06 de Maio de 2025

cotações: DÓLAR (COM) 5,69 / EURO 6,45 / LIBRA 7,57

conversa da semana Segunda-feira, 18 de Novembro de 2019, 08:11 - A | A

Segunda-feira, 18 de Novembro de 2019, 08h:11 - A | A

CONVERSA DA SEMANA

Após brilhar no Jornal Nacional, Luzimar Collares exalta: "sou mato-grossense, nasci na roça e tenho enorme orgulho disso"

A jornalista fala da origem simples, destaca o papel da família em sua formação e do prazer que sentiu em representar Mato Grosso na bancada do Jornal Nacional

Redação/Midia Hoje

 

 

 


A participação da apresentadora Luzimar Collares no Jornal Nacional, da TV Globo, mobilizou milhares de pessoas em Mato Grosso nos últimos dias.
Em poucas oportunidades se viu tanta gente torcendo e vibrando com a presença de alguém do estado em um evento nacional. 

E com razão!

Luzimar integrou o projeto de comemoração dos 50 anos do telejornal mais visto do país. Participou de um rodízio que contempla a participação de dois apresentadores dos 26 estados, mais o Distrito Federal, todos os sábados, na bancada do JN.

E ela foi sucesso em todos os sentidos: pela simpatia, charme e competência, mas também pela mobilização criada no Estado em torno do projeto. Teve até shopping colocando telão especial para transmitir o JN no sábado (16). As redes sociais bombaram. Foi  assunto em toda esquina. 

Ao se apresentada para o público do JN na sexta, Luzimar demonstrou simpatia e desenvoltura, conquistando elogios. No sabádo (16), ao assumir a bancada ao lado do também talentoso apresentador Filipe Toledo, de Alagoas, conseguiu angariar ainda mais demonstrações de carinho.

O ponto alto de sua participação ocorreu quando decidiu terminar o JN agradecendo a TV Centro América, suas filhas Ana Luiza e Vitória e, especialmente, homenageando os 300 anos de Cuiabá com um tradicional "foi demás(x) de bom", em uma singela deferência ao linguajar cuiabano. Sua ousadia encheu os olhos de muita gente!  

Mato-grossense de Rondonópolis, Luzimar cresceu, estudou e formou família em Cuiabá. 

filhas

 Com as filhas Ana Luiza e Vitória

 

Neste final de  semana, ao conversar com o MIDIA HOJE, Luzimar falou da infância, da família e do orgulho de ser mato-grossense. "E eu faço questão de dizer que eu sou uma mato-grossense que nasceu na roça (risos). E eu falo isso pra todo mundo!", diz ela, com naturalidade.

Na correria do dia seguinte (domingo/17) a um trabalho gigantesco, gestado durante dias, e recebendo ligações de todos os cantos do estado e do país, ela não escondia a satisfação. "Olha, estou numa correria enorme, tenho umas mil mensagens no telefone, ainda não consegui ler, mas farei questão de ler todas".

Vamos conhecer então um pouco mais de Luzimar! Saber, por exemplo, que ela é "maluca" por salada. Salada? Pois é!

Ao final do texto, veja vídeos do Jornal Nacional de sexta, quando ela foi apresentada ao público, e de sábado, quando mitou com o já famoso "foi demas (x) de bom". Vale a pena!

 

Luzimar, como foi descobrir que iria apresentar o Jornal Nacional e o que pode falar agora, depois da apresentação?

Fiquei muito emocionada quando o meu chefe falou que eu ia ser a representante de Mato Grosso no Jornal Nacional. A experiência foi maravilhosa. A minha principal alegria é estar vendo a repercussão. Ainda não consegui ver todas as mensagens que as pessoas estão me mandando. Vai levar alguns dias para conseguir. Quero olhar uma por uma. Estou muito feliz, de verdade.

Você se emociona ao falar disso...

Na hora do apresentação no Jornal Nacional - e eu sei que era uma coisa simbólica - eu estava apresentando um jornal como eu faço há muitos anos, mas o fato de alí eu estar representando o meu Estado, tantas pessoas, então isso foi o que me deixou mais feliz. Ver o orgulho do mato-grossense. E eu estar ali representando o povo da minha terra e as pessoas estarem gostando do que estavam vendo.

bonner

 Semana de preparação na Globo RJ, com Willian Bonner e Ana Paula Araújo

Tanto na sexta como no sábado você demonstrou estar à vontade, leve!

A experiência foi maravilhosa. A equipe deixou a gente o tempo todo muito à vontade, sempre dizendo: olha, vocês serão vocês mesmos! Alguns ajustes de enquadramento, iluminação, mas deixaram a gente muito à vontade. É uma estrutura excelente (Globo RJ), tudo muito moderno, àquelas câmeras não têm pessoas operando, é tudo computadorizado. O nível de cuidado para que as coisas deem certo é algo impressionante. O cuidado que se tem com a apuração da notícia, com o equilíbrio da notícia e com a plástica, com a imagem...

Você, de certa forma, quebrou a tradicional saudação de "boa noite" do JN, ao emendar um "Demás(x) de bom", valorizando o linguajar cuiabano. Como foi isso?

