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Foto: Reprodução/Colma Historical Association
Exumação de corpos em cemitério de São Francisco para transferência a Colma
Um pequena localidade na Califórnia (EUA) é apelidada de "Cidade do Silêncio". A vida em Colma é bem pacata para os seus 1.509 moradores. Mas algo desperta atenção para a cidade: há mil mortos enterrados nela para cada morador. Colma tem vários cemitérios, que abrigam nada menos que os restos mortais de 1,5 milhão de pessoas.
Cerca de três quartos do perímetro urbano de Colma são cobertos por cemitérios. Eles já são 17. As pessoas costumam dizer que o que Las Vegas está para o jogo, Colma está para a morte. São tantos mortos que muitos brincam que Colma é o pior lugar para se estar no caso de um "apocalipse zumbi".
A explicação remonta a 1914, quando uma ordem fez com que corpos começassem a ser removidos de cemitérios de São Francisco e novos sepultamentos acabassem proibidos na cidade. Por trás disso estava a especulação imobiliária. A cidade crescia a um ritmo acelerado e as áreas dos cemitérios ficaram supervalorizadas. Vias públicas também precisavam cruzá-las. O destino dos cadáveres foi Colma, que ganhou ao longo de décadas uma superpopulação de mortos. E um grande número de visitantes. De túmulos.
"Muitos foram para valas comuns porque não havia parentes para pagar os US$ 10 pela remoção", afirma o site do governo.
O trabalho de exumação foi duro e demorado. Padres se revezaram para acompanhar o processo, e os reflexos custaram a sumir.
"O cheiro da morte estava sempre presente", escreveu em 1950 um funcionário da área de Planejamento da prefeitura de São Francisco.
Na contramão, se você quiser procurar túmulos em São Francisco, suas opções são limitadas. O cemitério solitário da cidade fica em Mission Dolores, mas tem apenas um sexto do tamanho original. Onze mil mortos foram enterrados lá desde 1782 a 1898. Ele só foi mantido, a pedido da Igreja Católica, por razões históricas.
Quatro cemitérios enormes – Laurel Hill, Calvary, a Independent Order of Odd Fellows e o Masonic Cemetery – funcionavam em terras que a Universidade de São Francisco ocupa atualmente.
O movimento de transferência, na verdade, já vinha sendo feito antes mesmo de 1914. Os primeiros a sair de São Francisco foram dois cemitérios judaicos, Hills of Eternity e Home of Peace. Na década de 1880, eles abandonaram os terrenos que hoje compõem o Dolores Park para uma área agrícola de Colma. Alguns anos depois, a Arquidiocese de São Francisco, ficando sem espaço na cidade, estabeleceu o Cemitério da Santa Cruz de Colma.
Alguns cadáveres, entretanto, acabaram sendo deixados para trás, e a cidade cresceu sobre eles. Durante reformas nas décadas seguintes, muitos deles acabaram sendo descobertos. Em 2011, escavações na Universidade de São Francisco descobriram cerca de 55 caixões, 29 esqueletos e vários crânios foram desenterrados.
Uma das descobertas mais surpreendentes ocorreu em 1993, quando a Legião de Honra estava passando por uma reforma sísmica. Quando a escavação começou, cerca de 750 corpos foram descobertos no Cemitério Golden Gate, também chamado de Cemitério da Cidade, que foi usado de 1868 a 1909.
O "LA Times" informou que os restos incluíam "um homem que tinha um terceiro braço enterrado com ele e vários cadáveres de faculdades de Medicina".
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