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Os macacos saguis do Parque Mãe Bonifácia, uma das áreas verdes na região central de Cuiabá, estão morrendo. Somente na terça-feira (27) foram encontrados sete animais mortos. "Eles ficam molinhos e depois babam e morrem, não se sabe a causa ainda", declara um funcionário, que não quis se identificar.
Procurada, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) inicialmente não se manifestou sobre as mortes, mas a assessoria já entrou em contato com a redação e garantiu que o órgão está averiguando a denúncia.
Os 'saguis' são considerados moradores ilustres não apenas do 'Mãe Bonifácia' mas também de vários outros parques e unidades de conservação da capital. Além de alegrar os visitantes, funcionam como “radares” para identificar o vírus da febre amarela, sendo eles primeiras vítimas da doença.
A Febre Amarela é uma doença que se mantém no ambiente, em um ciclo silvestre, e é transmitida por mosquitos. O macaco é importante, pois serve como indicador da presença do vírus em determinada região.
"A morte desses macacos é muito séria. Tanto pela questão dos próprios animais quanto pela questão da possibilidade da febre amarela. Meus parentes em Jaciara quando constatam episódios dessa natureza ficam muito preocupados e mandam fazer exames nos animais, por prevenção", alerta o advogado Clóvis Figueiredo Cardoso.
Além da febre amarela, outra possibilidade para a mortalidade pode estar ligada a forte seca que assolou durante meses a região metropolitana de Cuiabá. Sem chuvas, as fontes de alimentação dos animais destes ambientes foi duramente comprometida. Recentemente, inclusive, frequentadores de parques divulgaram em redes sociais que "estavam alimentando os bichinhos, que estariam passando fome".
A Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) reagiu à época lembrando que é proibido dar qualquer tipo de alimentos a animais silvestres. A secretaria garantiu que os animais estariam sendo monitorados e que, de fome, não morreriam.
Os parques urbanos estaduais são unidades de conservação e (UC) possuem plano de manejo com regras específicas, como o não fornecimento de alimentos aos bichos de vida livre. Tal medida é necessária para não causar um desiquilibro na cadeia alimentar tendo em vista que eles deixarão de procurar alimentos em seu habitat natural. A legislação prevê multa de R$ 500 a R$ 10 mil para atividades ou condutas em desacordo com os objetivos da unidade de conservação, o seu plano de manejo e regulamentos específicos.
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