Bem antigamente, antes de Cristo, um filósofo chamado de Sócrates e seu discípulo Platão, viviam pregando às pessoas o que era certo e errado. Sócrates foi então chamado de o “pai da filosofia”. Ele admitia a verdade absoluta. Hoje, a verdade absoluta é privilégio de estudiosos e competentes advogados.
Na Cuiabá antiga, só os eruditos estudavam filosofia. Hoje, nas boas universidades existem cursos superiores de filosofia formando professores para o ensino do segundo grau e universitário.
Bem antigamente, ainda antes de Cristo, um filósofo chamado de Protágoras fazia o que faz hoje um competente advogado ou professor e pregava exatamente ao contrário do que dizia Sócrates, quando o assunto era o certo ou errado. Ele acreditava na verdade relativa. Hoje, a verdade é um artigo de consumo de luxo.
Na Cuiabá antiga, da época que eu estudava na Escola Modelo Barão de Melgaço, a verdade estava sempre do lado da professora, e o certo para o errado era o uso da palmatoria, ferramenta que não faltava em nenhuma boa escola, no meu tempo. Hoje, existem leis proibindo o uso desse instrumento educacional, importante na formação do caráter das crianças, naquela época.
Bem antigamente, Sócrates não sabia que a sociedade, poderia mudar o certo para o considerado errado, transformando o errado em certo, diferente de Platão. Hoje, o Platão estaria rindo do Sócrates. O aborto considerado errado por Sócrates foi mudado pela sociedade. Agora é considerado certo, derrubando sua teoria da verdade absoluta.
Na Cuiabá antiga, todo mundo queria saber o que é certo e errado. Quando viam uma criança pintando uma paisagem perguntavam de que cor pintaria o céu e ela respondia azul, por que o céu é azul. Ela se baseava nos seus conhecimentos e experiências. Hoje, criança só pinta o sete.
Bem antigamente, depois de Cristo, outro filosofo chamado de Khant, inventou nova doutrina filosófica para explicar o que é certo e errado. Disse que isso só poderia ser possível através da “Teoria do Conhecimento”. Deu um nome filosófico a isso dizendo ser um ramo da filosofia chamada de “ considerações epistêmicas”. Só pelo conhecimento e experiências, poderíamos decidir entre o certo e errado.
Na Cuiabá a antiga, os mais velhos sempre acordavam tendo que decidir sobre uma série de situações, e mandavam seus filhos para a escola estudar. Hoje, filho não obedece pai e vai crescer sem saber decidir entre o certo e errado
Bem antigamente, Sócrates não admitia a mentira. Era incapaz de mentir, mesmo que essa mentira fosse impedir alguém de morrer. Hoje, os políticos usam a mentira deslavada para se eleger, e nas próximas eleições serão reeleitos. Quem não mente não tem “jogo de cintura” e não se elegem para o Congresso Nacional, Assembleias Legislativas e Câmara dos Vereadores. Todos mentem, inclusive quando são pegos e filmados em flagrante delito roubando.
Na Cuiabá antiga, admitiam a mentira boa e má. A mentira boa era aquela que tinha proteção de poderosos para as suas falcatruas. Hoje, a população está cansada desse desvio de conduta para o errado, que nem se comenta mais das fortunas acumuladas com o auxílio prestimoso da mentira, que trabalha em rede, protegida pelas “forças ocultas”.
Bem antigamente, quando o assunto era ética ficava muito mais difícil para os filósofos nos explicar a seguir certas normas, cheias de deveres perfeitos e imperfeitos, não existindo uma lei universal, o que seria um caos para as pessoas. Hoje, existem tantas éticas, como a da Medicina, Direito, Engenharia Civil, sendo essa disciplina obrigatória. Todos os profissionais dos cursos superiores possuem seus respectivos Conselhos para julgarem os atos cometidos. O mais famoso e conhecido é o “Conselho de Ética da OAB” (Órgão dos Advogados do Brasil), por possuir o maior número de associados e estudarem a disciplina com maior carga horária curricular. Hoje, existe uma infinidade de Códigos de Ética, como o do Idoso, Adolescente, da Criança, do Trânsito, do Trabalho, Meio Ambiente, Senadores, Deputados Federais, Presidente da República, juízes do Supremo Tribunal Federal, juízes de outras Cortes e tantos outros com as suas leis, regulamentos e punições. Nenhum funciona.
Na Cuiabá antiga, ética era o “fio do bigode”. Hoje, seguimos o mau exemplo das Instituições Superiores, temos inúmeros Conselhos de Ética, servindo de esconderijo aos funcionários públicos, na maioria das vezes, colocados “a sua disposição com ônus para seu órgão de origem”. Muitos fazem carreira assim até se aposentarem. Espero que um dia funcione.
*Gabriel Novis Neves
https://bar-do-bugre.blogspot.com
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