12 de Outubro de 2024

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opinião Quinta-feira, 29 de Setembro de 2022, 08:55 - A | A

Quinta-feira, 29 de Setembro de 2022, 08h:55 - A | A

BAR DO BUGRE

DIA NUBLADO DE FUMAÇA

*GABRIEL NOVIS NEVES

 

 

Pela manhã o sol não apareceu, encoberto por uma camada de fumaça das queimadas que acontecem em nosso Estado e são tão comuns nesta época do ano.

 

Uma leve brisa, e o Instituto de Meteorologia nos anunciava pela televisão pancadas de chuvas à tarde.

 

Fui tirar uma sonequinha pós-prandial e ao voltar para o meu escritório o sol continuava escondido, e o calor a exigir o ar refrigerado ligado.

 

Não acredito em chuvas, a não ser de madrugada para limpar essa fumaceira toda e amenizar um pouquinho esse calor, que em Cuiabá é de lascar.

 

Estamos chegando na primavera e o inverno nem parece que existiu.

 

Falam muito das queimadas da Floresta Amazônica e do Pantanal e se esquecem do Cerrado, que desde criança ouço a dizer “que está no tempo das queimadas”, época para preparar o solo para as plantações.

 

Com tantas novas tecnologias à disposição do homem do campo, é muito difícil alterar os hábitos das pessoas.

 

Um arquiteto, amigo meu desde 1971, me chama pelo celular.

 

Queria dar as suas notícias e saber das minhas.

 

É especialista em projetos de hospitais e campus universitários.

 

Com o reitor Zeferino Vaz construiu o de Campinas (SP) e foi autor de vários projetos na nossa universidade. 

 

Fez o projeto do antigo Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas, Ginásio de Esportes, Biblioteca Central, Teatro e Restaurante Universitário.

Hoje, quem vai ou vem do Coxipó, não vê mais o nosso campus universitário, escondido pelo elevado de concreto que seria trajeto para o VLT, cujos vagões comprados e pagos, estão apodrecendo em um galpão em Várzea Grande há 8 anos.

Autor do anteprojeto do Hospital Central, que foi inviabilizado por falta de recursos federais.

 

Doado para o Governo do Estado, teve o seu início em 1984, quando eu era secretário estadual de saúde em terreno do Centro Político Administrativo (CPA).

 

Terminado o mandato do governador Júlio José de Campos, teve as suas obras paralisadas por muito tempo.

 

Toda a sua estrutura foi profundamente alterada por vários governos e as obras reiniciadas e para conclusão no governo de Mauro Mendes.

 

João Carlos Bross, o arquiteto paulista, me descobriu em Cuiabá por um acaso.

 

Veio participar de uma licitação pública pela manhã, onde hoje é a Trescinco, e para chegar lá para quem vinha do centro da cidade, era obrigado a fazer uma rotatória em frente à universidade.

 

Ao voltar ao Hotel Santa Rosinha, onde estava hospedado, depois do almoço foi ao seu quarto.

 

O voo para São Paulo só no outro dia, e como nunca praticou o ócio criativo, lembrou-se que na rotatória do Coxipó havia uma enorme placa com os dizeres: “ Futuras Instalações da Universidade Federal de Mato Grosso”.

 

Em baixo: “Obra do Governo Pedro Pedrossian”.

 

Pediu um taxi e solicitou ao motorista que o levasse à Universidade.

 

Logo estava em meu “Gabinete”.

 

Hoje, quem vai ou vem do Coxipó, não vê mais o nosso campus universitário, escondido pelo elevado de concreto que seria trajeto para o VLT, cujos vagões comprados e pagos, estão apodrecendo em um galpão em Várzea Grande há 8 anos.

 

O sol não apareceu nesta tarde esfumaçada de forte calor sem chuvas.

 

É a primavera chegando.

 

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*Gabriel Novis Neves

 

 

 

http://bar-do-bugre.blogspot.com

 

 

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