MATO GROSSO, 25 de Abril de 2024

cotações: DÓLAR (COM) 5,15 / EURO 5,51 / LIBRA 6,42

conversa da semana Segunda-feira, 25 de Novembro de 2019, 08:11 - A | A

Segunda-feira, 25 de Novembro de 2019, 08h:11 - A | A

CONVERSA DA SEMANA

Everton Pop promete sacudir a TV e brigar pela liderança de audiência: "eu precisava alçar novos voos"

Pop inicia seu programa no SBT e promete sacudir a audiência do horário; além da ação direta em Cuiabá e Várzea Grande, vai entrar ao vivo em Sinop, Rondonópolis e Nova Mutum

Redação/Midia Hoje

 Em uma trajetória de sucesso, Pop inicia agora desafio no SBT 

Everton Pop tem 45 anos e é um dos comunicadores mais populares de Mato Grosso. Já foi  um dos vereadores mais votados da história da capital, mas hoje garante não querer mais disputar eleição.

Pop provocou uma enorme surpresa no mercado neste mês de novembro ao trocar a TV Cidade Verde, onde acumulou 20 anos de trabalho em duas passagens, pelo SBT.

Por que a troca? Como assim? Parecia tão bem lá?

Ninguém entendeu direito o motivo da mudança de emissora, mas nessa entrevista ele deixa claro o que o levou a aceitar o convite e iniciar uma nova jornada em sua carreira. "Eu precisava alçar novos voos", explica. Ele admite que o seu grande sonho é ser um apresentador em nível nacional. 

O "Programa do Pop" na nova casa já está na grade do SBT Cuiabá e promete sacudir o ibope no horário das 11h às 13h. Aliás, falando em ibope, Pop descobriu agora que o seu programa na emissora anterior teria chegado a 18 pontos de audiência, entrando pra valer na disputa da liderança do horário do almoço com o MT1, da TV Centro América (Globo), e o programa "Cadeia Neles", da TV Vila Real (Record).

Nessa entrevista ao MIDIA HOJE, ele abre o coração. 

Fala da dor da perda da filha, Giovana, vítima de câncer. Mas, mesmo na dor, passa uma energia que contagia. Em vez de lamentar, coloca a filha no presente, morando com Deus, iluminada. Mostra como essa passagem o transformou em um ser humano melhor e deixa claro o papel que a sua esposa, Tamara, desempenhou nesse momento difícil da vida da família. 

Duro nas cobranças à classe política quando necessário; terno, carinhoso, gentil com a dona Maria, a dona Tereza...

Esse é o "Popão". Cuiabano do Porto, devorador de pequi, corintiano sofredor, admirador do saudoso Liu Arruda e de outro ícone da cultura cuiabana, Ivan Belém... Vale a pena conferir!

Quem é Everton Pop?

Eu costumo fazer essa pergunta para os meus entrevistados (risos)... eu sou um cuiabano, nascido no bairro do Porto, no Hospital Geral. Eu vim de uma família de seis irmãos, sendo cinco homens e uma mulher. Um deles, infelizmente, falecido. Meu irmão Francisval, que era advogado. Eu sou casado há 20 anos com a Tamara e tenho duas filhas, a Júlia e a Giovana. A Júlia vai fazer 18 anos em fevereiro. E a minha filha Giovana, como você sabe, mora com Deus. Neste mês de dezembro faz exatamente dois anos que ela foi morar com Deus.

 

pop

 Com a esposa Tamara e as filhas Giovana (com o pai) e Júlia: "Geovana mora com Deus"

Só quem perdeu um filho sabe o tamanho da dor! 

É difícil de explicar, sabe. Na verdade existe um mix de emoções mais diferentes e sentimentos inéditos que a gente sequer imagina. Tão logo descobrimos que a nossa filha estava com essa doença, tentamos fazer o bom combate. Iniciamos o tratamento aqui em Cuiabá, mas infelizmente não tivemos sucesso. A doença continuou. A partir dai eu e minha esposa fomos para São Paulo no GRAAC (Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer), um lugar maravilhoso. Um lugar que recebeu a minha filha, recebeu a minha esposa... e lá também fizemos o combate! E neste um ano que a minha esposa ficou lá, junto com a minha cunhada Rafaela, junto com minha filha Júlia, tivemos oportunidade de conhecer histórias de outros pais que não tiveram o convívio de 14 anos que nós tivemos com a Giovana. A minha esposa muito mais. Eu ia para lá duas vezes por mês porque continuava trabalhando, precisava trabalhar. A minha esposa se desligou do trabalho dela, passou a se dedicar exclusivamente à nossa filha. Então passamos a ter duas residências. Uma aqui e outra em São Paulo, onde minha esposa, junto com a minha cunhada, ficava para acompanhar a Gigi. Infelizmente não conseguimos ter sucesso neste combate.

