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Sabrina Sato diz que comprou duas malas de vibradores quando viajou ao Japão; ela tem mais de 40 em casa
A apresentadora Sabrina Sato revelou essa semana durante o programa “Saia Justa” no GNT que tem mais de 40 vibradores em casa. "Vou me desfazendo, doando os usados. Dou de presente e ganho também. Adoro, sou praticamente viciada em vibradores", admite.
Ela contou, inclusive, que em recente viagem ao Japão, comprou mais de duas malas com os brinquedos eróticos e ficou surpresa com a quantidade de variedades do mercado japonês.
Aos 41 anos, Sabrina não é a única celebridade a falar abertamente sobre o uso de vibradores como estilo de vida e saúde para a mulher. Outras celebridades como a apresentadora Angélica, as atrizes Ana Paula Tabalipa, Bruna Marquezine e Fernanda Paes Leme, a influencer Gabriela Pugliesi e a cantora Anitta já falaram em público sobre seus vibradores. Não é questão de modismo, mas de ter uma aceitação maior quanto a sexualidade feminina, da masturbação e do direito da mulher sobre o seu corpo.
A mudança de comportamento se intensificou na pandemia. Antes, as mulheres que tinham vergonha de entrar em um sex shop para comprar seus brinquedos, viram no mercado online uma plataforma segura para comprar sem receio de um tabu imposto pela sociedade.
Segundo levantamento do portal Mercado Erótico houve um aumento de 50% na venda de vibradores no período de isolamento social. Mais de um milhão destes apetrechos foram comercializados durante essa fase no Brasil.
Muitas mulheres não o usam mais apenas pelo ato sexual, mas sim como um cuidado com a saúde feminina. Já é comprovado que a prática traz benefícios médicos, como melhora na saúde do assoalho pélvico, redução da dor vulvar e melhorias na saúde.
A influenciadora Tia Má, por exemplo, no mesmo programa em que Sabrina Sato falou sobre o uso de vibradores, afirmou que sua ginecologista a incentivou a se masturbar para evitar as dores de sua gravidez, visto que ela sofrera um deslocamento do assoalho pélvico.
De acordo com uma pesquisa recente feita pelos pesquisadores do Cedar-Sinai Medical Center, nos Estados Unidos, usar vibrador durante a masturbação reduz o tempo que uma mulher leva para atingir o orgasmo e também ajuda a alcançar orgasmos múltiplos, o que contribui para a redução do estresse e melhora na saúde sexual geral.
Atividade Patológica
Falar sobre masturbação, o uso de vibradores e sentir naturalidade ao tocar no assunto, mesmo que muitas mulheres ainda sentem vergonha no assunto, não era tratado como algo normal até pouco tempo atrás. Até a década de 1970, por exemplo, a masturbação era uma atividade considerada patológica pela Organização Mundial da Saúde (OMS), listada na classificação das doenças na área da sexualidade.
— Quem se masturbasse tinha um transtorno sexual. A partir da décima edição, em 1975, a OMS retirou como atividade doentia, sendo considerada, portanto, um comportamento que fazia parte do desenvolvimento. De lá para cá as coisas mudaram tanto que, com a pandemia, a organização chegou a recomendar que a masturbação fosse uma atividade sexual que pudesse substituir outras prejudicadas pela pandemia, além do sexo virtual. Em 50 anos, ela deixou de ser patologia para ser uma atividade recomendada — contou em entrevista recente ao GLOBO a professora da faculdade de Medicina da USP e coordenadora do Programa de Estudos em Sexualidade da USP, Carmita Abdo.
Os vibradores podem e devem ser considerados dispositivos terapêuticos, e não apenas como brinquedos sexuais. Especialistas em medicina pélvica feminina, cirurgia reconstrutiva e médicos em geral já podem prescrever vibradores para suas pacientes, e mulheres, cada vez mais, tem a possibilidade de perder a vergonha e deixar para trás esse tabu.
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