícios ou contratar publicidade, os candidatos utilizaram redes sociais e debates como principais meios de promoção.

 

As campanhas têm se assemelhado a pleitos legislativos, com jargões populares e abordagens teatrais.

 

Um dos postulantes à SCJN, por exemplo, se autointitula "mais preparado que um Chicharrón", prato típico do país.

 

Os candidatos, no entanto, precisaram cumprir requisitos formais: graduação em Direito, média universitária entre 8 e 9 em disciplinas específicas e ao menos cinco anos de experiência jurídica.

 

Modelo de escolha

 

Os candidatos ao Supremo foram indicados pelos Três Poderes, com paridade de gênero: dez pelo Executivo, cinco pela Câmara, cinco pelo Senado e dez pelo próprio Judiciário. A população escolherá seus nomes preferidos por voto direto, sem influência partidária.

 

Apesar das regras vedarem propaganda partidária e financiamento, a disputa tem levantado preocupações.

 

A imprensa local apontou supostas ligações de alguns candidatos com práticas ilícitas ou históricos de violência de gênero. Há receio de que o novo modelo comprometa a independência judicial, sobretudo diante da possibilidade de manipulação política ou influência do narcotráfico.

 

Contagem e resultados

 

A votação será realizada das 8h às 18h de domingo, 1º de junho. A apuração ocorrerá em etapas:

 

Contagens distritais: de 1º a 10 de junho;

 

Apuração das entidades federativas: 12 de junho;

 

Apuração das Câmaras Regionais do TEPJF: 12 de junho;

 

Resultado: 15 de junho, pelo Conselho Geral do Instituto Eleitoral Nacional.

 

Repercussões

 

Desde sua concepção, a reforma gerou reações intensas.

 

Os Estados Unidos, o Canadá e uma relatoria da ONU alertaram que o modelo ameaça o Estado de Direito.

 

O mercado financeiro também reagiu negativamente: o peso mexicano sofreu forte desvalorização após a aprovação da reforma e das eleições presidenciais, vencidas pelo partido governista Morena.

 

Claudia Sheinbaum, sucessora de López Obrador e apoiadora da reforma, iniciou o mandato em meio à consolidação desse novo Judiciário eleito, classificado por ela como "histórico".

 

Por outro lado, opositores classificam o modelo como perigoso.

 

*Via Migalhas

 

 

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