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economia Sábado, 22 de Junho de 2019, 10:18 - A | A

Sábado, 22 de Junho de 2019, 10h:18 - A | A

Viagem

Brasileiros estão trocando o avião pelo ônibus

Bruno Rosa e Bárbara Nóbrega, do O Globo

De janeiro a maio deste ano, o número de passageiros de ônibus em viagens interestaduais aumentou 12% ante igual período do ano passado, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros (Abrati). Nos primeiros quatro meses de 2019, o número de pessoas que embarcaram num avião rumo a outro estado cresceu 2,95%, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Empresas de transporte rodoviário já vem lançando novas rotas. O movimento ocorre especialmente nos trajetos em que a Avianca tinha muitos voos. A companhia aérea teve as operações suspensas em 24 de maio.

Mas, apesar do crescimento, o modal rodoviário ainda está longe de desbancar o aeroviário. A quantidade de pessoas que se sentaram na poltrona do ônibus foi menos da metade das que optaram pela do avião no ano passado.

Nos primeiros quatro meses de 2019, o número de pessoas que cruzaram as divisas entre os estados brasileiros a bordo de avião cresceu 2,95%, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Os dados de maio para bilhetes aéreos ainda não estão disponíveis.

Ix Chel Barbosa, que trocou o avião pelo ônibus em suas viagens Foto: Bruno Kaiuca / Agência O Globo

Ix Chel Barbosa, que trocou o avião pelo ônibus em suas viagens Foto: Bruno Kaiuca / Agência O Globo

O movimento pode ser um indício de consolidação de uma tendência verificada no ano passado, quando o ritmo de crescimento do transporte de passageiros sobre rodas superou o feito com asas. Desde 2010, quando o número de pessoas transportadas por avião ultrapassou o das que viajavam de ônibus pela primeira vez no país, a procura pelas estradas vinha caindo — a exceção foi o ano de 2012, quando houve uma leve alta.

Mas o modal rodoviário ainda está longe de desbancar o aeroviário quando se trata de passageiros. A quantidade de pessoas que se sentaram na poltrona do ônibus (41,8 milhões) foi menos da metade das que optaram pela do avião no ano passado (86,2 milhões).

— Com menos opções e preços mais altos, a migração (do avião para o ônibus) é inevitável. Muitas pessoas estão evitando andar de avião. Vivemos uma crise do setor aéreo no país, o que traz impactos para toda a economia. O crescimento do transporte rodoviário só não é maior porque as distâncias são muito grandes —explica Ulysses Reis, professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) e sócio da consultoria Inovação em Varejo, que atribui o aumento na procura pelo ônibus ao vazio das rotas operadas pela Avianca, ao alto valor dos bilhetes aéreos e à cobrança por bagagem e outros serviços, como marcação de assento.

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