Neste mês acontece uma campanha chamada Maio Furta-cor, movimento que ocorre desde 2021, com o intuito de conscientizar e promover saúde mental materna. O momento é oportuno para refletirmos sobre uma das missões mais sagradas que existe, que é ser mãe.
Você pode estar se perguntando “Por que precisamos de um mês dedicado à saúde mental materna?”. Porque uma em cada quatro mulheres sofre violência no parto, uma em cada quatro mulheres ficam deprimidas no pós-parto e uma em cada duas mulheres perdem o trabalho após o parto.
Um tema complexo, e que pode nos levar a diferentes prismas, no entanto, vamos por um caminho que precisa de muita atenção: os estigmas sociais que giram em torno da maternidade.
Quando o assunto é este, geralmente é cercado de emoção. Mas, há muitas questões que necessitam ser discutidas.
Outro dia li uma frase atribuída a atriz italiana Sophia Loren que retrata, em parte, o que estou falando. “Quando se é mãe, nunca se está só nos pensamentos. Uma mãe sempre pensa em dobro”, disse ela. Já o romancista francês, Victor Hugo escreveu que “os braços de uma mãe são feitos de ternura, e os filhos dormem profundamente neles”.
Tanto a atriz quanto o escritor, mundialmente famosos, mostraram de forma filosófica nas entrelinhas o dobro de carga que há nas responsabilidades de uma mãe. Ela nunca viverá de forma solitária diante de tudo o que carrega sobre os ombros, seja a rotina doméstica, o trabalho fora de casa, sem contar o terceiro turno para dar conta dos cuidados aos filhos e cônjuge.
Diante de tudo o que isso provoca na saúde mental de uma mãe, cabe uma pergunta. Afinal, quem é que cuida de quem mais cuida desde os primórdios da civilização humana?
Cuidar da saúde mental é essencial para que as mães possam cuidar de si mesmas e de seus filhos
Talvez, alguém diga que antigamente era mais fácil. Ou que nossas avós tiveram muitos filhos e nunca passaram pelas situações que hoje as mães passam.
Cada época tem as suas particularidades e não se pode afirmar categoricamente que no passado criar filhos exigia menos esforços das mães. Podemos dizer que antigamente era diferente, e só.
Que tipo de cuidado as mães estão tendo hoje? Há algum tempo a saúde mental materna vem se tornando um aspecto crucial do bem-estar das mães. Durante a gravidez e após o parto, por exemplo, as mulheres podem enfrentar desafios emocionais e psicológicos como ansiedade, depressão pós-parto, estresse, mudanças hormonais e exaustão.
É fundamental que elas recebam apoio e compreensão durante esse período, após ele e ao longo das suas vidas. O suporte da família, amigos e profissionais de saúde é essencial para promover a saúde mental materna.
Vale ressaltar que a pressão social sobre as mães é um grande fator desencadeante do adoecimento mental, podendo ocorrer de diversas maneiras.
Muitas vezes, as mães são julgadas com base em padrões irreais de maternidade, o que pode criar um ambiente de competição e comparação. Isso pode vir de outras mães, familiares, da mídia e até mesmo das redes sociais.
As expectativas sociais em relação à maternidade também podem ser muito altas, o que pode causar sentimentos de inadequação e estresse.
Além disso, a pressão social pode se manifestar na forma como a sociedade valoriza ou desvaloriza o papel das mães no mercado de trabalho, na comunidade e na família. Isso pode influenciar as escolhas que as mães sentem que precisam fazer em relação à sua carreira, cuidados com os filhos e equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal.
É importante reconhecer que cada mãe tem sua própria jornada e que não existe uma única maneira de ser mãe. O apoio mútuo e a compreensão das diferentes experiências maternas são fundamentais para aliviar essa pressão social.
Cuidar da saúde mental é essencial para que as mães possam cuidar de si mesmas e de seus filhos da melhor maneira possível.
Ficar pensando em como era a vida das mães no tempo das nossas avós não vai ajudar a resolver os dilemas das mães de hoje. No lugar da nostalgia, vamos colocar atitudes.
Ao observar sintomas como alterações de humor, choro constante, isolamento, desesperança, pensamentos indesejados, distanciamento afetivo com o bebê e falta de interesse de forma geral, é de extrema importância que a mãe busque ajuda profissional para prevenir agravos em sua saúde mental.
*Samia de Oliveira Matos é Psicóloga em Cuiabá - CRP 18/8475
Instagram: @psi.samiamatos e-mail: [email protected]
*Os artigos são de responsabilidade seus autores e não representam a opinião do Mídia Hoje.
Nossas notícias em primeira mão para você! Link do grupo MIDIA HOJE: WHATSAPP
Siga a pagina MÍDIA HOJE no facebook: (CLIQUE AQUI)