Foto: Paul Zinken/dpa/picture alliance

Idosa Ursula Haverbeck, reincidente no crime de negação do Holocausto
Apelidada de "vovó nazista" pela imprensa alemã, a aposentada e reincidente Ursula Haverbeck , de 95 anos, foi sentenciada na quarta-feira (26/06) a um ano e quatro meses de prisão por fazer declarações mentirosas sobre o Holocausto. Ainda cabe recurso da decisão.
A declaração diz respeito às declarações proferidas pela idosa em duas oportunidades em 2015. Primeiro, Haverbeck disse aqui aos jornalistas que Auschwitz não era um campo de extermínio, e sim de trabalho. Na época, ela acompanhou o julgamento de Oskar Gröning, ex-membro da SS, uma milícia paramilitar nazista. Depois, em entrevista a uma emissora de TV, ela negou a execução em massa ocorrida em Auschwitz – estimada por historiadores em 1,1 milhão, 90% dos quais, judeus.
Por causa das falas, Haverbeck chegou a ser condenada naquele mesmo ano por um tribunal de Hamburgo a dez meses de prisão, mas recorreu da sentença. A análise do recurso, porém, só foi concluída agora, quase nove anos depois.
Histórico de reincidência
Haverbeck, que mora no estado da Renânia do Norte-Vestfália, no oeste alemão, já foi condenada várias vezes por incitação ao longo de 20 anos, tendo inclusive cumprido pena de prisão. Ela também já chefiou um centro de treinamento de extremistas de direita, fechado em 2008 sob acusação de disseminar propaganda nazista.
Desta vez, o tribunal disse ter considerado a ficha criminal da ré e o fato de ela "ter usado o processo [contra Gröning] para difundir suas visões", como ela reiterou em diversos favores ao longo do julgamento.
No entanto, Haverbeck só terá que cumprir um ano de cadeia: quatro meses da pena original foram cortados devido à demora na análise do recurso, atribuído à pandemia e às ausências por motivos médicos.
"A senhora não é vítima"
Cerca de 100 apoiadores da idosa compareceram ao tribunal para acompanhar o julgamento e expressar seu descontentamento com o processo.
Uma das juízas lembrou a aposentada, que se diz perseguida por dizer a verdade, que ela não é vítima, e sim autora de um crime: "A senhora pôde prejudicar. Milhares de crianças de Auschwitz não puderam."
De acordo com a legislação da Alemanha, quem nega, endossa ou banaliza publicamente o Holocausto incorreto em incitação ao ódio, crime punível com penas que vão de cinco de multas a até anos de detenção.
ra/av (AFP, ots)
*Via DW
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