17 de Março de 2025

cotações: DÓLAR (COM) 5,75 / EURO 6,26 / LIBRA 7,44

geral Domingo, 03 de Março de 2024, 10:55 - A | A

Domingo, 03 de Março de 2024, 10h:55 - A | A

TOP 5?

O maior país muçulmano do mundo que busca se tornar uma das 5 maiores economias

BBC News

 

OKI BUDHI

1

A vida de um trabalhador na Indonésia é difícil, mas Musmulyadi e sua esposa Nurmis esperam que valha a pena

 

 

A maioria dos casais de meia-idade estão se preparando para se aposentar caso possam arcar com isso, mas Musmulyadi, 55 anos, e sua esposa Nurmis, 50, estão indo no caminho contrário à tendência.

 

Eles acabaram de migrar milhares de quilômetros para Nusantara, a futura capital da Indonésia que está emergindo da floresta tropical em meio aos orangotangos.

 

“Deve ser mais fácil encontrar emprego aqui enquanto eles ainda estão construindo a infraestrutura”, disse Musmulyadi à BBC Indonésia.

 

A futura casa deles hoje é um canteiro de obras em Nusantara, palavra javanesa para "arquipélago", na ilha de Bornéu.

 

Nurmis mistura o cimento enquanto Musmulyadi coloca os ladrilhos.

 

O sonho deles é comum entre os indonésios: Musmulyadi espera conseguir um emprego estável e tornar-se subcontratado no megaprojeto.

 

 
Prédio sendo construído em terreno aberto na floresta

CRÉDITO,OKI BUDHI / Uma nova capital para a Indonésia está sendo construída no meio da floresta tropical

 

Desde que o presidente Joko Widodo, popularmente conhecido como Jokowi, anunciou a construção de Nusantara há dois anos, os negócios floresceram.

 

O governo prevê que 2 milhões de pessoas viverão aqui até 2029.

 

Mas a dezenas de quilômetros de distância, Syamsiah e seu marido Pandi estão preocupados com a possibilidade de serem despejados.

 

Eles pertencem a uma comunidade indígena de 20 mil pessoas e não têm propriedade legal de suas terras, onde sua família vive há gerações.

 

Pandi acordou uma manhã e viu o seu terreno demarcado, sem qualquer aviso prévio.

 

Pandi posando na varanda da sua casa, olhando em direção à câmera

CRÉDITO,OKI BUDHI / É a terra dos seus antepassados, mas Pandi terá que continuar lutando para mantê-la

 

O governo quer tirar moradores dali com o argumento da proteção contra inundações. Entretanto, em fevereiro, Pandi conseguiu impedir a sua remoção na Justiça.

 

“Faço isso pelo futuro dos meus filhos e netos”, disse ele à BBC.

 

“Se eu não fizesse nada, os meus filhos e netos seriam apenas um lixo para o governo. É assim que lutamos contra a injustiça”.

 

Mas ele pode ter sido beneficiado apenas por um adiamento temporário, uma vez que outras comunidades indígenas já foram deslocadas após o governo pagar indenizações, embora a preços considerados muito baixos pelas famílias afetadas.

 

As histórias de Mulyadi e Pandi mostram como os projetos do presidente Widodo são muitas vezes uma faca de dois gumes: contestados, mas também uma potencial fonte de oportunidades.

 

Veterinário alimentando orangotango

CRÉDITO,GETTY IMAGES / Ambientalistas têm alertado para o desmatamento e a perda de habitat que a instalação da nova capital deve trazer

 

Top 5 economias?

 

 

De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), quando Widodo assumiu a presidência pela primeira vez em 2014, a Indonésia era a décima maior economia do mundo, com base na paridade do poder de compra (PPC).

 

Uma década depois, a Indonésia subiu para o sétimo lugar — atrás da China, dos Estados Unidos, da Índia, do Japão, da Alemanha e da Rússia.

 

Até 2027, prevê-se que o país com a maior população muçulmana do mundo ultrapasse economicamente a Rússia.

 

A nação do Sudeste Asiático realizou eleições presidenciais em 14 de fevereiro, onde números não oficiais mostram que o ministro da Defesa, Prabowo Subianto, está no caminho para vencer num único turno.

 

Ele prometeu continuar as políticas econômicas de Widodo. O filho do atual presidente, Gibran Rakabuming Raka, é o companheiro de chapa de Prabowo Subianto.

 

“Os programas de Jokowi são bons no papel e poderão aproximar a Indonésia das previsões do FMI”, afirma Josua Pardede, economista-chefe de um dos dez maiores bancos da Indonésia, o Permata Bank.

 

Mas o país tem uma ambição maior — ser um dos cinco países com mais alta renda até 2045, ano do centenário da sua independência.

 

Para conseguir isto, a economia indonésia deve crescer 6 a 7% ao ano, afirmou o ministro das Finanças do país, Sri Mulyani.

 

O crescimento atualmente está em 5%.

 

 

A economia da Indonésia precisa de crescer 7% ao ano para cumprir ambiciosas metas econômicas

 

'Febre do níquel'

 

A Indonésia é famosa pela ilha turística de Bali, mas também abriga as maiores reservas de níquel do mundo — um componente essencial para a fabricação de baterias para veículos elétricos.

 

Quando o presidente Widodo anunciou pela primeira vez a proibição da exportação de níquel bruto em 2019, a União Europeia processou a Indonésia na Organização Mundial do Comércio (OMC).

 

O presidente disse que queria desenvolver o processamento na Indonésia.

 

Um artigo de um centro de pesquisas independente, o Institute for Development of Economic Finance, afirma que a política nacional relativa ao níquel criou empregos e fez crescer a economia.

 

Mas a Indonésia ainda depende fortemente do investimento chinês para construir as fundições de níquel, levantando dúvidas sobre o futuro — especialmente porque o crescimento econômico da China deverá cair de 5,2% para 4,6% este ano.

 

O presidente Widodo também foi criticado por estender o "tapete vermelho" ao investimento chinês e colocar em segundo plano o impacto de sua política de infraestrutura nas disputas de terras e en questões de saúde e ambientais.

 

“A febre do níquel faz o governo perder a cabeça”, diz Melky Nahar, coordenador da Mining Advocacy Network (Jatam), uma organização não governamental.

 

 

*BBC 

 

 

 

Notícias em primeira mão para você! Link do grupo MIDIA HOJE: WHATSAPP

Siga a pagina  do MÍDIA HOJE no facebook:(CLIQUE AQUI)



Comente esta notícia