MATO GROSSO, 18 de Maio de 2024

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opinião Sábado, 04 de Maio de 2024, 08:09 - A | A

Sábado, 04 de Maio de 2024, 08h:09 - A | A

BAR DO BUGRE

SONECA COM SONHO

*GABRIEL NOVIS NEVES

 

 

 

 

Fui educado desde muito criança, a dormir logo após o almoço.

 

Incorporei esse hábito e levei para à minha vida conjugal, com total apoio da minha mulher.

 

Tem um embasamento científico.

 

Após a primeira metade do dia, em que perdemos energia, é aconselhável após o almoço um relaxamento do corpo para enfrentarmos a outra parte do dia.

 

Andando nas calçadas das ruas da minha cidade eu ouvia perfeitamente o ranger das cordas das redes, nas argolas de aço que sustentavam as redes nas casas cuiabanas.

 

É bom seguir o exemplo dos operários da construção civil, por exemplo, que iniciam seus serviços às sete da manhã e ás onze a sirene da empresa toca avisando que chegou a hora de parar o serviço.

 

Os trabalhadores procuram uma sombra, quando existe por perto, abrem a marmita que trouxeram de casa e após almoçarem esticam o corpo cansado no chão forrado por jornais velhos ou em tábuas da construção.

 

Cobrem o rosto com jornais ou chapéus e dormem profundamente sem sonhar.

 

Ás treze horas retomam ao trabalho com o mesmo ‘entusiasmo’.

 

Na Cuiabá de antigamente até o comércio fechava as suas portas e as ruas ficavam desertas.

 

Andando nas calçadas das ruas da minha cidade eu ouvia perfeitamente o ranger das cordas das redes, nas argolas de aço que sustentavam as redes nas casas cuiabanas.

 

Uma tosse ou outro ruído fisiológico interrompiam o silêncio.

 

Meus pais vestiam pijamas e camisolas para descansarem.

 

Depois, meu pai tomava banho de tanque com a molecada e voltava para o bar.

 

Café tomado, vestido de terno e gravata, sendo que às terças, quintas e sábados, ia direto ao barbeiro na rua do Meio.

 

Quando retornei médico para exercer a minha profissão, após a sesta, tomava uma chuveirada de água fria, e retornava ao trabalho, renovado para a segunda etapa sem horário para terminar.

 

Era comum entrar noite a dentro atendendo pacientes ou realizando cirurgias.

 

Nunca ouvi meu pai comentar ou sonhar na sesta.

 

De uns tempos para cá tenho sonhado no curto tempo da sesta, obrigando a levantar-me da cama.

 

Estou desconfiado que a máscara do CEPAP seja a causadora dos sonhos da sesta.

 

Venho logo para o escritório, e o banho só após o fim da crônica.

 

A idade avançada é maravilhosa, e todo o dia ela apronta uma nova para eu decifrar.

 

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*Gabriel Novis Neves

 

 

https://bar-do-bugre.blogspot.com

 

 

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