Enquanto a crise econômica se alastra e dezenas de milhões de pessoas passam fome no país, parlamentares estão utilizando verba pública em restaurantes de luxo. Foi o que revelou um levantamento da rádio BandNews FM divulgado na quinta-feira (4).
Segundo o veículo, o ex-presidente e atual senador Fernando Collor (PROS), por exemplo, gastou R$ 22.806 em uma festa para 97 pessoas regada a caipirinha e cerveja no Churrascaria Fogo de Chão, na Asa Sul, em Brasília.
Não foi apenas o ex-chefe do Executivo, porém, que gastou o dinheiro da população em refeições milionárias. Colega de Collor no Senado, Carlos Portinho (PL) desembolsou R$ 1,3 mil e R$ 1,07 mil em saídas consecutivas para jantares em um restaurante italiano e outro japonês.
O senador Alexandre Giordano (MDB) também emendou refeições milionárias, ambas custando R$ 1.742, devidamente reembolsadas pelo Senado.
Nem mesmo o relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB) escapou. Em três almoços no restaurante Dom Francisco, em Brasília, ele gastou R$ 2.015.
O levantamento apontou que os 81 senadores gastaram no total, com alimentação, locomoção, combustível e hospedagem, R$ 3.237.567,64 entre janeiro e setembro, um aumento de 27% em relação a 2020.
Respostas dos senadores
À Rádio BandNews, a assessoria de Carlos Portinho explicou que o senador não está entre os que mais gastam com alimentação e que os jantares citados deram continuidade a reuniões de trabalho sobre projetos que reverteram em riquezas muito superiores ao Estado do Rio de Janeiro.
O gabinete de Giordano apontou que todos os pedidos de ressarcimentos são feitos em respeito às normas legais, estando restritos a compromissos de natureza política, funcional ou de representação parlamentar.
Fernando Collor, por sua vez, justificou a quantia desembolsada afirmando que os gastos são feitos de acordo com as regras do Senado "em atividade de representação parlamentar".
Já Renan Calheiros esclareceu que os três almoços no restaurante Dom Francisco foram feitos com a equipe durante os trabalhos na CPI da Pandemia.
Brasil tem 41% da população em situação de insegurança alimentar
Certeza da comida na mesa se tornou um luxo que apenas 59% da população brasileira tem acesso. Os outros 41% convivem com a fome ou estão em algum grau de insegurança alimentar, conforme números da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) divulgados em agosto.
Das 84,9 milhões de pessoas nesta parcela, 27% vivem com insegurança alimentar leve, quando há incerteza em relação ao alimentos no futuro, além de perda na qualidade da alimentação. Outros 13,9% vivem em insegurança moderada ou grave, quando não existe qualidade ou quantidade adequadas de comida. São nesses estágios que a fome aparece.
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