O jornal "Estadão", de São Paulo, publicou essa semana matéria especial sobre as belezas naturais de Mato Grosso, em especial o Pantanal, Nobres e Chapada dos Guimarães. Assinada pela jornalista Priscila Mengue, e com o apoio do Sebrae-MT, a reportagem é um belo cartão de visitas para despertar interesse de turistas. Veja, abaixo, parte do material!
A qualquer momento, araras, onças ou outra das centenas de espécies da região podem aparecer no horizonte – ou, logo ali, a alguns metros de distância. Uma nova descoberta rapidamente se espalha em avisos, cutucões ou gestos, que apontam para o céu, as árvores, o mato, o rio, a estrada, todos os lados. Em Mato Grosso, paciência, tempo e sentidos aguçados guiam viajantes por cidades nos arredores de Cuiabá
Visitamos o Estado em junho, já considerado período de seca. A temperatura beirou os 30 graus durante o dia, o céu se manteve aberto e nenhuma gota de chuva se apresentou. Foi assim que percorremos o Pantanal Norte, a Chapada dos Guimarães e a ainda pouco conhecida região de Nobres, repleta de nascentes e rios cristalinos.
O primeiro e um dos principais atrativos da viagem não foi um ponto de parada, mas uma travessia: a da Transpantaneira, que liga Poconé a Porto Jofre. A região faz parte do Complexo de Preservação do Pantanal, considerado Patrimônio Natural Mundial e Reserva da Biosfera pela Unesco.
De chão batido e em meio a solavancos, atravessar os 147 quilômetros da Transpantaneira tem um pouco de safári: é comum avistar animais, especialmente jacarés e aves. Em um trecho, o nosso carro parou. O motivo? Um tuiuiú de um metro e tanto de altura parado no meio da estrada. De plumagem branca, pescoço vermelho e cabeça preta, a ave – tal qual um personagem em fuga em um filme de ação – desfilava pela estrada até considerar seguir pelas margens da via. Foi nesse momento, de um voo breve, que exibiu seus cerca de dois metros de envergadura.

Cruzando a Transpantaneira
Embora a distância seja curta, atravessar a Transpantaneira leva quase quatro horas. Por isso, o ideal é fazer a viagem sem pressa, com pernoite nas fazendas e paradas para fotografar a paisagem e o portal de madeira que dá boas-vindas aos viajantes.
O Pantanal perpassa pouco mais de 200 mil quilômetros quadrados de Mato Grosso e de Mato Grosso do Sul, além de Paraguai e Bolívia. É banhado por águas oriundas das cabeceiras do Rio Paraguai, que levam quatro meses para atravessar o território e criar as áreas inundadas.
São elas que garantem as paisagens mais características, formando corixos, canais criados nas depressões de terrenos e que viram quase espelhos d’água. É no período da vazante e seca (maio a outubro), contudo, que as visitas à região se tornam mais populares: a Transpantaneira está transitável e os animais retornam à cabeceira dos rios.
Por ali circulam cerca de 300 espécies de peixes, 150 de répteis e anfíbios, 460 de aves e 130 de mamíferos, dentre outras. Parte delas (como os jacarés) é avistável em qualquer período do dia, mas outra é mais evidente no alvorecer e entardecer.
O tuiuiú (ou jaburu) é um dos animais mais presentes – e lembrados na decoração de pousadas e lembrancinhas. O único que rouba essa atenção é a onça-pintada – atrativo de safáris fluviais, com partida no começo da manhã e se estendendo por horas (ou dias). As expedições costumam ser promovidas por hotéis e pousadas e são totalmente contemplativas.

Cara a cara com a onça
De Porto Jofre, partimos para um passeio pelo Rio Cuiabá. No píer, um funcionários nos apresentou ao barqueiro e garantiu: nós iríamos ver onças naquela manhã.
Os barqueiros costumam se comunicar ao encontrarem algum felino. Logo no início da expedição, o rádio da nossa embarcação foi acionado e seguimos com mais velocidade até uma área onde outros grupos estavam parados. Tentamos achar a onça, mas nada. Após a tentativa frustrada, voltamos um trecho. Foi quando o guia apontou para um canto. Não vimos nada de imediato, mas, minutos depois, enxergamos o vulto de uma onça em meio à vegetação.
Conforme a mata se tornava menos densa, a onça ficava mais visível. Mais do que isso: descobrimos que outra vinha logo atrás. A dupla se aproximou da praia e, por alguns instante, nos fitou enquanto era fotografada por uma dezena de câmeras. Inesquecível.
Fizemos nossa expedição com o Hotel Pantanal Norte ( R$ 1.900 o tour de 10h para quatro pessoas; diária a R$ 1.055 o casal, com pensão completa). Outra opção é a Pousada Pantanal Norte: o passeio de 6 a 8 horas custa R$ 1 mil (até 4 hóspedes; diária R$ 950 o casal).
Entre antas e jacarés
Fizemos outro passeio de barco em Poconé, esse com o objetivo de assistir ao entardecer refletido no espelho d’água. Logo no início, o barqueiro faz uma graça para os visitantes atraindo um jacaré para fora d’água, usando uma piranha de isca. Mas a atração foi mesmo a travessia surpresa de uma anta de ponta a ponta, que lentamente nadou até sumir do outro lado do rio.
Ainda no barco, observamos centenas de aves que retornavam para seus ninhos no topo das árvores. Nada discretas, cantando ou gritando, chegavam em grupos e se amontoavam na vegetação, ocupando todos os galhos disponíveis – como em uma versão leve e pantaneira de Os Pássaros, de Alfred Hitchcock.
O nosso passeio foi pela Pousada Rio Claro, no quilômetro 42 da Transpantaneira. Na versão de duas horas, custa de R$ 85 (por hóspede, quando há mais de cinco participantes) a R$ 410 (individual), mas também é possível pagar um day-use de R$ 165 (que inclui passeio de barco coletivo por uma hora, trilha, almoço, piscina e guias).
À noite, depois de saborear o jantar com carnes, farofa de banana e doces de frutas de sobremesa, dois funcionários tocaram canções sertanejas no violão. Quando a música parou e saímos do restaurante, os únicos sons ouvidos eram dos insetos e animais.
SAIBA MAIS
Como ir: de Cuiabá a Poconé são 104 km, num trajeto de aproximadamente 1h30. De ônibus, o trajeto dura quase 3h e a passagem custa R$ 27,51 (é possível comprar online em sites como o (GuicheVirtual.com.br). Para pegar a Transpantaneira, é preciso estar com um 4X4. Outra opção é combinar o transfer e os passeios direto com a pousada.
Bom Jardim (distrito de Nobres) fica a 2h de Cuiabá – a estrada é boa e você pode ir de carro alugado ou usar o transfer dos passeios. A Chapada dos Guimarães está a 1h de Cuiabá. Vale alugar carro e colocar ambas em um mesmo roteiro.
*A REPÓRTER VIAJOU A CONVITE DO SEBRAE-MT.
Nossas notícias em primeira mão para você! Link do grupo MIDIA HOJE: WHATSAP
Siga a pagina MÍDIA HOJE no facebook:(CLIQUE AQUI)