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Depois da morte da escrivã Rafaela Drumond, ex-policial militar decidiu contar o que passou na instituição
Uma influenciadora digital e ex-policial militar denuncia que abandonou o cargo na corporação por não suportar uma série de assédios morais e sexuais. A Polícia Militar de Minas Gerais abriu dois procedimentos para investigar o caso.
Bruna Celle relatou o caso em um vídeo de 12 minutos publicado nas redes sociais. Em entrevista à reportagem, a mulher contou que decidiu tornar público seu problema após a repercussão da morte da escrivã Rafaela Dumont, que tirou a própria vida na cidade de Antônio Carlos, no Campo das Vertentes, na última semana. Segundo a família, Rafaela era vítima de assédio por parte de superiores.
"Quando eu comecei a falar não e a não ceder, eu comecei a ser prejudicada nas escalas na famosa punição velada. Eu trabalhava em uma cidade e morava em outra. Eu gastava cinco horas de deslocamento por dia. Eu comecei a ser colocada em escalas em que eu não conseguia ir em casa para ver a Sofia", relatou a ex-militar sobre o que teria motivado o início das perseguições.
Bruna conta que não cedeu às investidas sexuais e a pressão aumentou com a abertura de procedimentos administrativos contra ela. "Eu tive um total de 15 processos enquanto trabalhei na polícia, em quase sete anos de trabalho. Ficou muito claro que era perseguição. Eu tive que contratar uma assessoria jurídica para me ajudar nas defesas porque eu já não tinha mais condição psicológica de me defender. E os colegas de trabalho zombavam e me chamavam de insubordinada e sapatão", relata.
O medo das perseguições fez com que Bruna Celle procurasse ajuda médica e psicológica. Ela foi diagnosticada com depressão e passou a tomar medicamentos. A ex-militar denuncia, ainda, que passou por acompanhamento psicológico na PM, mas as informações das contas teriam sido vazadas.
“Quando a gente realiza o sonho de passar no concurso a gente acha que é para sempre, mas nós podemos pedir para sair e acabar com todo esse sofrimento”, desabafa a mineira de Barbacena, que hoje mora em Corumbá, Mato Grosso do Sul. Hoje, Bruna é advogada e blogueira, tem mais de 80 mil seguidores.
Procurada, a Polícia Militar ressaltou que instaurou dois procedimentos para apurar "a existência de crimes e transgressões disciplinares cometidos pelo denunciado". "A PMMG esclarece, ainda, que, no caso em questão, o policial acusado foi transferido de imediato para outra unidade, situada em cidade distinta a que servia a denunciante, com o fulcro de garantir a lisura das apurações e a proteção da vítima.
A instituição reitera seu compromisso com a verdade e reafirma que não coaduna com condutas que configurem assédio sexual, moral ou de preconceito, apurando com severidade todas as denúncias que aportam na corporação", completou em nota.
Sinpol-MT faz alerta
Federação e sindicatos dos policiais civis do Brasil continuam denunciando a existência de 'assédio moral' em suas unidades de trabalho.
Em Mato Grosso, o Sindicato dos Policiais Civis do Estado (Sinpol-MT) tem alertado sobre denúncias de unidades envolvendo condições de trabalho, exploração, perseguição e assédio.
"São muitos os casos no Brasil de homicídiios, suicídios ou tentativa. Temos situações em Mato Grosso que nos deixam em também alerta", avisa o presidente do Sinpol, Gláucio de Abreu Castañon.
*Via R7
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