O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pediu que a população brasileira inicie uma campanha de economia de energia elétrica dois dias depois de a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) anunciar a reativação da bandeira tarifária vermelha, estabelecendo um aumento nas contas de energia a partir de dezembro.
A bandeira vermelha que foi definida para o mês atual é a de nível 2, prevendo um acréscimo de R$ 6 para cada 100 kWh consumidos. Em maio, a Aneel congelou os reajustes tarifários de energia até 2021, mantendo as contas em bandeira verde, por causa dos efeitos da Covid-19. O decreto foi revogado pela agência na última terça (30).
Ao lado dos ministros Bento Albuquerque (Minas e Energia) e Ricardo Salles (Meio Ambiente), Bolsonaro afirmou em sua live semanal que a medida é necessária por conta de alguns índices baixos nos reservatórios de todo o país e também de um maior gasto de energia que, segundo ele, é decorrente do aquecimento da economia brasileira após os meses de contingência por causa da pandemia.
Segundo o ministro Bento Albuquerque, a estiagem está obrigando o país a utilizar energia de usinas termoelétricas, que são mais custosas.
O presidente citou que mandou desligar o aquecedor da piscina olímpica do Palácio do Alvorada – "uma economia de R$ 10 mil por mês, desde o ano passado", segundo ele – e afirma que costuma desligar todas as luzes do local por volta das 22h para economizar energia. Em seguida, fez um apelo para que a população fizesse o mesmo.
"Você pode apagar uma luz agora, evitar desperdício, ou tomar um banho um pouco mais rápido que também ajuda a manter os reservatórios mais altos", disse Bolsonaro. "Apague uma luz em casa agora, se for possível ligue o ar-condicionado mais tarde e desligue mais cedo. Ajuda a gente", pediu.
Na sequência, ele citou a reativação da bandeira vermelha nas contas de luz. "São R$ 6 a mais a cada 100 kWh gastos. Você pode compensar esses R$ 6 e fazer uma economia, o que é bom para todos nós do Brasil. Não é maldade nossa, não é para arrecadar mais, é que estamos usando energia de fonte mais cara, como a termoelétrica."
O presidente questionou ao ministro de Minas e Energias se a bandeira será extinta "logo que voltar à normalidade". "Claro. Isso é avaliado mensalmente e em casos extraordinários, como é o caso agora", respondeu Albuquerque.
Além de tratar do assunto do aumento na tarifa, Bolsonaro e Albuquerque comentaram a situação do apagão do Amapá, em novembro, e o ministro afirmou que o blecaute prolongado foi "inaceitável".
"Estabelecemos um gabinete de crise e determinamos um replanejamento energético não só do Amapá, mas de outras regiões com as mesmas características, para que isso não ocorra no futuro", disse Albuquerque.
Gripezinha
Na live desta quinta, Bolsonaro afirmou novamente que nunca classificou a covid-19 como "gripezinha". Em seguida, ele mesmo mostrou o trecho em que se refere à doença dessa forma e declarou que, na ocasião, estava falando sobre os reflexos da covid-19 em seu próprio corpo.
A afirmação desta quinta ocorreu uma semana depois de ele ter defendido essa mesma tese. Ele criticou a imprensa que relembrou seu pronunciamento de 24 de março e mostrou o áudio que, segundo ele, não representa o que os veículos noticiaram.
No pronunciamento de março, Bolsonaro afirmou o seguinte: "Pelo meu histórico de atleta, caso fosse contaminado pelo vírus, não precisaria me preocupar, nada sentiria ou seria, quando muito, acometido de uma gripezinha ou resfriadinho."
Na hora de reproduzir o trecho do áudio, Bolsonaro pediu que a pessoa responsável cortasse logo depois de ele falar "acometido de uma gripezinha". Em seguida, enfatizou: "para o meu caso particular, o meu histórico de atleta".
"A covid me pegou e eu não senti absolutamente nada, como muita gente. Tem que ter cuidado com pessoas de idade, como é o meu caso, com 65 anos, ou quem tem comorbidades", disse o presidente.
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