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geral Sexta-feira, 30 de Agosto de 2024, 06:00 - A | A

Sexta-feira, 30 de Agosto de 2024, 06h:00 - A | A

"CRISE DO PEPINO"

Como um tiktoker provocou uma "crise do pepino" na Islândia

Redação

 

Freepik

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"Pegue um grande reservatório transparente com tampa e, sem muita cerimônia, encha-o com um pepino inteiro ralado em fatias e um pouco de cream cheese. Adicione uma lâmina de salmão defumado, cortado miudinho com a ajuda de uma tesoura, e cebola roxa ralada em fatias. Depois, tasque molho de salada e despeje uma colher de alcaparras, suco de limão, sementes e bastante glutamato monossódico para realçar o sabor. Antes que a mistura transborde, tampe o recipiente e sacoleje-o como um barman preparando uma caipirinha – e voilà, está pronto a sua refeição!"

 

 

O resultado parece ser tão bom quanto sugere, entre uma garfada e outra, um liberado e suspirante Logan Moffitt.

 

Ele é canadense – e uma estrela do Tik Tok  com quase 6 milhões de seguidores. Seus vídeos com diferentes receitas de pepino já foram vistos mais de 30 milhões de vezes. No mundo digital, ele é conhecido pelo apelido "The Cucumber Guy": o cara do pepino.

 

Hype bateu forte na Islândia

 

A cerca de 4 mil quilômetros e mais de oito horas de voo dali, na Islândia, os vídeos de Moffitt se transformaram em um problema.

 

Até então, os gargalos de abastecimento não faziam parte da vida no pequeno país insular europeu no norte do Atlântico, com os seus quase 400 mil habitantes.

 

Também não se sabia que a Islândia, conhecida principalmente pelos seus vulcões, clima impetuoso e paisagens ancestrais, tinha alguma obsessão especial por pepinos – vegetal cuja produção doméstica em estufas é de seis milhões de unidades, uma média anual de mais ou menos 15 pepinos por habitante.

 

Só que desde que as receitas de saladas de pepino de Moffitt caíram no gosto de alguns insulares no início de agosto, a procura pelo vegetal explodiu e fez ele sumir dos supermercados.

 

Com isso, a Islândia passou a importar pepinos da Holanda.

 

 

Uma outra receita de salada de pepino de Moffitt – que leva óleo de gergelim, vinagre de arroz e alho – ficou tão popular entre os insulares que fez esgotar também esses outros ingredientes no país, segundo noticiou a BBC.

 

Modas que surgem tão rápido quanto desaparecem

 

Não é nem de longe que influenciadores nas redes sociais desencadeiam uma corrida por alimentos específicos – ainda que na maioria das vezes esse hype não afete países inteiros.

 

Em julho de 2023, um blogueiro de comida postou no TikTok imagens de croissants com recheios coloridos comprados em uma padaria de Nova York. Apesar do preço salgado – quase 10 dólares por unidade –, o vídeo fez o estabelecimento ser praticamente invadido pela clientela. Por dias, filas enormes se formaram diante do estabelecimento, que chegou a limitar a compra de dois croissants por cliente.

 

Em janeiro de 2024, o influenciador suíço Steve Merson anunciou no TikTok que distribuiria kebabs de graça em uma lanchonete nos arredores de Zurique. A sensação foi tamanha que a polícia teve que dissipar a multidão duas horas depois.

 

Em Nurembergue, na Alemanha, um restaurante foi invadido por uma multidão após dois youtubers anunciarem a criação de um prato próprio. Em outra cidade, Regensburg, a cena se repetiu após três estrelas do universo gamer anunciarem nas redes sociais que distribuíam guloseimas em outro estabelecimento.

 

A cena dos influenciadores de comida tem crescido cada vez mais nos últimos anos. Diversos tiktokers se firmaram nesse meio com pratos próprios – e absolutamente excêntricos, em alguns casos –, atraindo uma legião fiel de fãs que seguem e analisam suas receitas.

Criações cada vez mais malucas

 

O que todas essas modas gastronômicas têm em comum é que elas vêm e passam com a mesma rapidez.

 

Também na Islândia a indústria de alimentos parece relativamente despreocupada: no mais tardar em uma semana o abastecimento de pepinos deve ser regularizado, tranquiliza uma porta-voz da associação de agropecuaristas.

 

No momento, o sucesso de Moffitt nas redes parece encorajá-lo a ousar cada vez mais em suas criações: em uma de suas receitas mais recentes, o "cara do pepino" mistura o vegetal com geleia de morango, manteiga de amendoim e mel. É provável, porém, que essa combinação desencadeie uma nova crise de abastecimento na Islândia.

 

*Via DW

 

 

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