Virou “febre” em Cuiabá morar em condomínios fechados com toda a segurança possível, tornando-se uma aventura para mim visitar alguém.
Minha irmã Ylclea inaugurou sua nova casa em um condomínio fechado pelas bandas do Despraiado, seguindo o exemplo das suas filhas, Gabriela e Daniela.
Ana Flávia, filha da minha irmã Aninha, já reside por lá.
Camilla, minha neta mora em condomínio, em uma casa bem distante do charmoso bairro Goiabeiras, onde resido há 30 anos.
Toda essa gente migrou de bairros “nobres”, como o Santa Rosa, Jardim das Américas, Duque de Caxias, Araes e Consil.
Minha filha Monica está construindo uma casa nesse condomínio, que dispõem de aposentos para mim, quando eu “estiver velho”...!
Terá elevador para o meu futuro quarto, com sala de banho anexo toda cheia de corrimões de inox, cuja porta tem uma largura onde uma cadeira de rodas entra com facilidade, e no chuveiro uma cadeira especial para não cair.
Terei um jardim para tomar sol e uma piscina para práticas de fisioterapia.
Única exigência que ela me fez foi a de levar a enfermeira para me acompanhar 24 horas por dia.
A conclusão da casa ainda demorará uns três anos, quando terei noventa.
Minha filha é ótima em planejamento.
Já preparou na entrada, à direita do Cemitério da Piedade, o Mausoléu da família, que aguarda seus primeiros moradores que, com toda a certeza serei eu e a Regina, que está provisoriamente com a minha mãe há 16 anos!
Um dos meus sonhos no momento é me mudar para um apartamento novo em andar bem alto, de 100 metros quadrados, com espaços modernos, todo mobiliado por arquitetos só trazendo o necessário para viver bem.
As vendas de terrenos nos condomínios atingiram preços astronômicos, pois, como dizem os jogadores de bilhar, é a pedra 7 do momento do mercado imobiliário!
Conversando com um especialista em moradias sobre esse novo hábito, ele me disse que tudo é “fogo de palha”.
“É difícil encontrar funcionárias para o trabalho nessas lonjuras, assim como o comércio que mais necessitamos.
Isso só serve para milionários que podem contratar uma “frota de motoristas e automóveis”.
Os jovens são mais sensíveis às novidades, mas quando o “ninho fica vazio”, querem comprar um apartamento de no máximo 120 metros quadrados, próximos as farmácias, padarias, shoppings, onde se vai a pé, e quando na janela apreciam carros transitando pelas ruas.
Um dos meus sonhos no momento é me mudar para um apartamento novo em andar bem alto, de 100 metros quadrados, com espaços modernos, todo mobiliado por arquitetos só trazendo o necessário para viver bem.
O meu, que acumula preciosidades de quase 200 anos, darei de presente aos meus filhos.
Morar em condomínios fechados é moda, e como toda moda logo passa.
*Gabriel Novis Neves
https://bar-do-bugre.blogspot.com
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