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economia Sábado, 07 de Setembro de 2019, 09:00 - A | A

Sábado, 07 de Setembro de 2019, 09h:00 - A | A

ECONOMIA

Com 14 usinas, Mato Grosso é o 2º maior produtor de biodiesel do país

Redação/Midia Hoje

Mato Grosso é o segundo maior produtor de biodiesel do Brasil. Das 51 usinas produtoras hoje no país, 14 estão instaladas no Estado, produzindo 290 mil litros de biodiesel por dia. E a boa notícia, ainda que com atraso, é que passa a vigorar a partir deste mês de setembro o aumento de 10% para 11% a mistura do biodiesel ao diesel, elevando em cerca de 1 bilhão de litros a necessidade do setor. Até 2023, segundo Resolução da Agência Nacional de Petróleo (ANP), a mistura estará em 15%.

“Com o fomento do biodiesel, a agroindústria fica estimulada e, por consequência, a produção de soja”, afirma o economista do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Daniel Latorraca. “Necessitamos de mais investimentos tanto na ampliação das próprias instalações, como para entrada de novos players para atender o mercado no futuro”, complementa Rodrigo Guerra, vice-presidente da Associação dos Produtores de Biodiesel Nacional (Aprobio).

Assim como os outros biocombustíveis, o biodiesel usa fontes renováveis de energia, que podem substituir, parcial ou totalmente, combustíveis derivados de petróleo e gás natural em motores a combustão ou em outro tipo de geração de energia. Os dois principais biocombustíveis líquidos usados no Brasil são o etanol obtido a partir de cana-de-açúcar e a soja. 

Segundo dados do Clik Petróleo e Gás, cerca de 45% da energia e 18% dos combustíveis consumidos no Brasil já são renováveis. No resto do mundo, 86% da energia vêm de fontes energéticas não renováveis. Pioneiro mundial no uso de biocombustíveis, o Brasil alcançou uma posição almejada por muitos países que buscam desenvolver fontes renováveis de energia como alternativas estratégicas ao petróleo. 

O biodiesel é um biocombustível feito a partir de biomassa, (matéria orgânica de origem vegetal ou animal) como por exemplo, plantas (óleos vegetais) ou de animais (gordura animal). Pode-se dizer então que biodiesel é a energia que vem das plantas. No caso de Mato Grosso, especialmente da soja e da cana-de-açúcar. Pela sua natureza orgânica,  é considerado um combustível totalmente limpo, orgânico e renovável.

Sua principal finalidade é de substituir o óleo diesel usado em automóveis pesados como caminhões e ônibus. Ele pode ser usado em motores a combustão interna com ignição por compressão ou para geração de outro tipo de energia que possa substituir parcial ou totalmente combustíveis de origem fóssil.

Produção no Brasil

As primeiras referências ao uso de óleos vegetais no Brasil como combustível datam da década de 1920. Posteriormente, algumas pesquisas foram desenvolvidas no Instituto Nacional de Tecnologia, no Instituto de Óleos do Ministério da Agricultura e no Instituto de Tecnologia Industrial de Minas Gerais. Neste último, em 1950, registraram-se estudos sobre o uso dos óleos de ouricuri, mamona e algodão em motores diesel de 6 cilindros.

A partir dos anos 70, quando o crítico cenário energético mundial instigou o Brasil a reduzir a dependência de petróleo importado, as pesquisas sobre óleos vegetais ganharam novo impulso. Em 1980, a Resolução nº 7, do Conselho Nacional de Energia, instituiu o Programa Nacional de Produção de Óleos Vegetais para Fins Energéticos (Proóleo). Entre outros objetivos, pretendia substituir óleo diesel por óleos vegetais em mistura de até 30% em volume, incentivar a pesquisa tecnológica para promover a produção de óleos vegetais nas diferentes regiões do país e buscar a total substituição do óleo diesel por óleos vegetais.

Neste período, o país produzia cerca de 15% do petróleo consumido e os preços internacionais eram os mais elevados de toda a história, resultantes do segundo choque do petróleo. Nos primeiros anos, deu-se maior atenção à soja. A partir de 1981, ao amendoim, e em 1982 à colza e girassol. Em 1986, a ênfase passou ao dendê. A meta era, em cinco anos, produzir 1,6 milhão de metros cúbicos de óleos para fins energéticos. Contudo, a viabilidade econômica era questionável, pois a relação de preços internacionais óleos vegetais/petróleo se mostrava inviável economicamente.

Com a queda dos preços do petróleo a partir de 1985, a viabilidade econômica ficou ainda mais prejudicada e este programa foi progressivamente esvaziado, embora oficialmente não tenha sido desativado. Também no início dos anos 80, a Secretaria de Tecnologia Industrial do Ministério da Indústria e Comércio (STI/MIC), desenvolveu e lançou o Programa Nacional de Alternativas Energéticas Renováveis de Origem Vegetal, com algumas linhas de ação relacionadas aos óleos vegetais combustíveis, que levaram ao Programa OVEG, voltado especificamente para a comprovação técnica do uso dos óleos vegetais em motores ciclo Diesel, com a participação de institutos de pesquisa, órgãos técnicos do governo federal, fabricantes de motores, fabricantes de óleos vegetais e empresas de transportes. Foram desenvolvidos testes com ésteres puros (metílico e etílico) e misturas com 30% de éster metílico de óleo de soja, matéria-prima selecionada por sua maior disponibilidade.

No início dos anos 80, como resultado dessa primeira fase do biodiesel no Brasil, a empresa cearense Produtora de Sistemas Energéticos (Proerg) obteve a primeira patente brasileira de biodiesel, e produziu cerca de 300 mil litros de biodiesel utilizados nos testes. A lei número 11.097 de 13 de janeiro de 2005, que criou o Programa Nacional de Produção de Biodiesel no Brasil além de dar incentivo às empresas produtoras de biodiesel tornou obrigatória a adição de 2% de biodiesel no óleo diesel vendido no país a partir de 2008, sendo que em julho do mesmo ano já foi possível implantar 3% e, em 2009 o percentual aumentou para 4%. Em janeiro de 2010 o acréscimo de biodiesel no óleo diesel subiu para 5%, subindo progressivamente até chegar aos 10% atual - com expectativa de 11% ainda esse mês. (com informações do Clik Petróleo e Gás e potencial.net.br)

 

 

 

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