A vaga da senadora Selma Arruda (Podemos), que teve no mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder econômico, está provocando um verdadeiro rebuliço em Mato Grosso. Poucas vezes se viu tanta candidatura 'brotando' em partidos e grupos políticos. Isso tudo tem uma explicação: ninguém tem nada a perder nessa disputa.
Como se trata de uma vaga extemporânea, surgida em uma cassação de mandato, os líderes entendem que a porteira está aberta para qualquer um nessa disputa.
Se entrar e ganhar, ótimo. Terá cerca de seis anos e meio de mandato no Senado da República. Se perder, vários dos candidatos projetam disputar às eleições municipais seguintes, que serão praticamente coladas à eleição suplementar de senador. Ou seja, o candidato derrotado pode emendar uma campanha de prefeito ou até de vereador, ganhando nítida vantagem de exposição.
Algumas candidaturas fortes já anunciadas se enquadram perfeitamente neste cenário: o ex-deputado federal Adilton Sachetti (PRB) e o deputado federal José Medeiros (Podemos) são pré-candidatos a prefeito de Rondonópolis; o deputado federal Juarez Costa (MDB) é declaradamente pré-candidato a prefeito de Sinop; o ex-deputado Nilson Leitão (apesar de hoje negar) poderia surgir também como pré-candidato a prefeito de Sinop; o deputado federal Nelson Barbudo (PSL), o ex-senador Júlio Campos e o ex-juiz Julier Sebastião (PT) também estão de olho na prefeitura de Cuiabá (seja prefeito ou vice), entre outros, como o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Eduardo Botelho (DEM), que é constantemente lembrado para qualquer cargo que surja. Por hora, ele diz estar fora da disputa.
Até candidaturas estratégicas, como a anunciada agora pelo vice-governador Otaviano Pivetta (PDT), que pretende renunciar ao cargo de vice-governador e estaria montando um chapão tendo o ex-senador Cidinho Alves (PL) e o marido da ainda senadora cassada Selma, Norberto Arruda (Podemos), como suplentes, poderiam se beneficiar deste cenário. Quem garante que se for derrotado ao senado, Pivetta não emendaria uma disputa à prefeitura de Lucas do Rio Verde?
Piveta entra no cenário eleitoral com força e, de quebra, ainda poderá aparar uma "briga" pessoal com o ex-vice-governador Carlos Fávaro (PSD). Os dois se estranham há anos por causa de disputas eleitorais em Lucas do Rio Verde. Em terceiro na disputa eleitoral do ano passado, Fávaro foi o algoz de Selma Arruda. Chegou a tentar assumir a vaga diretamente com a cassação da senadora, mas o TSE não permitiu. Está desgastado junto a vários grupos políticos, mas contaria com o apoio do governador Mauro Mendes (DEM).
Além de um olho no senado e outro em prefeituras, há casos de candidaturas em partidos menores, cuja exposição de uma disputa ao Senado ajudará a cacifar projetos à vereança, seja em Cuiabá ou em outros municípios.
Além de disputas municipais, a eleição ao senado também expõe luta pelo poder dentro dos partidos. A última delas, tornada pública, é entre o deputado federal Neri Geller, presidente do PP estadual, e a empresária Margareth Buzetti, secretária do PP. A 'peleja' é para ver qual deles será o candidato do partido ao Senado. Neri nega desavença. Diz que a decisão será tomada por prefeitos, vereadores e outras lideranças. Todos eles, absolutamente, ligadas a ele. Margareth não teria qualquer chance nesta disputa.
Mas, atenção, esse borburinho todo só vai se justificar se a eleição suplementar ao Senado for realmente confirmada. A senadora Selma Arruda ainda tenta um último suspiro para permancer em Brasília. O senador Álvaro Dias, presidente nacional do Podemos, estaria articulando para que o Senado não cumpra ou postergue a decisão do TSE de cassar o mandato de Selma.
Faça sua aposta!
2020 promete!
Nossas notícias em primeira mão para você! Link do grupo MIDIA HOJE: WHATSAPP
Siga a pagina MÍDIA HOJE no facebook:(CLIQUE AQUI)