Muitos dos meus contemporâneos reclamam das suas poucas horas de sono, tornando suas noites longas.
Ficam assistindo filmes até altas horas e, ainda assim, acordam cedo.
A insônia parece perseguir os idosos, e muitos têm receios de tomar barbitúricos e se viciarem.
Eu tomo. E a cada dia, durmo mais cedo. Para ser mais preciso, entre oito e nove da noite. Acordo entre sete e oito da manhã, como hoje.
Sei que estou viciado no meu remedinho, mas acho melhor ficar viciado em passar bem do que mal.
Um filme, por melhor que seja, não substitui um longo sono, mesmo que seja induzido por medicamento.
Houve época que assistia pela TV shows de entretenimento.
As piadas envelheceram. Hoje, são novidade apenas para os mais jovens.
Após o lanche da noite, dou uma olhada nos aplicativos, vejo de tudo e logo me canso.
Leitura apenas durante o dia. As letras miúdas desestimulam períodos prolongados.
Com relação a assistir a filmes, passei por várias etapas. Cinemas, TV, fitas de vídeos-cassetes, e agora a internet, com incontáveis aplicativos, um convite irresistível a ficar em casa.
Mas, diante de tantas facilidades para quem não sai, prefiro dormir cedo e me refestelar em um sono profundo.
Muitos não entendem e me cobram: ‘Como ainda não assistiu ao filme nacional que venceu os estrangeiros este ano? ’
Quando estudante no Rio de Janeiro, assistia a pelo menos dois filmes por semana. Preferia os mexicanos, italianos e americanos.
Não morei na Cinelândia, com seus inúmeros cinemas, mas no Largo do Machado, onde frequentava três salas.
Ao retornar à minha cidade natal, ainda frequentei dois cinemas, que hoje já não existem.
Sem o Cine Teatro Cuiabá, inaugurado em 1942, as salas de exibição foram reduzidas aos shoppings da cidade.
Nem me lembro da última vez que fui ao cinema.
Cinema é arte. E, na Universidade Federal, criei a Cinemateca, onde bons filmes são exibidos para plateias antenadas.
À noite, durmo cedo. De dia, escrevo.
*Gabriel Novis Neves
09-03-2025
https://bar-do-bugre.blogspot.com/2025/03/noites-curtas.html
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