São indicados entre 150 a 300 minutos de atividades físicas por semana, alternando exercícios que combinem deslocamento e resistência
Ajustes no estilo de vida podem ser um dos mecanismos para a prevenção do câncer. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a doença ocasiona uma a cada seis mortes no mundo. Dessas, algumas poderiam ser evitadas a partir de pequenas mudanças de hábitos e outros mecanismos, como a vacinação contra o HPV, uma alimentação equilibrada e, principalmente, com a prática de atividades físicas.
Em um breve levantamento feito pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), o Ministério da Saúde estabelece uma cartilha com orientações com quatro tópicos principais. Evitar o sedentarismo é ponto fundamental na prevenção de diversos tipos de câncer.
A professora Patrícia Chakur Brum, titular da Faculdade de Educação Física e Esporte da USP, explica que é justamente o condicionamento corporal ocasionado pela prática esportiva, associado a outros hábitos saudáveis, o principal aliado na prevenção e diminuição das chances de se contrair a doença.
Para isso, são indicados entre 150 a 300 minutos de atividades por semana, alternando exercícios que combinem atividades de deslocamento e atividades de resistência: “As atividades físicas têm se mostrado muito eficientes. Então, é importante que elas sejam incorporadas como um hábito na rotina das pessoas”, adiciona a professora.
Ela também salienta que a combinação a demais fatores, como diminuição do tabagismo e do consumo de álcool, alimentação equilibrada, redução do estresse e da ansiedade são fortes aliados às práticas esportivas na prevenção do câncer.
Os exercícios sugeridos pela professora envolvem a movimentação do corpo, atividades aeróbicas e de resistência muscular. Independentemente da intensidade ou nível de dificuldade desses exercícios, “o ideal é que as atividades sejam prazerosas”, destaca a professora.
Na reabilitação e reincidência
Há evidências de que a proteção por meio da atividade física seja mais efetiva entre os cânceres de bexiga, cólon, endométrio, esôfago, estômago, rins e mama. Este último tipo foi objeto de estudo da professora, que também acompanha o Projeto Remama (Remo para Reabilitação pós-Câncer de Mama) da USP. Nele, Patrícia acompanha de perto os efeitos da prática do remo em ex-pacientes que passam por uma reabilitação fisiátrica, sob observação de profissionais da educação física.
Este é um exemplo do uso de práticas esportivas na reabilitação do câncer, mas Patrícia também ressalta a importância destas para evitar a reincidência da doença. Para isso, é preciso que “os pacientes sejam liberados pelos oncologistas para a prática, porque, além de ajudar com os efeitos colaterais do tratamento, ela ajuda a prevenir a reincidência da doença”, complementa Patrícia, ao deixar claro que os exercícios são fundamentais não apenas para a prevenção como nas etapas posteriores à doença.
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