O padroeiro da capital mato-grossense, Bom Jesus de Cuiabá, terá sua imagem original esculpida pela primeira vez, em tamanho de 30 centimetros. Atualmente, a única que existe é a que está na Catedral. O lançamento está marcado para o próximo sábado (26), numa celebração a partir das 19h, no Centro Educacional Maria Auxiliadora, ao lado da Mitra Arquidiocesana.
A ideia de levar ao povo a verdadeira imagem de seu padroeiro veio quando Padre Felisberto ficou incumbido de organizar as celebrações religiosas dos 300 anos da capital. “Eu vi que havia muita confusão, porque para muita gente, o padroeiro é São Benedito”, conta. Começou, então, um longo trabalho de conscientização e de busca pela confecção da réplica.
“Só existe uma imagem que do Senhor Bom Jesus de Cuiabá, que é a que está na Catedral. Nenhuma família de Cuiabá a tem. Mesmo a Catedral, que deveria divulgar, vende um Bom Jesus que é de Palmas. Então recebemos essa incumbência, desde os 299 anos, de divulgar a imagem do padroeiro de Cuiabá”, explica o Padre Felisberto Samuel da Cruz, da Arquidiocese.
Para confecção, foi contratado o artesão Ariston, de Várzea Grande, que fez uma réplica de madeira no tamanho original, e outras duas de 30 e 70 centímetros, para a Igreja. A partir destas, a artesã Dominique Biancardini começou a reprodução em gesso, junto ao gesseiro Jorge dos Santos, a profissional do biscuit Elizabete Oliveira Mendes Martins, que fez a coroa, Dona Virginia dos Santos, professora de pintura e a costureira Ivete Botelho Magalhães, que fez os mantos. Para a réplica em tamanho real, foi confeccionado um manto pela costureira Clarice Cassiana Leite.
A própria Dominique, quando decidiu fazer a réplica da imagem de Bom Jesus, foi até uma loja da capital e comprou o que estava disponível. Quando foi falar com o padre Felisberto, descobriu que aquele era o Senhor Bom Jesus de Palmas, e se empenhou ainda mais na empreitada de produzir as primeiras imagens corretas do padroeiro. “Pra mim é uma alegria ser responsável por reproduzir essas imagens. Eu, que tenho dois anos trabalhando nessa área, [receber isso] é uma celebração, um reconhecimento”, afirma.
O próximo passo, agora, é conseguir a mudança da celebração do Dia do Padroeiro, para que seja junto ao aniversário da cidade. Segundo o padre, Cuiabá é a única cidade do mundo em que as datas não coincidem. “Nós não queremos tirar o mérito da Catedral de celebrar do jeito dela, porque ele também é padroeiro da Catedral. Mas queremos lembrar que, antes, ele é da cidade, é da catedral e é da arquidiocese”, afirma.
Segundo Felisberto, houve uma feliz coincidência de essa incumbência ter caído nas mãos do primeiro padre nascido, criado e trabalhando na arquidiocese de Cuiabá. “Queremos que ele seja celebrado o ano inteiro. E não podemos ficar brigando, até porque o Senhor Bom Jesus não é propriedade da Igreja Católica. E eu quero lembrar que as outras religiões estão conosco nessa batalha de divulgar: os espíritas, umbanda, quimbanda, candomblé, luterana, até a mesquita. Todos abraçaram a causa de divulgar, porque ele é o padroeiro da cidade, e de todos que estão aqui na cidade, comem, bebem dessas terras, educam seus filhos, cuidam da natureza... é uma coisa do povo em geral”, finaliza.
A imagem retrata o momento do sofrimento de Jesus, da prisão, da condenação. E ele está com uma cana de açúcar na mão, representando o sofrimento dos trabalhadores dos canaviais.
Serviço
Cerimônia de Divulgação da imagem do Senhor Bom Jesus de Cuiabá
Data: Sábado, 26 de outubro
Horário: 19h
Local: Dependências do Colégio CEMA
Jantar com comidas típicas por R$15;
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