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"CAOS" NA SAÚDE ?

Secretária rebate "caos" na saúde de Cuiabá e acusa Estado de não organizar setor

Redação

 

Luiz Alves

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A secretário municipal de Saúde de Cuiabá, Suelen Alliend, publicou neste final de semana artigo em que contesta pedido de intervenção na saúde da capital feita pelo procurador-geral de Justiça, José Antônio Borges. A ação foi encaminhada ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) na quarta-feira (21) após após o Sindicato dos Médicos do Estado de Mato Grosso (Sindimed) denunciar diversas irregularidades no setor. Para o MP, Sindimed e o governo estadual, a saúde na capital teria entrado em 'colapso'. A secretária rebateu.

 

"O verdadeiro caos aconteceria se Cuiabá resolvesse assumir somente os serviços que legalmente são responsabilidades da gestão de saúde municipal, que é cuidar da nossa população, ou seja, não pactuando mais os serviços que estão contratualizados até o momento e devolvendo todas as pactuações dos outros municípios para o Estado", escreveu Suelen. 

 

Confira o artigo:

 

Caos seria se Cuiabá deixasse de atender os pacientes de outros municípios e atendesse só pacientes da capital

 

A saúde de Cuiabá passa sim por dificuldades. Passa, como todos os segmentos de saúde passam, desde a iniciativa privada, planos de saúde e saúde pública, do país inteiro, principalmente por questões de financiamento. Mesmo assim, em momento algum parou de atender ou fechou qualquer uma de suas unidades.

 

A verdade é: está muito longe de ser chamado de caos.

 

O verdadeiro caos aconteceria se Cuiabá resolvesse assumir somente os serviços que legalmente são responsabilidades da gestão de saúde municipal, que é cuidar da nossa população, ou seja, não pactuando mais os serviços que estão contratualizados até o momento e devolvendo todas as pactuações dos outros municípios para o Estado.

 

Dessa maneira, o Estado se responsabilizaria em organizar esses serviços para os outros municípios, e Cuiabá cuidaria apenas da sua própria população. Já imaginaram esse cenário? Isto sim seria o verdadeiro caos!

 

Mesmo diante de todas as dificuldades, nunca quisemos chegar a este ponto, como aconteceu no município de Rondonópolis, que devolveu as pactuações ao Estado e atualmente atende apenas seus munícipes. Esta decisão prejudicou muito o atendimento de saúde de toda a regional.

 

A responsabilidade de organizar os serviços para os municípios é do Estado e não de Cuiabá. Se estes serviços não estão organizados dentro dos municípios de Mato Grosso, a responsabilidade é do Estado, que é o condutor da organização de toda a política de saúde no âmbito estadual.

 

Se a saúde de Cuiabá estivesse um caos, não teríamos altos números de atendimentos, consultas, exames e cirurgias, além de internações nos leitos de UTI adulta e pediátrica, onde passam tantas pessoas por dia. A rede municipal da capital realiza cerca de 65 mil procedimentos diários, nos mais variados níveis de atenção.

 

Para se ter uma ideia, 41,55% de toda a produção hospitalar de Cuiabá no âmbito da saúde pública é de pacientes de outros municípios. O número da produção ambulatorial é ainda maior: 64,78% desses atendimentos são de pessoas de outros municípios.

 

Se a saúde pública de todo o Estado estivesse organizada como tanto falam, qual é a justificativa desta demanda tão alta de atendimentos de pacientes advindos de outros municípios na capital, uma vez que deveriam ser atendidos nas suas regiões?

 

A justiça precisa considerar este cenário e avaliar os dados.

 

Suelen Alliend - Secretária Municipal de Saúde

 

 

 

 

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