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x da questão Sexta-feira, 07 de Agosto de 2020, 07:27 - A | A

Sexta-feira, 07 de Agosto de 2020, 07h:27 - A | A

RACHA NA IGREJA

Pastor chega à presidência da Assembleia de Deus em Cuiabá sob protestos; opositor foi impedido de falar

Redação

Reprodução Youtube

Pastor Silas, aclamado presidente da Assembleia de Deus em Cuiabá e região

 

A aclamação do pastor Silas Paulo de Souza na última terça-feira (04)  como novo presidente da igreja Assembleia de Deus em Cuiabá e região ocorreu sob protestos. Vídeo que circula na internet mostra que o grupo que passou a controlar a igreja teve que manobrar para aclamar Silas presidente. A fala do primeiro-secretário da igreja, pastor Nelson Barbosa Alves,  que questiona na justiça a realização da reunião, provocou mal-estar e gritos de protestos.

A celeuma foi instaurada (vídeo abaixo a partir 8'50") quando o presidente interino nomeado pela justiça, pastor Enézio Barreto Rondon, declara vagos os cargos de presidente e vice-presidente da igreja em Cuiabá e região com as mortes dos pastores Sebastião Rodrigues de Souza e Rubens Rodrigues de Souza, que ocupavam os cargos.

Na sequência, Enézio informa aos presentes que o pastor Silas Paulo de Souza havia sido indicado pela Convenção de Ministros das Assembleias de Deus em Mato Grosso (COMADEMAT) para presidir a igreja, já abrindo a votação por aclamação. "Em votação. Os que concordam permaneçam como estão. Os contrários se manifestem", diz ele. 

Reprodução Youtube

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Pastor Enézio Barreto Rondo conduz reunião: pastor Nelson não teve direito a falar

 

Na plateia ouve-se gritos de protestos. Presentes testemunham o pastor Nelson pedindo a palavra. Enézio fica sem saber o que fazer e alguém grita para ele:  "aprovado, aprovado, aprovado, aprovado'. Assustado, ele declara "aprovado, aprovado".

Se houve ao fundo da gravação mais gritos de protestos, levando o presidente da COMADEMAT, pastor João Agripino de França, a pedir a palavra para justificar a indicação de Silas. Ainda sob protestos, o cerimonialista que conduz a reunião (ou o próprio pastor Enézio) pede a atenção e respeito dos presentes. "Por gentileza, pedimos a educação e a fineza de todos. Estamos no santuário. Por gentileza", apela, passando a palavra ao presidente da COMADEMAT.

João Agripino de França reconhece que a COMADEMAT fez a indicação, mas faz uma observação.

"Meus queridos, ouvimos a leitura que o nobre presidente temporário, pastor Enézio Rondon, fez (...) dizendo que a mesa da Comademat indicou o nome do pastor Silas. Todavia eu gostaria de observar aqui. No dia 8 de julho, no dia em que o pastor Sebastião faleceu, de manhã cedo o pastor José Wellington Bezerra da Costa (Presidente da Convenção Nacional das Assembleias de Deus) me ligou e disse assim: João, você agora é de fato e de direito o presidente da Comademat. E quanto à direção da igreja de Cuiabá, você indica o nome do pastor Silas. Então, estou observando aqui que nós fizemos de acordo com o pedido do pastor José Wellington. Não foi a mesa sozinha. Não senhores", sendo interrompido por mais protestos. "Dá licença, deixa eu observar aqui. Para aí. Espera aí, por favor. Eu tô explicando porque razão. Pra não ficar que foi a mesa sozinha que indicou. Não foi", justificou, dividindo a responsabilidade.

Novamente interrompido por descontestes presentes, que pedem que deixem o pastor Nelson falar, o presidente da Comademat é orientado a não dar a palavra. Constrangido, João Agripino reitera que a indicação não foi um ato isolado. Mas ressalta, desta vez, mudando o que havia dito minutos antes, que José Wellington Bezerra não impôs, apenas sugeriu o nome de Silas.

Reprodução Youtube

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Presentes à reunião ficaram divididos entre aplausos e manifestações de protesto

 

Conduzindo a eleição, Enézio ignora o pedido do pastor Nelson para usar a palavra e coloca em votação novamente a indicação do pastor Silas. "Quem aprova fique como está e quem nao não concorda que se manifeste", diz o apressado pastor. Pegos de surpresa, alguns chegaram a se levantar, mas por constrangimento ou não, a maioria dos presentes permanece estática em seus lugares. Enézio declara Silas eleito por aclamação.

"Muitos ali não se manifestaram por receio, medo de perseguição. Fomos lá para votar. Se fosse no voto, como indica o artigo 50 do regimento da igreja, ele (pastor Silas) não seria eleito. Eles sabiam disso e atropelaram tudo", informa um membro da igreja presente à reunião, que prefere o anonimato.

Convidado a indicar o seu vice, Silas Paulo de Souza declara, sob aplausos e novos gritos de protesto:

"Meus irmãos, como presidente eleito de Cuiabá e região, por uma ordem e determinação de Deus, eu quero apresentar para vice-presidente o pastor Enézio Barreto Rondon para concluir o mandato do cargo vago período de hoje a 31 de dezembro. Está indicado".

Exatamente. O pastor que conduziu o processo por ter sido nomeado presidente interino da igreja na justiça, foi o indicado para vice-presidência. 

O grupo liderado por Nelson Barbosa Alves nao reconhece a legitimidade da eleição e já anunciou que vai continuar recorrendo à justiça. O grupo deseja o adiamento da escolha por causa da pandemia. Defende também que os cerca de 40 mil membros da igreja em Cuiabá e região tenham direito ao voto secreto, como prevê o artigo 50 do regimento interno da igreja. Se houver a votação e o nome de Silas não conseguir 2/3 dos votos, a COMADEMAT teria que indicar novos nomes para liderar na igreja na grande Cuiabá.

Pelo jeito essa história ainda vai longe!

 

Assista gravação de parte da assembleia. A celeuma inicia com a fala do pastor Enézio, aos 8 minutos e 50 segundos do vídeo.

 

 

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