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geral Quinta-feira, 21 de Julho de 2022, 17:13 - A | A

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IGREJA E CAMPANHA

Igreja Presbiteriana do Brasil vai reunir pastores em Cuiabá para condenar comunismo e "orientar fiéis"

O Globo

Reprodução

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Reverendo Osni Ferreira, que relator do documento que será apresentado no Supremo Concílio

 

A alta cúpula da Igreja Presbiteriana do Brasil l (IPB) vai discutir a condenação do comunismo e orientação dos fiéis esquerdistas e progressistas "sobre suas inconsistências", na próxima reunião do Supremo Concílio, que será realizado entre os dias 24 e 31 de julho, em Cuiabá. Uma proposta de resolução prevê ainda a criação de uma comissão interna para tratar de temas contrários à igreja, como ideologia de gênero, transexualidade, feminismo e aborto.

 

O documento, redigido pelo reverendo Osni Ferreira, líder da Igreja Presbiteriana Central de Londrina e relator da comissão responsável pela proposição, ressalta o direito dos membros da congregação de se filiar a qualquer partido político, mas com a ressalva de que suas ideologias não podem ferir os princípios bíblicos. O documento será analisado e votado durante a reunião plenária do Concílio.

 

 

— Nós vamos discutir o comunismo, não partidos. Comunismo e cristianismo não andam de mãos dadas, já que esta ideologia nega Deus e nós pregamos Jesus Cristo. Será uma discussão entre mais de mil líderes religiosos, não vamos entrar no mérito de nenhum partido, nossa igreja é apartidária— afirmou, pontuando que a diferença entre as ideologias políticas de direita e de esquerda é que a primeira tem uma posição mais clara de oposição ao Comunismo.

 

A proposta sugere que os líderes religiosos da IPB apresentem aos fiéis "a contradição entre Marxismo e suas variantes com o Cristianismo Bíblico" e orientem os membros que são de esquerda ou progressistas sobre "suas inconsistências".

 

Trecho do documento que será apresentado no Supremo Concílio da IPB  — Foto: Reprodução

Trecho do documento que será apresentado no Supremo Concílio da IPB — Foto: Reprodução

 

O texto justifica a necessidade de discussão do tema após uma consulta de um grupo da congregação de Minas Gerais sobre como deve ser a relação dos líderes religiosos com fiéis "adeptos a partidos de esquerda". Houve também um questionamento, de um grupo de Roraima, sobre a "nefasta influência do pensamento de esquerda".

 

Parte do documento da Igreja Presbiteriana do Brasil que será votado na reunião de líderes  — Foto: Reprodução

Parte do documento da Igreja Presbiteriana do Brasil que será votado na reunião de líderes — Foto: Reprodução

 

Questionado sobre o que seriam as "inconsistências dos pensamentos de esquerdistas e progressistas", Osni Ferreira preferiu não comentar. Ele também afirmou não saber como se dará essa orientação aos líderes religiosos e como a resolução pode influenciar no processo eleitoral deste ano, caso seja aprovada.

 

Mesmo afirmando que há isenção política na Igreja Presbiteriana do Brasil, o reverendo aparece em um vídeo de um culto realizado no dia 3 de julho na Igreja Central de Londrina declarando apoio à reeleição de Jair Bolsonaro. A fala é direcionada ao deputado federal Felipe Barros (PL-PR), que estava presente na celebração.

 

"Nós temos que reeleger Bolsonaro. Irmãos, não tem outro caminho para o Brasil. Olha a América do Sul inteira . Nós temos que orar e ter deputados como o Felipe", falou Osni durante o culto, declarando apoio também à reeleição do parlamentar bolsonarista.

 

Questionado sobre seu apoio público a Jair Bolsonaro, o religioso reafirmou sua posição, dizendo que a escolha é pessoal e que continuará declarando seu voto no presidente durante os cultos.

 

— Eu apoio Jair Bolsonaro. Ele defende o que acredito: família e liberdade. Tenho direito de ter minha opinião, tenho liberdade de expressão. Vou continuar declarando meu apoio ao presidente, mas o povo é independente, vivemos em uma sociedade democrática. Não em um país onde sou obrigado a falar só o que o Partido Comunista determina — destacou o reverendo.

 

 

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