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opinião Sexta-feira, 18 de Setembro de 2020, 10:29 - A | A

Sexta-feira, 18 de Setembro de 2020, 10h:29 - A | A

Artigo

A direita em silêncio

Rosário Casalenuovo Júnior*
Cuiabá
rosá[email protected]

Em toda a minha existência de meio século, aqui neste mundinho de meu Deus, apenas vi manifestações de esquerda, bandeiras vermelhas, cartazes contra governos de direita, ou tudo que está no poder. No meu paradigma, a luta era contra o capitalismo monocrático o neocolonialismo, quando era estudante do chamado colegial.

Nessa época, nosso herói era o Che Guevara, nós nos sentíamos politizados, alinhados nas ideias dos nossos professores, defendendo os fracos e oprimidos, as minorias, os excluídos. Era a intelectual esquerda caviar. E agora minhas convicções estão se desmoronando, a direita se manifestando, os ricos nas ruas segurando cartazes.

Não estou sozinho na minha mente ultrapassada. Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) lançaram medidas antidemocráticas e repreensivas e até prenderam os manifestantes denominados por eles de antidemocráticos.

Deixa ver se seu entendi. A democracia dá liberdade ao povo de se manifestar contra o que quiser. Mas, as manifestações têm que vir da esquerda contra a direita, assim como o ponteiro do relógio, sempre roda da mão sinistra para a destra. A direita não pode se manifestar, porque direita é direita e esquerda é esquerda, entende? Não? Muito menos eu.

Fogos de artifício não podem ser estourados nos limites dos céus do STF, assim como são demarcados os limites aéreos entre os países; o Supremo é um país vizinho ao Brasilzinho e, por sinal, muito, mais muito rico.

Falando-se em manifestação ainda, penso que seja interessante que qualquer um que levanta uma folha de papel, automaticamente se estiver próximo ao presidente, a culpa recai sobre ele. Como se ele tivesse apoiando cada palavra impressa pelos manifestantes.

Mas, o que é democracia, afinal? Vamos lá. Nicolás Maduro ex, mas presidente presente da Venezuela, que se fosse uma fruta já estaria passada de madura. Nos seus discursos, diz que está lutando pela democracia e, por isto, acabou exterminando os veículos de comunicação e prendeu quem se posicionou contra ele.

Agora os Bolsonaros. Tudo o que eles dizem é antidemocrático e repressivo, estão conspirando para uma ditadura. Considerando que a fala de um parlamentar que tem sua liberdade de expressão garantida.

Isto para os deputados e senadores e não para o presidente da República que ainda não entendeu que é diferente de ser parlamentar, que deveria estudar neurolinguística, pois suas palavras são granadas.

Veículos de comunicação, que devem zelar pela liberdade de expressão, acabam por criar interpretações distorcidas. Muita gente que conheço está deixando de assistir alguns jornais que explicitamente focam apenas na desarticulação do governo. E quando alguém do governo se defende, tal jornal diz que ele está agindo contra toda a imprensa.

Assim como no STF onde se critica a ação de algum ministro, se diz que está contra a democracia. Quando vai contra o posicionamento de algum deputado ou senador da esquerda ou centrão, se diz que é uma atitude antidemocrática ou ditatorial. Se acontecer uma discussão entre dois expectadores em um jogo de futebol, um pode dizer que ele está contra toda a torcida e seu time. É bem assim.

Hoje, nós brasileiros estamos todos assistindo ou lendo um jornal, ouvindo um deputado falar, senador, alguns dos ministros do STF, ou qualquer outro político, sempre com um pé atrás. Desconfiado, como bem fazem os mineiros.

Mas, vai passar! Agora estou falando desta pandemia, não desta guerra onde a bala são as palavras, jornalísticas parciais, ou ação política do supremo, até mesmo as frases pessimamente escolhidas pelo nosso presidente que sempre irá causar um balanço nas bolsas, dólar, é como dar uma folha em branco para os repórteres distorcitivos, escreverem as suas interpretações (ele quis dizer isto), dando voz para os inimigos explícitos do governo como alguns ministros do STF, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Nacional (petista), alguns pretensos candidatos a presidente e, lógico, também a esquerda.

Assim como a hilária Dilma Rousseff, que deixava todos esperando uma explicação sem pé nem cabeça, com a expressão na nossa face de interrogação, imaginando que as palavras vindas de uma “presidenta” deveriam ter algum sentido e depois vinham as risadas, pois não tinham nenhuma lógica mesmo.

O atual presidente se esforça para manter esta herança cultural. Quando surge um microfone na cara dele, mesmo eu sabendo o assunto que ele vai falar… Digo aii, lá vem bomba! “Como ele conseguiu escolher palavras absurdas para explicar isto?”. Podemos definir que seu modo de expressão pode ser chamado de “bolsonares”ou bolbardeires (linguagem de Bolsonaro que explodem de verdade).

A única atitude que nos resta diante desta bagunça democrática é usar mascara, álcool gel e ficar em casa, no smartphone ou na TV, assistindo a series e rindo de tudo isto. Rir, significa, apertar o botão do foda-se para não surtar.

 *Os artigos são de responsabilidade seus autores e não representam a opinião do Mídia Hoje.

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