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opinião Quinta-feira, 09 de Janeiro de 2025, 15:11 - A | A

Quinta-feira, 09 de Janeiro de 2025, 15h:11 - A | A

ARTIGO

“CAMINHOS DO TEMPO"

*ONOFRE RIBEIRO

 

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Há um silêncio que chega com os anos, e ele não é feito apenas da ausência de ruídos, mas da transição suave entre o que éramos e o que nos tornamos.

 

Aos 60, você começa a sentir a sutileza do distanciamento. A sala que antes pulsava com suas ideias agora parece cheia de vozes que não pedem mais sua opinião. Não é uma rejeição, é o ritmo da vida. É quando aprendemos que nossa contribuição não está no presente imediato, mas nos rastros que deixamos nos corações e mentes ao longo do caminho.

 

Aos 65, você percebe que o mundo corporativo, outrora tão vital, é um fluxo incessante. Ele segue, indiferente ao que você fez ou deixou de fazer. Não é uma derrota, é a libertação.

 

Esse é o momento de olhar para si mesmo, despir-se do ego e vestir a serenidade.

 

Não se trata mais de provar, mas de ensinar, de compartilhar, de ser mentor. A verdadeira realização não é a que se exibe, mas a que inspira.

 

Aos 70, a sociedade parece lhe esquecer, mas será mesmo? Talvez seja apenas um convite para reavaliar o que realmente importa.

 

Os jovens não o reconhecerão pelo que você foi, e isso é uma bênção disfarçada: você pode agora ser apenas quem você é. Sem máscaras, sem títulos, apenas a essência.

 

Os velhos amigos, aqueles que não perguntam “quem você era”, mas “como você está”, tornam-se joias preciosas, diamantes que brilham no crepúsculo da vida.

 

Porque, no final, o que resta não são as conquistas, nem os títulos, nem os aplausos. O que resta são os laços, os momentos partilhados, a luz que espalhamos.

 

 

E então, aos 80 ou 90, é a família que, na sua correria, se afasta um pouco mais.

 

Mas é aí que a sabedoria nos abraça com força. Entendemos que amor não é posse; é liberdade.

 

Seus filhos, seus netos, seguem suas vidas, como você seguiu a sua. A distância física não diminui o afeto, mas ensina que o amor verdadeiro é generoso, não exigente.

 

Quando a Terra finalmente chamar por você, não há motivo para medo. É a última dança de um ciclo natural, o encerramento de um capítulo escrito com suor, lágrimas, risos e memórias.

 

Mas o que fica, o que realmente nunca será eliminado, são as marcas que deixamos nas almas que tocamos.

 

Portanto, enquanto há fôlego, energia, enquanto o coração bate firme, viva intensamente.

 

Abrace os encontros, ria alto, desfrute os prazeres simples e complexos da vida. Cultive suas amizades como quem cuida de um jardim.

 

Porque, no final, o que resta não são as conquistas, nem os títulos, nem os aplausos. O que resta são os laços, os momentos partilhados, a luz que espalhamos.

 

Seja luz, seja presença, e você será eterno.

 

Dedico a todos que entendem que o tempo não apaga, mas apenas transforma.

 

*Onofre Ribeiro é jornalista

 

 

 

 

 

 

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