Curiosamente, apenas 200 dessas espécies de mosquito se alimentam de sangue humano, e somente as fêmeas são responsáveis pelas picadas, necessitando das proteínas do sangue para a produção de ovos. Enquanto isso, os machos preferem o néctar e a seiva das plantas.
As picadas de mosquitos podem ser não apenas irritantes, mas também fatais. Inclusive, de acordo com estatísticas, os mosquitos são considerados as criaturas mais letais para os humanos, superando serpentes, crocodilos e até mesmo tubarões.
Mas, por que algumas pessoas parecem atrair mais esses insetos? Uma pesquisa realizada pela Universidade Rockefeller, em Nova York, ofereceu respostas intrigantes.
O estudo revelou que os níveis de ácidos carboxílicos estão por trás dessa atração que pode ser fatal. Esses ácidos, que derivam da fermentação de bactérias que habitam nossa pele, são liberados pelas glândulas sebáceas.
Como o estudo foi realizado
No estudo em que o Aedes aegypti, o famoso “mosquito da dengue”, foi utilizado, 64 voluntários usaram meias de náilon nos braços durante seis horas diárias ao longo de um período de três anos. Um total de 2.300 testes foi realizado, oferecendo aos mosquitos a escolha de quais pessoas preferiam picar.
Os resultados foram surpreendentes: um voluntário, denominado “Sujeito 33”, foi quatro vezes mais atraente para os mosquitos em comparação ao próximo da lista e 100 vezes mais do que o menos atraente, o “Sujeito 19”.
Os pesquisadores identificaram 50 compostos moleculares na pele dos participantes. As vítimas mais atraentes possuíam níveis elevados de três ácidos carboxílicos específicos: ácido pentadecanóico, heptadecanóico e nonadecanóico.
No entanto, os cientistas acreditam que outros tipos de ácidos ainda não identificados também podem influenciar essa atração. Os resultados foram publicados na revista Cell.
Como afastar os mosquitos, afinal?
Concluiu-se que eliminar esses ácidos seria prejudicial à saúde da pele, mas a pesquisa abre portas para novas formas de repelir mosquitos.
Interferir nas bactérias da pele para alterar os odores humanos pode se tornar uma solução viável. Apesar das dificuldades, os avanços nesse campo são promissores.
Mesmo com os desafios, continuar a pesquisa é crucial, já que os mosquitos evoluíram para se tornarem especialistas em encontrar suas presas, ao passo que “se acostumar” com seus ataques não é uma opção.
*Via Escola Educação
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