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polícia Sábado, 03 de Outubro de 2020, 08:55 - A | A

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CORAGEM

COMO UMA TENENTE DO CORPO DE BOMBEIROS ENFRENTOU 20 HORAS DE FOGO NO PANTANAL

ÉPOCA

Reprodução

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Tenente Luisiana Guimarães, de 36 anos, foi destacada para ajudar no combate dos incêndios no Pantanal

 

Na manhã da sexta-feira 25 de setembro, a tenente Luisiana chegou às 9h na mata atingida por um incêndio na Serra do Amolar, em Corumbá, no Mato Grosso do Sul.

Sob um calor constante, ela permaneceu por 20 horas naquele trecho tomado por fogo e fumaça. Precisou superar o desgaste físico, manter a concentração para acompanhar a propagação das chamas e, ao mesmo tempo, estar atenta a ameaças inesperadas como animais selvagens e acuados, como onças e cobras.

Tenente Lusiana Guimarães (à esq.) em combate a incêndio na região de Corumbá, no Mato Grosso do Sul Foto: André Zumak / Instituto do Homem Pantaneiro
Tenente Lusiana Guimarães (à esq.) em combate a incêndio na região de Corumbá, no Mato Grosso do Sul Foto: André Zumak / Instituto do Homem Pantaneiro
 

“O combate mais intenso nesse dia ocorreu no meio da tarde. E fiquei por lá até 6h30 do dia seguinte. No total, acho que andei uns 10 quilômetros”, contou a tenente.

Luisiana Guimarães, de 36 anos, integra o 5º Grupamento de Bombeiros na cidade de Maringá, no Paraná.

Desde o dia 17 de setembro, a tenente está entre os militares destacados para combater o fogo na região do Pantanal, em Mato Grosso do Sul.

Tenente Luisiana Guimarães deixou seu grupamento no Paraná para auxiliar em operações contra incêndios no Mato Grosso do Sul Foto: Reprodução
Tenente Luisiana Guimarães deixou seu grupamento no Paraná para auxiliar em operações contra incêndios no Mato Grosso do Sul Foto: Reprodução

Com formação em combate a incêndios florestais, ela liderou outros 14 bombeiros, além de brigadistas locais e homens da Marinha na Serra do Amolar.

FAIXAS DE FOGO

Em outra frente de ação em Corumbá, Luisiana se deparou com faixas de fogo que se estendiam por três quilômetros.

“Nos primeiros dias, os incêndios eram muito distantes, com uma frente de fogo muito extensa”, descreveu a tenente. “Uma vez, identificamos as chamas a 300 metros de distância. Mas foi muito difícil chegar até lá porque era vegetação fechada. Fui na frente com um facão abrindo a mata. E, algumas vezes, o incêndio conseguia ser mais rápido do que a gente”.

Incêndio enfrentado por equipe da tenente Luisiana na região de Corumbá, no Mato Grosso do Sul Foto: André Zumak / Instituto do Homem Pantaneiro
Incêndio enfrentado por equipe da tenente Luisiana na região de Corumbá, no Mato Grosso do Sul Foto: André Zumak / Instituto do Homem Pantaneiro

Ela se impressionou com a destruição na Serra do Amolar, sempre apontada como uma das mais belas paisagens pantaneiras. “Era um lugar tão lindo, sabe. Eu acordei um dia e pude ver várias araras voando de manhã, uma imagem bonita. Mas nós também acordávamos com os olhos queimando por causa da fumaça. O amanhecer e o pôr do sol eram avermelhados”.

Na manhã desta sexta (2), a tenente sobrevoou o local, a bordo de um helicóptero HU-15, e constatou ao olhar para baixo a imagem panorâmica do estrago causado pelo fogo.

No próximo dia 10, Luisiana vai voltar para casa e reencontrar o marido, também militar do Corpo de Bombeiros, e os filhos Miguel, de 5 anos, e Sara, de 2 anos. Ela diz que as crianças entenderam a razão de sua ausência. “Soube que meu filho disse aos amigos no parquinho que a mãe dele não estava em casa porque foi apagar um incêndio.”

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