Como convive com isso, passando energia, alegria às pessoas?

Deus possibilitou que neste período eu e minha esposa pudéssemos conhecer mães que foram abandonada pelos maridos assim que souberam que os filhos estavam com câncer. Eu, nas vezes em que ia a São Paulo, na recepção do hospital, (a experiência) era muito mais forte do que o quadro que eu gravo hoje "Pop nas Ruas"...

Eu ouvia histórias de caminhoneiro, de engenheiro, de pedreiro, de doutor, com filho na mesma situação da nossa filha, independente da conta bancária que ele pudesse ter. O GRAAC é um hospital infanto-juvenil especializado no combate à essa doença. É um hospital maravilhoso. Todos aqueles que têm a bênção de Deus de ter dinheiro, deveriam doar, deveriam ajudar esse hospital. Foi esse o combate que fizemos. E hoje nós temos esse aprendizado. Penso que com essas batidas que a vida dá você pode ser um ser humano melhor, pode tentar amenizar a dor do próximo, e é isso que eu tento fazer no programa de televisão. Hoje na TV eu tento amenizar a dor de um pai, de uma mãe, não necessariamente que tenha um filho com essa doença, mas quem padece de alguma maneira. A minha esposa também desenvolve ações parecidas. É isso! Não é uma experiência agradável, mas é uma experiência que nos faz um ser humano melhor, mas mais forte para a vida.

E o seus pais, quem são?

Meu pai Francisco Xavier da Cunha, já falecido. Meu pai esteve por mais de 30 anos na Federação Mato-grossense de Futebol de

pop 1

 Pai Francisco Xavier (em memória) e a mãe, dona Lucinda

Salão. Era chamado de baluarte na área do esporte amador, dedicado. Ele se aposentou na época pela Centrais Elétricas Mato-grossenses, a Cemat. Ele chegou a ser inclusive presidente do Grêmio Recreativo dos Funcionários da Cemat, que era o Gremat. A minha mãe, dona Lucinda, sempre foi do lar. Uma pessoa extremamente católica, que sempre nos passou o conhecimento de sempre estar acreditando, conversando com Deus.

A comunicação... como chegou à área?

Com 13 para 14 anos de idade, meu finado tio, J. Márcio, falecido, já narrava futebol. Foi um dos gigantes narradores aqui em Cuiabá. Montou equipe na rádio Cultura. E ele era irmão do meu pai. Apesar da nomenclatura de ser presidente de Federação, meu pai não tinha salário na área. Ele comandava esporte amador. E foi através do meu tio, J.Márcio, que comecei a enrolar os fios das transmissões que ele fazia. Naquela época não tinha essa modernidade de microfones sem-fio, transmissão pela internet. Junto com outros da equipe eu enrolava os cabos, limpava os microfones, guardava equipamentos. No dia que faltou um repórter, meu tio me deu uma oportunidade. Disse que era para ficar ali, mas que não era para falar muito (risos)... e quem disse que eu obedeci? (risos) Eu estava esperando por àquela chance. Não por estar há muito tempo na espera, até porque eu era novo, mas porque eu sabia que quando a oportunidade fosse dada eu tinha que aproveitá-la. Tinha que fazer muito bem feito. E acho que fiz. Ele gostou e dali para frente eu fui escalado como repórter esportivo. Fiquei alguns meses e quando eu entrei em um estúdio de FM, que era no mesmo prédio onde já trabalhava, no 15º andar do Palácio do Comércio, quando eu vi aquilo eu falei: uau, é isso que eu quero pra minha vida (risos). Consegui entrar fazendo um programa na madrugada da rádio Globo FM, em 1989.

E a chegada à televisão... Você fez história na TV Cidade Verde.

De fato nós chegamos em números (ibope) que, infelizmente, nem conhecíamos. A Casa à qual eu fiz parte 20 anos, minha primeira passagem pelo Grupo Cidade Verde, foram 16 anos, com o seu Beccari (Luiz Carlos, falecido em 2014). Foi ele inclusive quem me deu a primeira oportunidade de me tornar apresentador. Se hoje eu tenho a chance de ir para o mercado, ir para uma outra TV convidado como apresentador, essa outra profissão quem meu deu foi o seu Beccari. Até então eu só tinha a profissão de radialista, com DRT e tudo, mas como apresentador foi ele.

