Um estudo de pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) apontou que para ter toda a população do estado vacinada contra a Covid-19 ainda em 2021, a média de doses semanais deve ser ampliada para 115 mil.
Atualmente, a média de doses aplicadas por semana em Mato Grosso é de pouco mais do que 31 mil. Mato Grosso tem 445.690 casos confirmados da Covid-19 e 11.826 vidas perdidas, segundo o último balanço divulgado pelo governo.
A nota técnica sobre a vacinação contra Covid-19 em Mato Grosso foi divulgada nesta quinta-feira (24) e alerta para a lentidão do processo e a necessidade de manutenção das medidas não farmacológicas de prevenção da doença.
O material foi desenvolvido com rigor científico, utilizando dados oficiais e metodologia estatística testada e comprovada.
Segundo os pesquisadores, neste ritmo, para atingir a meta de vacinar 75% da população com as duas doses, de forma a controlar efetivamente o contágio pela doença, o estado ainda estaria vacinando no final de novembro de 2022.
Com um incremento neste processo, aumentando a média de doses aplicadas para 56 mil, a mesma meta poderia ser alcançada ainda em maio de 2022. No entanto, para isso, o estado deverá quadruplicar o número de doses aplicadas.
Outro aspecto levantado pelo estudo é a importância de manter as medidas não farmacológicas de prevenção da doença, como o distanciamento físico, higienização e o uso de máscaras, e a adoção de medidas mais rigorosas de restrição de circulação.
De acordo com a projeção, se mantido um ritmo de vacinação baixo, sem qualquer outro cuidado para evitar a transmissão da doença, a redução do número de casos alcançaria apenas 8%.
Por outro lado, com a adoção de medidas que previnam a transmissão da doença, a redução no número de casos poderia ser de até 28%, mesmo com o ritmo baixo de vacinação, e até 31% com um ritmo mais acelerado.
De acordo com os pesquisadores, a análise indica que a redução da mortalidade no grupo com mais de 70 anos já pode ser resultado da vacinação, considerando os vários estudos que apontam para a efetividade das vacinas na redução de casos graves e óbitos.
No decorrer da pandemia, o grupo produziu mais de 80 informes sobre a situação da covid-19 em Cuiabá e Várzea Grande, oito notas técnicas sobre a situação em Mato Grosso, um artigo e dois capítulos de livro com dados.
Ele é formado por pesquisadores do Instituto de Saúde Coletiva, do Departamento de Matemática, do Departamento de Geografia e da Faculdade de Estatística da UFMT.
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