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Cuiabá 302 anos

Estudantes do Salesiano São Gonçalo homenageiam Cuiabá através das artes produzidas em casa

Mídia Hoje
Cuiabá

Estudantes do São Gonçalo homenageiam Cuiabá através das artes produzidas em casa

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Buscando estimular a criatividade e manter viva as tradições da cultura cuiabana, a professora de Artes do Colégio Salesiano São Gonçalo, Lideilma Maria Saraiva Silva, desafiou os alunos do primeiro ano do ensino médio a criar desenhos e artes relacionados à Capital, em alusão ao aniversário de 302 anos da conhecida Cidade Verde, completados nesta quinta-feira (08).

A proposta do projeto consiste em utilizar os materiais que os estudantes tinham em suas residências, sem a obrigatoriedade de um material específico, e caso necessário, poderiam recorrer aos mantimentos culinários, como por exemplo, açafrão e repolho roxo.

Vale lembrar que devido a pandemia da Covid-19, as aulas estão sendo ministradas na modalidade remota e os conteúdos enviados via canais disponíveis.

A educadora explica que a participação dos discentes superou as expectativas, justificada pela interação constante da turma.

“Eu disponibilizei três formas para que pudessem enviar esse trabalho: no e-mail, uma ferramenta especifica do colégio e também pelo WhatsApp, ou seja, em um momento do dia que eles tinham disponibilidade para fazê-lo. Foi disponibilizada uma receita do pigmento natural, então eles ocupavam a mente com algo diferente”, disse.

Estudantes do São Gonçalo homenageiam Cuiabá através das artes produzidas em casa

Estudantes do São Gonçalo homenageiam Cuiabá através das artes produzidas em casa

Em relação à escolha dos temas, Lideilma conta que algumas dicas com diversas referências locais foram apresentadas aos alunos como forma de inspiração.

“Bolo de arroz, viola de choco, ganzá, os instrumentos mato-grossenses, tudo isso eu mostrei para eles para que tivessem a oportunidade de fazer uma obra de arte homenageando Cuiabá, não somente com paisagem, mas com instrumentos e vários desenhos diferentes saíram”, pontuou.

A disciplina, explica a professora, também tem como finalidade auxiliar os estudantes a gerir seus sentimentos através da arte, como um estímulo a essa nova realidade.

“Às vezes eles ficam parados, vendo somente as situações negativas que estão acontecendo, sem encontrar alternativas para continuar, expressando o que eles sentem e gerenciar suas emoções, ou seja, ter um momento para eles, um autocuidado”, destacou.

Estudantes do São Gonçalo homenageiam Cuiabá através das artes produzidas em casa

Estudantes do São Gonçalo homenageiam Cuiabá através das artes produzidas em casa

Para a aluna Gabrielle Machado, que retratou em sua arte o siriri e cururu, as aulas da professora Lideilma são suas prediletas e despertam a ampliação sua visão artística.

“Para mim a importância desse trabalho está na homenagem aos 302 anos de Cuiabá. Toda cultura deve ser preservada, mantendo as tradições e trazendo conhecimento à sociedade. Me inspirei no siriri e cururu. Os ensinamentos de arte sempre foram meus favoritos, é uma forma de despertar a criatividade do aluno, permitindo que ele expanda sua visão artística”, contou.

Ao ser questionada se pretende futuramente ingressar no ramo artístico, ela afirma que não, entretanto, ressalta que admira e valoriza a área.

Segundo Bruno Oliveira, que também participou da dinâmica, a pintura, em seu ponto de vista, é como uma maneira de revigorar e exaltar a cultura afro-brasileira e destacou sua tarefa retratando a Mãe Bonifácia, que foi homenageada dando nome a um parque urbano aqui em Cuiabá, inaugurado em 2000.

Estudantes do São Gonçalo homenageiam Cuiabá através das artes produzidas em casa

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“É imprescindível, extremamente necessário, pois a sociedade é construída também pela cultura. Quando uma cultura acaba, junto a ela se vão costumes, credos, religiões e o conhecimento de determinado povo e sem o conhecimento, as pessoas são vazias”, ressaltou.

“Na história da Mãe Bonifácia, uma mulher negra, alforriada, curandeira que supriu as necessidades dos povos escravizados na região. Sempre buscou fazer o bem, acolher em busca da justiça, e quando precisou de ajuda pra tratar da suposta causa de sua morte (varíola), foi deixada para morrer em meio à cidade”, completou.

Bruno ainda salienta que a disciplina quando colocada em ação, se converte em uma ferramenta eficiente, capaz de transformar todos os ambientes, colocando-a como segunda opção em sua trajetória acadêmica.

“Representam uma essencial didática de uma prática que é capaz de libertar o artista do mundo, capaz de mudar o meio, de transformar tudo. Pois a arte não se prende apenas à realidade humana, a arte transcende qualquer sentimento humano. Sim, como uma segunda faculdade, pretendo fazer artes plásticas, pra não perder a magia da arte na minha vida”, relatou.

Na sequência, a estudante Luana Lanae conta que seu estímulo se deu através do contato cotidiano pelas ruas do município, jeito este que ela encontrou para representar sua cidade, novamente o siriri e cururu.

“Bom, vivendo em Cuiabá, mesmo que sutil, temos contato com a arte cuiabana nas ruas, e com esse trabalho pude representar a cultura da minha cidade do jeito que eu mais gosto, o desenho, inspirado na dança do siriri e cururu. Acho muito importante a preservação da cultura que carrega toda a história de Cuiabá, para que as gerações futuras conheçam suas raízes”, reforçou.

Estudantes do São Gonçalo homenageiam Cuiabá através das artes produzidas em casa

 

Sobre a escolha de cursar a faculdade de artes, Luana afirma que tem este desígnio e enalteceu o ofício desempenhado pela professora.

“O desenho para mim é uma forma de me divertir e de me expressar. A professora Lideilma está fazendo um trabalho incrível, estimulando a criatividade e o lado artista de cada um, é a aula que me dá mais prazer”, elencou.

De acordo com Lia Aisha, o projeto trouxe à tona uma reflexão sobre a culturae as belezas que Cuiabá carrega.

“A proposta do trabalho me fez parar para refletir e apreciar um pouco a cultura da nossa cidade, e foi importante para percebermos mais uma vez a beleza que está ao nosso redor, assim como as histórias que a cidade carrega. A cultura de um povo é sua identidade, preservá-la é uma forma de manter nossas tradições e as memórias da história vivas” disse.

O diferencial do seu desenho foi a afinidade com as apresentações de siriri e festas religiosas ainda quando criança, fator determinante na elaboração dela, aprendizados que levará para vida.

“É um dos meus sonhos seguir uma carreira que envolva arte, porém, no momento é apenas um hobby que gosto muito. Na minha infância assisti diversas apresentações de siriri em festas de santos, então me inspirei um pouco nisso. Acho que a arte é a melhor forma de expressão, aprender sobre ela nos ajuda a abrir a mente e compreender outras pessoas, com outras histórias e culturas, até mesmo aquelas que viveram muito antes da gente, e por meio dela nós mesmos podemos nos expressar, por isso as aulas de arte são de grande importância para mim.

Este é o primeiro trabalho de artes da instituição de ensino de 2021 que prezou pela preferência do tema regional, despertando o potencial criativo dos participantes.

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