Depois da divulgação de uma análise técnica apontando que o projeto de BRT em Cuiabá e Várzea Grande vai "estrangular" o trânsito na capital e ter uma tarifa superior a do VLT (ver abaixo), a Secretaria de Infraestrutura divulgou nota questionando a informação e reafirmando que o VLT é o modal mais adequado para as duas cidades.
Este é apenas mais um 'round' entre os defensores dos dois modais.
Em quase oito anos a 'briga' já envolveu promessas políticas, delações premiadas, decisões judiciais, uma infinidade de estudos técnicos e muita conversa de boteco. Confira a posição reafirmada do governo:
"Sobre o estudo apresentado por entidades ligadas ao setor ferroviário acerca do edital de implantação do Ônibus de Transporte Rápido (BRT), a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra-MT), esclarece que:
1) A implantação do BRT não irá diminuir a capacidade viária de Cuiabá e Várzea Grande. Na maior parte do trajeto, o BRT será implantado na mesma posição proposta para o VLT.
2) O investimento público na compra de ônibus e baterias não será transferido ao usuário do transporte coletivo. A tarifa de R$ 3,04 do BRT, leva em conta o custo operacional de manutenção, administração, entre outros, relativos ao modal, mesmos parâmetros utilizados para calcular a tarifa de R$ 5,28 referente ao VLT.
3) Para tentar confundir a opinião pública, as entidades incluíram o valor da aquisição dos veículos na tarifa do BRT, mas não incluíram o valor da aquisição dos vagões na tarifa do VLT, tornando impossível a comparação apresentada.
4) O Governo do Estado agiu com transparência, sempre apresentando as premissas técnicas utilizadas no processo de escolha do BRT. Por sua vez, as entidades não apresentam nenhuma metodologia utilizada para chegar aos custos do BRT em seu estudo de seis páginas.
5) O sistema de BRT proposto pelo Governo do Estado segue todas as características definidas em manual técnico oficial publicado pelo Governo Federal.
6) Não procede a informação de que o tempo para execução das obras do BRT será superior ao VLT, uma vez que a distância, o número de terminais e estações são semelhantes. Além disso, a implantação do BRT não demanda tempo de obra para instalação de trilhos, da rede aérea de tração e das subestações de energia previstas para o VLT.
7) Com o BRT, o Estado deixará de prosseguir com quase metade dos processos de desapropriações que eram previstos para o VLT.
8) Uma vez que o BRT mantém o mesmo traçado do VLT, a Sinfra-MT solicitou a revalidação das Licenças Prévias e de Instalação já aprovadas para o VLT.
9) Em nenhum momento o Governo do Estado informou sobre a existência de Projeto Básico ou Projeto Executivo do BRT. Vale ressaltar que o VLT também não tinha 100% dos projetos básico e executivo completos, conforme apontam os boletins de medição do empreendimento.
10) A modalidade de RDCi foi a mesma usada para contratar as obras do VLT e tem toda a base legal para ser utilizada.
11) Por fim, a Carta Manifesto demonstra desconhecimento sobre o comportamento dos usuários do transporte público em Cuiabá e Várzea Grande. Uma análise do estudo sobre a origem e destino dos passageiros mostra que a operação de uma linha entre o aeroporto de Várzea Grande e o Porto de Cuiabá não atenderia a demanda da população, que é por acessar a região central da capital, o que forçaria os usuários a realizar mais uma integração."
Confira o manifesto, assinado por várias entidades ligadas ao transporte, que levou o governo de Mato Grosso a se posicionar:
Análise técnica aponta que projeto vai estrangular trânsito de Cuiabá; estimativa é que investimento e tarifa ultrapassem VLT.
Em nova carta-manifesto, Simefre (Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários) e Instituto de Engenharia de São Paulo (IE) posicionam à imprensa e sociedade em geral série de questionamentos a licitação lançada pelo Poder Executivo de Mato Grosso (RDCi Presencial n. 047/2021). Confira as conclusões e apontamentos completos do estudo:
O “BRT” ????
1. Não melhorará a mobilidade urbana de Cuiabá, Várzea Grande e sua integração, ao contrário;
2. Não é um BRT, mas “uma faixa exclusiva para o transporte público”;
3. Não dispunha de Projeto Básico e/ou Executivo quando da tomada de decisão pela troca de modal;
4. Não dispunha dos Projetos de Desapropriações;
5. Não tinha as necessárias Licenças Prévias, Outorgas e Autorizações Ambientais, antes do lançamento deste Edital;
6. Não precisaria ter lançado como RDCi, tivesse, ao menos, as Licenças Prévias e Projeto Básico;
7. Não requererá apenas R$430 milhões de investimentos, mas sim R$820 milhões, quase o dobro;
8. Não seria mais barato que a conclusão do VLT (pelos valores apresentados pelo Governo);
9. Não terá uma tarifa de R$3,04, mas sim em torno a R$5,70 e, portanto, superior à do VLT;
10. Não se enquadra como um BRT de fato, o que comprometerá sua financiabilidade;
11. Não dispunha de todos os elementos técnico-operacionais e valores para propor uma mudança de modal;
12. Não ficaria pronto em 24 meses, mas sim em 50 meses e, portanto, não estará disponível para uso da população antes de meados de 2025!
O VLT ????
1. Sim, é a melhor alternativa para a Mobilidade Urbana de Cuiabá, Várzea Grande e suas integrações;
2. Sim, possui todos os pré-requisitos de Licença Ambiental, Projetos Básico e Executivo e Projetos de Desapropriações;
3. Sim, é um modal mais seguro, eficiente, moderno e transformador urbanístico que o “BRT”;
4. Sim, é mais barato concluir o VLT que o substituir pelo “BRT”;
5. Sim, a tarifa do VLT será menor que a do “BRT”;
6. Sim, o Governo dispunha, em caixa e saldo de financiamento pré-aprovado, de totdo o valor necessário para concluir o VLT;
7. Sim, ficaria e ficará pronto antes do “BRT”.
Pelo jeito, esta história ainda vai longe.
Enquanto isso, cuiabanos e varzea-grandenses continuam esperando uma coisa, ou outra.
O que não dá é que isso se estenda ainda mais. Nunca é demais recordar que a obra deveria ser inaugurada em 2014 para a Copa do Mundo.
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