Assim como o texto da apresentação na sexta-feira (15) não teve script, o texto de encerramento de sábado (16) também não tinha script. Eles (direção jornalismo do JN) disseram sejam vocês mesmos. A gente ouviu isso várias vezes. Então eu pensei: eu tenho que de alguma foma fazer alguma referência ao meu estado. E aí na hora eu pensei no ´demás(x) de bom´... acho que deu certo! Eu gosto muito desse linguajar típico de Mato Grosso, de Cuiabá. E foi a minha forma de homenagear o meu Estado, a capital do meu estado, que fez 300 anos, bem como o povo típico do nosso estado, que deve ter orgulho do seu jeito de falar. Eu estou muito feliz.

E o encontro com Willian Bonner...

O Bonner a gente só trabalhou com ele na quarta-feira (13) porque quinta já começou o sistema de plantão. Aí ele folgou. A gente ficou com o (Rodrigo) Bocardi e a Giuliana Morrone. Mas o dia em que a gente participou de pauta com ele, fomos bater um papo e ele foi receber nossas lembrancinhas, foi extremamente amável, um parceiro. Nos deixou super à vontade. Muito legal o contato com o Bonner.

Mas vamos lá, conhecer um pouco mais da Luzimar. Conta um pouco da sua história, onde nasceu, cresceu... 

Eu nasci em Rondonópolis e tenho 47 anos. Vim para Cuiabá com 6 anos; estudei, construí toda a minha vida em Cuiabá. Estudei a minha vida toda em escola pública. Sou da primeira turma de Comunicação Social da UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso). Sou divorciada, tenho duas filhas. Uma de 12 e uma de 20 anos. Eu  nasci num sítio onde os meus pais Edivaldo e Rosa moravam. 

pais

 Os pais: Edivaldo e dona Rosa

Um sítio que até hoje é propriedade da minha família que fica à margem da MT-130, em Rondonópolis. Minha família é uma família muito simples. Meus avós vieram do nordeste pra tentar uma vida mais confortável aqui. Tanto do lado de pai, como do lado de mãe, meus avós vieram do nordeste. Já faleceram todos. Os meus pais se casaram em Rondonópolis, moravam no sítio e lá eu nasci.  Mas não tenho memória de ter morado no sítio porque fomos morar na cidade, em Rondonópolis, quando eu tinha apenas um ano de idade. E a gente veio para Cuiabá eu tinha seis anos. 

E como era a vida nesta época?

Era simples. Mas não vou te dizer: ah, passei necessidade, não, não! A gente tinha uma vida simples mas nunca faltou nada na minha casa. E uma coisa muito importante: o meu pai sempre me incentivou muito a ler, a estudar... os meus tios também, minha tia-madrinha. Eram pessoas simples, mas que gostavam de ler, que gostavam de se informar. O meu pai me alfabetizou em casa. Quando eu fui para a escola eu tinha sete anos mas eu já sabia ler, já sabia escrever, porque o meu pai me ensinou em casa.

E a vinda para Cuiabá como foi?

Quando viemos para Cuiabá, o meu pai trabalhava como dirigente sindical. Era um dos diretores do Sindicato dos Trabalhadores Rurais. Viemos porque ele foi eleito para Federação dos Trabalhadores Rurais de Mato Grosso. Eu era criança. Aqui a gente sempre morou em bairros de periferia: Cidade Verde, Cophamil ("acho que não é muito periferia, né?"), enfim, depois no Santa Izabel que até hoje é um bairro que tem histórico de violência, mas eu nunca vivi situações assim (de violência), não!.

Como o jornalismo chegou a você?

Eu gostava muito de escrever. Eu queria escrever pra jornal, pra revista. Eu nunca tinha pensado em fazer jornalismo para a televisão. Mas não tinha o curso de Jornalismo em Mato Grosso quando eu estava terminando o ensino médio na Escola Técnica Federal. Eu fiz o vestibular para Administração de Empresas, na UFMT, e passei! Fiz a matrícula, mas surgiu o curso de Comunicação Social para jornalismo. Então eu nem fiz a confirmação da matrícula para Administração. Fiz o vestibular (Comunicação) e passei também em quarto lugar. Foi um vestibular bem concorrido.

E a TV, como chegou?

Meu início em televisão foi muito por acaso. Eu fiquei sabendo na UFMT que a TV Centro América estava precisando de uma apresentadora. Só que, assim, eu estava na metade do curso, nem na metade do curso, e aí eu falei: ah eu vou lá. Vou lá porque uma hora vou ter que ir pedir emprego mesmo (risos). E fui. E acabei sendo escolhida para ser o cargo. A apresentadora daqui estava indo para Brasília. Eu comecei e sempre fui muito curiosa. Apesar da minha função ser só apresentadora eu sempre queria fazer coisas na produção, na reportagem, aprendi um pouco de edição. Mas neste período de estudante eu fiquei na TV Centro América somente por um ano e meio. Os horários eram incompatíveis e eu não conseguiria terminar o meu curso na UFMT se eu continuasse. Então eu saí da TV numa boa, sem estresse. Nessa época eu tambem dava aula de inglês. Fui professora de inglês durante sete anos. Era muito difícil conciliar a faculdade, a aula de inglês e a TV. Por isso abri mão da TV por causa dos horários. Terminei a faculdade. Só depois, voltei a trabalhar em TV, fiquei dois anos na TV Cidade Verde, na época era SBT, de 1996 a 1998. E depois em 1999 me chamaram de volta para a TV Centro América, nessa época em Sinop. Eu era a editora-chefe regional lá. Pouco depois eu fiquei viúva. Eu era recém-casada, meu marido morreu e eu estava com uma filha bebê. Voltei para Cuiabá e é onde eu estou até hoje.