Aí você deixou a emissora e retornou tempo depois...

A minha primeira passagem eu fiquei por lá 16 anos. Entendi ao final de uma campanha (política, eleito vereador), de um ciclo de 16 anos, que era o momento de sair. Retornei à convite do Pedro Neves. Na oportunidade ele era o esposo da Fernanda Beccari. Foi ele quem me convidou para voltar ao Grupo. E esse meu retorno eu sou muito grato a ele, porque foi ele quem acreditou no meu potencial para voltar.

O Pedro Neves acabou saindo do Grupo. Isso mexeu em alguma coisa com você?

Desde que ele saiu do Grupo, por uma razão familiar entre ele e a esposa, eu, enquanto apresentador, o Dênis, enquanto diretor do programa, sentíamos bastante a ausência de um líder, alguém pra estar conosco, estimulando, dando um horizonte pra chegar. E isso, entre outros motivos, nos deram a possibilidade de aceitar o convite do SBT.

Mas deixou algo mal resolvido na TV Cidade Verde?

Eu tenho um ensinamento que a minha mãe me deu e que carrego comigo. Em público a gente não briga com quem a gente ama. Na verdade a gente não briga é com ninguém, né? Se tiver que brigar ou consertar, se dá no privado. E eu estou falando de um grupo que eu amo, que eu tenho uma história de 20 anos. Eu sou casado com uma mulher que conheci lá. A minha esposa eu conheci no grupo Cidade Verde. Como é que eu não vou ter amor a esse grupo para o resto da minha vida? Se eu tiver qualquer diferença com esse grupo eu vou manifestar no reservado, jamais em uma entrevista, jamais público. Porque tudo que eu precisei esse grupo me deu.

pop2

 Agora no SBT, o desafio de conquistar a liderança de audiência em seu horário

A troca então foi por questão profissional?

Foi uma questão profissional, de crescimento, eu precisava alçar novos voos. Não significa que eu deixei de ter gratidão. Estou com 45 anos e estou construindo uma história como apresentador. Pra você ter uma ideia, lá no Grupo Cidade Verde nós chegamos a 18 pontos no Ibope, enquanto a Globo tinha 14. Só que nós não participávamos do Ibope, a gente não tinha acesso aos números e, mesmo se tivesse, não poderíamos divulgar. Esse número que estou te dizendo eu só tive acesso e conheci agora, que vim para o SBT.

O SBT tem com o carisma de Silvio Santos e, como slogan o canal da família, parece que isso casa com o seu trabalho....

Exatamente! A emissora me dá a possibilidade de entrar ao vivo em várias cidades. Pra você ter uma ideia, eu vou entrar ao vivo em uma praça como Sinop, uma praça como Rondonópolis... Estou dizendo ao vivo! Em uma praça como Nova Mutum e mais dois links ao vivo em Cuiabá, um em uma delegacia, outro em um bairro, mostrando  o que o município precisa fazer e consertar. Isso é estrutura! Essas são ferramentas de trabalho que fazem o meu trabalho como apresentador ser cada vez melhor e chegar a mais famílias.

E a equipe... conseguiu levar parte das pessoas que trabalhavam com você?

Eu tive a liberdade de montar essa equipe. Eu tive a liberdade da Fernanda e da Mariana Beccari de escolher o time na TV Cidade Verde. E cada um desse que montou a tripulação eu, junto com o Dênis, que faz a direção, pudemos escolher. 97% do nosso time da TV Cidade Verde veio comigo para o SBT. Mesmo os que ficaram são muito bons e eu tenho ótima lembrança de fazer parte de um timaço. Ali não tem ninguém mais ou menos. Muito pelo contrário. Todo mundo é muito bom! 

Falando um pouco em política, você foi um dos vereadores mais votados na história de Cuiabá... 

pop 3

 Eleito vereador com grande votação em 2012, não se reelegeu em 2016, mesmo sendo bem votado. Pop não   quer mais saber de disputa eleitoral

É! Foram duas experiências boas. A primeira vez em que fui candidato eu não fui candidato só pelos sonhos dos outros ou de alguém que era meu patrão. Eu fui dentro de um sonho que era meu, mas quando você ganha, você não ganha sozinho. Mas quando você perde, perde sozinho. Eu conheci o sabor da vitória e conheci o sabor da derrota. Serviu. Foram aprendizados que hoje eu consigo colocar em prática apresentando o programa, fazendo uma provocação ao município. Eu tenho comigo que, de fato, nos meus quatro anos deu pra se fazer muito pouco. Não sei se quem tá lá há 12, 22 anos como vereador, consegue fazer muito. Mas como a pergunta é só a mim, eu penso que como apresentador eu posso ser mais útil para o município em que eu nasci, gosto, do que como político.

