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geral Quarta-feira, 19 de Agosto de 2020, 09:37 - A | A

Quarta-feira, 19 de Agosto de 2020, 09h:37 - A | A

POLÊMICA

Aborto legal de menina de 10 anos estuprada é criticado por presidente da CNBB: 'Crime hediondo'

Extra

Foto reprodução Facebook

Dom Walmor Oliveira de Azevedo, presidente da CNBB, criticou o abordo legal feito por menina de 10 anos

 

O aborto legal feito pela menina de 10 anos estuprada pelo tio, em São Mateus (ES), foi criticado pelo presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Dom Walmor Oliveira de Azevedo, que é arcebispo de Belo Horizonte (MG), chamou de "crime hediondo" após a criança passar pelo procedimento, mesmo gerando um bebê fruto de uma violência sexual, na qual era submetida desde os 6 anos dentro de casa. Em uma publicação feita em sua página no Facebook, o arcebispo disse que "a violência sexual é terrível, mas a violência do aborto não se explica".

 

"Lamentável presenciar aqueles que representam a Lei e o Estado com a missão de defender a vida, decidirem pela morte de uma criança de apenas cinco meses, cuja mãe é uma menina de dez anos. Dois crimes hediondos. A violência sexual é terrível, mas a violência do aborto não se explica, diante de todos os recursos existentes e colocados à disposição para garantir a vida das duas crianças. As omissões, o silêncio e as vozes que se levantam a favor de tamanha violência exigem uma profunda reflexão sobre a concepção de ser humano. Peço a Deus consolação para todos os envolvidos nessa desafiadora e complexa situação existencial, que feriu de morte a infância, consternando todo o país. O precioso dom da vida precisa ser, incondicionalmente, respeitado e defendido", escreveu o texto.

  

 

Alinhado ao discurso do presidente da CNBB, dom Ricardo Hoepers, bispo de Rio Grande (RS) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da CNBB, ressaltou também a posição da Igreja em salvar as duas vidas. Em entrevista ao programa "Com a Mãe Aparecida", da Rede Aparecida de Rádio, Hoepers afirmou que "tinham condições de manter as duas vidas".

"De um ato criminoso, de um ato horrendo, de um ato abominável, nós demos a pena capital a um bebê. É uma coisa que eu não me conformo. E é em nome desse bebê que nós como Igreja queremos falar também, queremos refletir. Não estamos negando nenhuma outra realidade, não estamos negando a dureza específica dessa família, especialmente dessa menina-mãe, mas o que nós estamos pensando e temos que refletir – e temos que enfrentar esse debate – é por esta criança ter sido o bode expiatório. Quem levou a culpa de toda a violência foi um bebê inocente”, disse na entrevista.

 

Dom Ricardo Hoepers, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da CNBB
Dom Ricardo Hoepers, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da CNBB Foto: Divulgação

 

Em relação a um posicionamento sobre o estuprador, dom Ricardo ressaltou que não é necessário explorar esta questão, uma vez que “ele é um criminoso” e “há um consenso que ele deve pagar pelo que ele fez”. O bispo ainda criticou a ação legal das autoridades em relação ao processo até chegar no ato que interrompeu a gestação.

“Não foi respeitado um processo que de fato levasse em conta o estágio em que a criança estava, o laudo técnico que foi dado no hospital em Vitória. Médicos deram laudo dizendo que o aborto não era a solução, nem o melhor pelo estágio que estava o desenvolvimento da criança. Então porque isso não foi respeitado? Isso é um ponto que eu acho que a sociedade precisa de esclarecimento. Havia todas as outras possibilidades de sobrevida das duas crianças, porque nós optamos pela morte?”, disse.

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