Já pensou ou pensa em deixar Mato Grosso para trabalhar na Globo Rio ou SP, por exemplo?

Ah, não parei pra pensar nisso! Eu não fico muito preocupada com essas coisas. Eu quero continuar fazendo o meu trabalho onde quer que seja. Eu estou muito bem na TV Centro América, eu gosto de trabalhar na Centro América, na rádio e na TV. Por enquanto, sem nenhum motivo para falar ´ah eu quero sair daqui de Mato Grosso´. Não! Nunca parei pra pensar nisso e neste momento também não estou pensando nisso! 

No telejornalismo, como em outras áreas, há pouco espaço para mulheres acima dos 60 anos. Acredita que haja preconceito?

Olha, a gente envelhece, né? Todo mundo envelhece. Hoje a gente já vê sim algumas caras, mulheres com um pouco mais de idade como repórteres, como apresentadoras também acima de 50. A gente tem excelentes apresentadoras que são cinquentonas e sessentonas. Leilane Neubarth na Globonews, tem também a apresentadora do Jornal da Globo (Renata Lo Prete), que também é uma excelente comentarista de economia. Já é uma pós 50. Temos a Glória Maria... tem todo esse mistério em torno da idade dela, mas com certeza tem mais de 60. Sandra Annenberg tem mais de 50. Enfim, eu acho que é uma coisa natural que os programas telejornalísticos se adptem à realidade do momento. Então, por exemplo, a nossa população está envelhecendo, e acho que vai ser natural que eles (dirigentes das TVs) também coloquem pessoas, inclusive mulheres, com um pouco mais de idade, à frente dos telejornais e programas.

Sente medo de envelhecer? É tranquila quanto a isso?

Não tenho medo de envelhecer não. Tô de boa!

Por amigos é chamada carinhosamente por "Chery", de onde surgiu esse apelido?

O apelido de `Cherysinha´ é por causa da primeira fase minha na Centro América. Eu era estudante de jornalismo ainda. Nesta época eu já era professora de inglês e estava estudando espanhol e francês. Eu conclui os meus estudos em inglês, tenho certificado da Universidade de Cambridge (Inglaterra); concluí os meus estudos no espanhol, com certificado da Universidade de Salamanca (Espanha) e o francês eu não conclui. Mas eu amava chegar na redação falando para todo mundo ´Bonjour´... e aí as pessoas começaram a me chamar Cherysinha e ficou até hoje (risos)... então foi isso, por causa da época que estudava francês. Eu não era professora. Só fui professora de inglês, mas estudava francês.

O que não pode faltar na cozinha da Luzimar?

Na cozinha da Luzimar não pode faltar salada. Eu acho que já fui lagarta em uma outra dimensão, em uma outra encarnação (risos). Eu como salada todo o dia. Muita salada. Fruta e verdura não podem faltar de jeito nenhum. 

Cuiabá, Mato Grosso... o que significam pra você?    

Mato Grosso pra mim é meu lugar no mundo. Eu adoro viajar. Já viajei para alguns países, eu adoro viajar para outros estados, conhecer outras culturas, mas eu me sinto muito em casa em Cuiabá, em Mato Grosso. Eu tenho uma enorme gratidão por este lugar, onde meus avós maternos e paternos conseguiram construir uma vida de conforto para tantos filhos. Tanto os meus avós paternos quanto os maternos tinham muitos filhos. Nem todos (os filhos deles) vieram para Mato Grosso, mas os que vieram conseguiram ter uma vida digna, criar seus filhos... então, assim, eu tenho muito orgulho de dizer que eu sou mato-grossense, e eu faço questão de dizer que eu sou uma mato-grossense que nasceu na roça (riso). E eu falo isso pra todo mundo! E eu tenho muita gratidão por tudo o que Mato Grosso me proporcionou. As minhas filhas nasceram em Mato Grosso, contruí minha vida, minha carreira em Mato Grosso. Eu amo o meu Estado!

Resume o que foi o JN em sua vida!

Eu sou muito orgulhosa de ser mato-grossense, reitero, e eu estou muito feliz pelos mato-grossenses terem se sentido representados e orgulhosos com a participação de Mato Grosso no Jornal Nacional. Sei que foi algo simbólico, mas se pude representar bem, isso me deixa feliz!

 

 

Nossas notícias em primeira mão para você! Link do grupo MIDIA HOJE: WHATSAPP

Siga a pagina  MÍDIA HOJE no facebook:(CLIQUE AQUI)

Vídeo



Comente esta notícia