04 de Outubro de 2024

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opinião Terça-feira, 15 de Novembro de 2022, 08:58 - A | A

Terça-feira, 15 de Novembro de 2022, 08h:58 - A | A

BAR DO BUGRE

CHEIRO DA INFÂNCIA

*GABRIEL NOVIS NEVES

 

 
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Hoje o tempo amanheceu brusco, com o sol escondido, ventos agradáveis e não muito fortes, mas o suficiente para derrubar a folhinha do Coração de Jesus pregada por um prego na parede atrás do meu computador.

 

Fui obrigado a fechar metade da janela do meu escritório e, a folhinha foi recolocada em seu lugar.

 

O céu carregado de nuvens escuras e com poucas nuvens brancas.

 

Consulto o serviço de meteorologia do meu iPhone.

 

Ele registra chuvas para hoje e para os próximos dias.

 

Minha funcionária da cozinha me informa que ouviu cedo pelo rádio que está chovendo na cidade de Nobres, próxima à Cuiabá, e que ela não tardará a chegar até aqui.

Era um prazer incomparável, e até hoje me causa muita melancolia o cheiro da infância causada pela chuva durante o dia.

Gosto muito das chuvas, especialmente quando estou em casa.

 

Prefiro as chuvas de dia às da noite, quando estou dormindo e nem sei que choveu.

 

Vejo que a chuva já chegou por aqui e está na Arena Pantanal e atrás do Shopping Estação.

 

O meu quarto de dormir está escuro e a chuva moderada chegou à minha casa.

 

O asfalto está molhado e os carros estão circulando com seus faróis acessos.

 

Quem estiver nas ruas estará se molhando, assim como as minhas plantas e flores do jardim da minha cobertura.

 

Ela aumentou de intensidade e até um trovão se fez presente para aumentar a beleza da natureza.

 

Sou obrigado a fechar toda a janela do meu escritório para continuar a digitar esta crônica.

 

Sinto uma imensa alegria, mas cheia de melancolia, pois logo me vem à lembrança minha infância distante.

 

Lembro dos tempos que ainda morava na rua de Baixo.

 

Esperava a chuva diminuir para sair de casa com um vidrinho que a minha mãe me dava.

 

Ia para o córrego da Prainha garimpar pepitas de ouro próximo à Igreja do Rosário para vender na Casa Miráglia de joias, onde “seo” Miraglia pesava e nos pagava em dinheiro.

 

Era um prazer incomparável, e até hoje me causa muita melancolia o cheiro da infância causada pela chuva durante o dia.

 

Os trovões estão mais presentes e as chuvas diminuíram, deixando em mim a certeza que tudo na vida passa tão rápido, menos a natureza que continua linda.

 

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*Gabriel Novis Neves

 

 

 

https://bar-do-bugre.blogspot.com

 

 

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