O superintendente da Polícia Federal em Mato Grosso, Sérgio Sadao Mori, afirmou que o delegado Roberto Moreira da Silva Filho, de 35 anos, que morreu neste sábado durante uma operação policial em Mato Grosso, era "diferenciado", que teve a atuação elogiada em vida e que a morte dele é uma grande perda para a corporação. Roberto foi atingido com um tiro na cabeça quando abordava um caminhão carregado de madeira, na Terra Indígena Aripuanã, a aproximadamente 1.000 km de Cuiabá.
— Ultimamente a gente não estava mais poupando elogios, não. A gente falava: 'oh Roberto, você realmente é diferenciado'. E eu fico feliz da gente ter falado isso para ele — declarou, em uma breve despedida no Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá.
O delegado teve uma atuação de destaque à frente da Delegacia de Repressão a Crimes contra o Meio Ambiente, segundo o superintendente. Presidiu várias operações de combate a garimpos e à exploração de madeira em terras indígenas.
— A Polícia Federal perdeu um grande profissional, destacado, corajoso, muito idealista, bastante empenhado na luta contra a criminalidade, principalmente contra os crimes ambientais. Ele fará muita falta para os colegas e para a instituição — enfatizou o superintendente.
O desempenho de Roberto na Polícia Federal também foi elogiado pelo delegado Jorge Vinicius Gobira Nunes, chefe imediato dele.
Nunes declarou, com a voz embargada, que o colega era divertido, parceiro e agregador, dentre outras qualidades.
— Uma excelente pessoa, uma pessoa agregadora, uma pessoa amiga, divertida, alto astral, muito bem disposta. Quem conviveu com ele, pouco que seja, sabe que eu estou falando a verdade — exaltou.
O corpo do agente ficou no aeroporto por cerca de uma hora para que os colegas que atuavam com ele, em Mato Grosso, dessem o último adeus. Depois seguiu para Brasília, onde será velado e sepultado, neste domingo. A família de Roberto mora em Brasília e ele também vivia lá até 2020, quando se mudou para Cuiabá por causa do trabalho.
Roberto Filho era solteiro e não tinha filho.
A morte
O delegado morreu depois de ser atingido com um tiro que partiu da arma de um dos policiais da equipe dele ou, talvez, até mesmo da dele.
Conforme a PF, durante a operação o motorista de um caminhão jogou o veículo em cima dos agentes ao se recusar a parar.
Os policiais então atiraram contra o caminhão e uma bala ricocheteou e atingiu o delegado, que morreu no local.
A PF informou que ele usava todos os equipamentos de segurança necessários para esse tipo de ação, incluindo o colete à prova de balas, mas que morreu ao ser baleado na cabeça.
Ele estava à frente da Operação Onipresente, que combate crimes ambientais em Mato Grosso, principalmente extração ilegal de madeira e de ouro em áreas indígenas.
Essa operação prendeu, em março deste ano, um servidor da Fundação Nacional do Índio (Funai) acusado de repassar informações aos garimpeiros para que escapassem da polícia, e um cacique acusado de envolvimento no esquema e de receber propina para permitir a exploração da terra, tanto para a atividade garimpeira quanto madeireira.
No mês passado, no mesmo local, um madeireiro também tentou atropelar uma equipe da PF nessa mesma operação. O homem foi preso.
Roberto Filho estava há menos de dois anos em Mato Grosso.
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