Então Pop disputando eleição, não veremos mais!

Decididamente, em conversa com a minha esposa, com a família,... Já há algum tempo eu consigo resolver problemas e demandas de uma forma mais rápida no ar, na TV, de que como vereador. Quando você é da base do prefeito e mantém a sua estrutura política na base de vários cargos na prefeitura, acaba não votando a favor de projetos que seriam, vamos dizer assim, de necessidade rápida de melhorias. Na maioria das vezes você não depende só da sua opinião para votar. Depende do líder do partido. Depende do coronel do partido. Então eu tenho sido mais útil como apresentador do que fui ou seria como político. Não tenho a menor vontade de voltar à política. Não sou candidato. Não serei candidato nas próximas eleições. Até porque dentro da TV esse é o nosso foco. É poder provocar o município, provocar quem está em cargo eletivo há 24, 28 anos.

Está tudo errado na política, Pop?

Eu não posso dizer que quem está na política são todos bandidos, todos são errados. Isso não! A politica é a única maneira de você resolver a indiferença que acontece no bairro. Eu quando estou no programa e mostro lá no popzap um morador reclamando de um buraco eu vou buscar auxílio e solução onde? Na política, com quem tá nela. Seja um secretário que foi indicado por um prefeito que é político. Então eu não posso dizer que quem tá nela é ruim, que ela não funciona. Ela (política) funciona sim. Ela é útil, principalmente nesse formato de programa onde nós vamos continuar auxiliando a dona Maria, a dona Tereza, onde ela vai mandar lá pra nós um zap-zap dizendo que na porta da casa dela tem um buraco e tá muito ruim. E aí como é que eu faço? Não vou valorizar o trabalho de um cara como o Vanderlúcio (Rodrigues, secretário Obras de Cuiabá)? Se o telespectador me mandar lá que tem um lixo, um entulho, e que precisa ser recolhido, como é que não vou valorizar um trabalho como o do secretário Stopa (José Roberto, secretário Serviços Urbanos)? A política faz parte do nosso dia a dia. O que precisamos, e eu tento fazer isso enquanto apresentador, é permitir que aquela pessoa que tá lá no bairro mais afastado, sem a presença de quem está com cargo eletivo ou função pública, seja ouvida através do programa. 

Cuiabá, o que significa pra vc?

Tenho maior orgulho de ter nascido aqui. Eu encho a boca para dizer: eu sou daqui, eu nasci aqui, na rua 13 de junho, abaixo da Casa do Artesão... eu sou do Porto! Todos os programas de rádio que apresentei sempre enaltecia o fato de ser cuiabano. Eu apresentei durante muito tempo um programa na Transamérica, então lá no Grupo Cidade Verde, que era ´Pop Chapa e Cruz, Você toma Guaraná, Chupa Caju´ e houve um bom programa. Eu faço questão de deixar um sotaque no programa da TV. Óbvio que hoje minha filha, os filhos de outros, não falam com o nosso sotaque, mas faço questão de manter isso. Tenho orgulho demais de ter nascido aqui. 

Time do coração

O meu time não tá lá essas coisas. Eu tenho muita vontade de poder fazer a portabilidade para o Flamengo. Hoje já dá pra fazer a portabilidade no celular eu tô tentando fazer a portabilidade para o Flamengo (risos) que tem dado mais alegria, mas eu sou corintiano. 

Comida preferida?

Até choro no pequi. Pequi é bom até com pedra, né? 

pop 4

 Ivan Belém e Liu Arruda (em memória): personalidades cuiabanas

Uma personalidade cuiabana inesquecível?

Eu tive a honra de trabalhar com Liu Arruda, apresentar algumas peças de teatro dele e de Ivan Belém, grande Rosito, outro monstro. Então eu vou colocar duas personalidades: Liu Arruda e Ivan Belém, duas pessoas que representam muito bem a nossa cultura, a nossa arte, dois monstros. 

Um sonho    

Um dia poder apresentar um programa nacional. Seria tipo um jogador de futebol ser convocado para seleção brasileira (risos).

 

pop 5

 Pop no estúdio do Programa Silvio Santos, em SP

 Veja vídeo da chegada de Pop ao SBT

Nossas notícias em primeira mão para você! Link do grupo MIDIA HOJE: WHATSAPP

Vídeo



Comente esta notícia