Consagrado como melhor jogador de Futsal para Surdos do país, o mato-grossense Heitor Wallas, de 28 anos, ainda corre atrás de patrocínio para disputar o Campeonato Mundial de Futsal (na modalidade) que ocorrerá na Itália, no próximo mês de junho. Heitor, que é de Rondonópolis, é considerado uma das grandes revelações da seleção brasileira de futsal de surdos.
A convocação dos atletas brasileiro para competição, que ocorrerá na cidade italiana de Montesilvano, saiu no dia 15 de fevereiro através da Federação de Desportiva de Surdos de Mato Grosso (FDSMT). A convocação deixou um misto de alegria e apreensão na família do atleto: alegria pelo reconhecimenho e, angústia, por saber que não seria fácil custear a participação.
Confira um pouco mais do atleta de Rondonópolis, formado em Educação Física.
Como Heitor Wallas chegou onde chegou?
Eu trabalhava como estoquista em uma loja de material de construção e na prefeitura da minha cidade como educador físico, recentemente fui contratado pela Secretaria de Educação do Estado, para ser instrutor de surdo na rede ensino estadual e tive que pedir demissão da loja que eu estava. Gosto muito do que eu faço, das aulas que dou no município e estado, mas se eu pudesse me dedicar 100% ao Futsal, tenho a certeza que eu teria muito mais rendimentos no esporte, porque além de chegar em casa no fim do dia cansado, eu tenho que ir para os treinos em quadra com a bola, isso acaba me fazendo um esgotamento mental e corporal.
Além de administrar uma carreira vitoriosa com pouco apoio, você ainda enfrenta desafios em casa...
Moro com a minha mãe, eu e ela, eu preciso ajudar em casa com boa parte das despesas porque só ela com o seu salário não consegue dar conta sozinha. Hoje, se eu tivesse um patrocínio exclusivo para eu me didicar ao esporte, poderia, além de, estar entregando resultados ao patrocinador, melhorar a minha renda, a vida da minha mãe e não ter precoupações se conseguirei estar presente nas competições em que sou convocado, que é caso do Mundial em junho na Itália.
E quanto custará ir para a Itália, incluindo passagens, hospedagens e alimentação?
Todo o custo da ida ao mundial está em torno de 18 mil reais. A nossa Federação também não possuí patrocínios, como nós, e isso é bem difícil, pois, até o fim do mês de abril precisam fechar a lista dos que irão e para dar certeza eu preciso ter o valor e isso tá complicado. As passagens áereas para eu ir e voltar eu vou conseguir comprar com os incentivos que recebo da Secretaria de Esporte do Estado de Mato Grosso, através da bolsa atleta; o programa Olimpus. Isso já me alivia quase a metade desse valor, mas fica faltando a outra parte que eu não consigo sozinho, como alimentação e hospedagem para os dias de competição, e isso me deixa angustiado em saber que a minha ida ainda é incerta.
Mas mesmo com incertezas, se vê muita pensamento positivo...
Eu vou ao mundial, esse sonho ninguém me tira! Eu e a minha família estamos pensando em algumas ações para arrecadarmos dinheiro, tenho ido à algumas empresas pedir patrocínio (sem sucesso ainda) e queria pedir a atenção dos empresários para olharem para nós, surdos, eu e meus colegas precisamos de vocês.
Representar o Brasil no Mundial não é só um sonho, é uma oportunidade de mostrar a força da comunidade surda no esporte. Seu apoio pode fazer toda a diferença e me levar mais perto dessa conquista. Juntos, podemos inspirar mais atletas e levar o Brasil ao pódio! Estou levando o nome Brasil para fora com a maior dificuldade e somos a seleção favorita ao título, fomos campeões Pan-Americanos disputando contra a Argentina. Nos ajudem e incentivem o esporte de acessibilidade.
*Com assessoria
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