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política Segunda-feira, 16 de Novembro de 2020, 08:07 - A | A

Segunda-feira, 16 de Novembro de 2020, 08h:07 - A | A

ELEIÇÕES 2020

TSE garante que atraso nas eleições não tem relação com segurança do sistema

Correio Braziliense

Reprodução

UUU

 

As eleições municipais ocorreram sob clima de medo de ataques cibernéticos, falhas no aplicativo e-título e lentidão na transmissão da contagem dos votos no sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O resultado final foi divulgado pouco antes de meia-noite, com uma demora de quase três horas em relação à divulgação do resultado das eleições de 2018. O atraso foi provocado por um defeito no hardware do supercomputador do TSE. O presidente do órgão, ministro Luís Roberto Barroso, e o colega de Suprema Corte, ministro Edson Fachin destacaram, por diversas vezes, que a demora não teve nenhuma relação com a segurança da apuração dos votos.

No caso do e-título, a lentidão foi provocada justamente pelo esquema de defesa criado dias antes, levando em conta a derrubada de todo o sistema do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que levou sete dias para ser restabelecido. Ontem, um ataque de hackers promovido por um grupo coordenado nos Estados Unidos, Nova Zelândia e Brasil foi prontamente neutralizado por técnicos do TSE e de telefônicas. O grupo tentou sobrecarregar os sistemas do tribunal, mas não atingiu o objetivo.
O TSE separou um dos três servidores para salvar todas as informações importantes, em caso de um ataque cibernético bem-sucedido, garantindo o funcionamento do órgão mesmo no pior cenário. Operando com menor capacidade, porém, o sistema sofreu solavancos durante todo o domingo. Barroso admitiu a possibilidade de que o uso de um servidor a menos tenha sobrecarregado o hardware.

O imprevisto deu munição à extrema direita para criar teorias da conspiração e acusar o sistema de fraude sem, no entanto, apresentar provas. O ministro Barroso lembrou que o sistema é auditável, e que, durante a votação, as urnas não funcionam conectadas à rede mundial de computadores. Portanto, não há como invadi-las e mudar os resultados. A centralização da contagem dos votos que sobrecarregou o hardware se deu por recomendação da Polícia Federal, para tornar o tráfego de dados mais seguro. “Lamento sinceramente o atraso ocorrido. Ele decorreu provavelmente do aumento das medidas de segurança que trouxemos para o sistema e de uma falha em um dos processadores”, disse.

“Mas os resultados todos são passíveis de conferência. A totalização nada mais é do que tomar os boletins de todas as 4 mil sessões eleitorais e somá-los. Ao fim da votação em todas as sessões, se imprime o boletim da urna. A demora não compromete a confiabilidade do sistema. Muito menos uma demora de 3 horas. Eu não tenho controle sobre o imaginário das pessoas”, acrescentou.

Próximo a assumir a presidência do TSE, em 2022, Fachin também partiu em defesa do sistema. Disse que o órgão escolherá sempre a segurança, em detrimento da velocidade na divulgação da contagem de votos. “Nosso desafio era garantir a soberania da vontade popular depositada nas urnas. O TSE optou pela segurança. A centralização não se deu por uma opção de economicidade, mas por recomendações da área de segurança sobre a informação, e o TSE chamou para si a responsabilidade”, afirmou. “Preferimos a segurança e a higidez à velocidade. Se houvesse casamento entre as duas para o resultado sair às 20h, melhor. Mas o atraso, de modo algum, comprometeu a segurança”, completou.

Fachin também disse que todos os acontecimentos serão levados em conta no planejamento do processo eleitoral de 2022. “Todas essas informações serão avaliadas. As eleições de 2022 preocupam desde logo o presidente do TSE, ministro Barroso, a mim, que vou assumir a presidência, e ao ministro Alexandre de Moraes, que a assumirá depois de mim”, destacou.

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